O propósito do Amor

Capítulo 5

Erick narrando:

Depois de levar um fora da garota, que agora eu sei que se chama Carolina, eu poderia simplesmente deixar essa história pra lá e fingir que nada aconteceu. Mas se fizesse isso, eu não seria Erick Ferráz, então nesse caso, é lógico que não desistiria tão fácil.

Pra falar a verdade, não estou mais interessado nela por causa do sonho, deve ter sido uma conhecidência ser justamente ela a pessoa do meu sonho ou eu fiquei realmente mexido pelo nosso curto momento juntos. Agora o que me atraiu nela, foi o fato de não conseguir chamar a atenção dela, mesmo com todo o meu charme.

Tem algo de diferente nela e eu tenho que descobrir o que é.

No dia seguinte, todos os alunos saem das salas depois do término das aulas, muitos vão para o refeitório comprar suas refeições por conta do grande desconto, já outros preferem comer fora, em restaurantes ou lanchonetes próximas.

Costumo ir para o refeitório, não por causa da comida, mas por conta do grande movimento de pessoas. Mas também há dias quando estou acompanhado por alguma garota que saio para comer fora.

Compro minha comida e procuro à minha volta por Carolina, encontro ela em um canto sentada sozinha e sigo para lá.

—Posso sentar aqui? —Ela levanta a cabeça e parece surpresa ao me ver.

—Pode sim. —enfim responde.

Me sento e começo a comer normalmente, mas ela permanece com a cabeça baixa, sem olhar em minha direção.

—Então… —tento quebrar o silêncio entre nós —me fala alguma coisa sobre você.

—Não gosto de falar sobre mim. —assinto e o silêncio volta a reinar.

—Tudo bem.

Isso não vai ser nem um pouco fácil.

—Por que está fazendo isso? —sua pergunta me pega de surpresa.

—Isso o quê?

—Por que sentou justamente aqui? —abro a boca algumas vezes pensando no que dizer.

—Porque eu queria te fazer companhia. —falo a resposta mais adequada que vem em minha mente.

—Se está fazendo isso pra se desculpar ainda, já disse que te perdoei. —diz olhando em meus olhos. —Se Cristo me perdoou, porque eu não posso perdoar você?

—Tá bom então... —Essa com certeza é uma das conversas mais estranhas que eu já tive.

—Mas é legal da sua parte se preocupar com as pessoas, mostra que você é uma boa pessoa. —Dessa vez ela dá um pequeno sorriso que não posso deixar de admirar.

—Obrigado...eu acho. —ela ri.

—É melhor eu ir. —se levanta e olha pra mim. —Até logo.

E assim ela sai, sem esperar pela minha resposta.

Com certeza ela é diferente.

Fico ali perdido em pensamentos, até ver o Marcos vindo até onde estou e se sentando de frente para mim.

—Cara, você não perde uma oportunidade mesmo, né? —reviro os olhos.

—Olha quem fala, né Marcos?

Não é a toa a má fama que ele tem com as meninas, já ficou com quase todas as meninas da faculdade.

—E aí? O que tá rolando entre vocês? —pergunta com um sorriso malicioso.