Capítulo 15

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Erick narrando:

Não sei o que dizer sobre o comportamento estranho da Carolina, com certeza aconteceu algo pra ela estar agindo dessa forma. A grande questão é: o quê?

Minha mente trabalha procurando por uma resposta enquanto a vejo ficar cada vez mais distante, mas sou interrompido ao ver Marcos passando em direção ao estacionamento e me movo para lá, decidido a resolver essa situação desconfortável.

Ele caminha rápido com o semblante sério, o que significa que não está pra brincadeiras. Na verdade, conheço Marcos a tempo usuficiente  pra saber que ele só  fica assim quando está com problemas, e nesse caso, o problema sou eu...

O alcanço quando está prestes a entrar no carro, mas ele não parece nada feliz em me ver.

—O que você quer? —cruza os braços encostando no carro.

—Tá bom, vou abrir o jogo. —mesmo disfarçando consigo ver o interesse repentino em seu rosto.

—Sou todo ouvidos.

—Tá... por onde eu começo? —Falo para mim mesmo pensando em quais palavras usar, enquanto Marcos espera pacientemente, pelo menos eu acho.

—Que tal pelo começo? —Sugere e eu enfim tomo coragem pra falar.

—Algumas semanas antes das aulas começarem, eu comecei a ter sonhos estranhos, e o mais sinistro é que eles não eram aleatórios como os sonhos normais, eles pareciam ter uma continuidade toda vez que eu sonhava com eles. —ele ergue as sobrancelhas confuso e eu continuo. —Na verdade, eles mais pareciam pesadelos, eu sempre tinha que fugir de vozes que me atormentavam e me faziam sentir dores insuportáveis.

—Você tá falando sério? —pergunta curioso.

—Sim. Só que algumas semanas depois, com os sonhos progredindo cada dia mais, uma coisa interessante aconteceu. Como sempre, eu estava fugindo dos meus perseguidores, mas acabei caindo e não conseguia me levantar por nada, até que quando achei que estava tudo perdido, ouvi uma voz que trazia calma à minha alma, era gentil, serena... mas eu nunca tinha conseguido ver seu rosto.

Sorrio ao lembrar da paz que ela me trazia.

—Era por isso que você sempre estava de mal humor, por causa desses sonhos? —questiona.

—Bem, as vezes sim. Mesmo acordado, eu ficava me lembrando daquelas vozes, isso me causava uma grande raiva porque não conseguia me livrar delas e acabava descontando nas pessoas à minha volta.

—Até aí eu entendi, mas o que isso tem haver com essa sua mudança repentina?

Só de pensar na causadora dela já sentia meu coração acelerar e meus pensamentos me levarem até ela.

—Essa é outra grande história...

—Já estamos aqui mesmo, então pode falar. —diz curto e grosso.

—No primeiro dia de aula, acabei esbarrando na Carolina e para a minha completa surpresa sua voz era exatamente igual à voz do meu sonho. Fiquei curioso quanto a isso, mas pensei que fosse apenas uma coincidência e deixei pra lá. Mas nessa mesma noite eu tive outro sonho e o mais surpreendente é que dessa vez eu vi o rosto da dona da voz e... era ela, a Carolina.

—Uau, por essa eu não esperava. —nesse momento, Marcos já não está mais bravo e até parece se divertir com a minha breve história, assim como ele se divertia quando éramos crianças e fazíamos uma competição de quem contava a história mais bizarra.

Sempre fui melhor com as histórias e ele com as piadas.

—Eu me aproximei dela com a intenção de descobrir o porquê de ela estar nos meus sonhos, sendo que eu não a conheço de lugar nenhum. Desde então eu parei de ter esses sonhos, mas eu fui conhecendo melhor a Carol, e vi como ela é tão... tão... tão...

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