Capítulo 39

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Erick narrando:

— Não vai me dizer mesmo aonde estamos indo? — Carolina pergunta pela terceira vez, enquanto dirijo com o olhar fixo no caminho a frente.

— Já disse que é uma surpresa. — respondo e a ouço bufar ao meu lado.

— Você e suas surpresas... — murmura com tom de indignação, mas lembrando do que tenho em mente vejo que vale a pena o sacrifício de vê-la assim.

Faz três meses e alguns dias que estamos namorando, nunca tinha me sentido tão feliz como estava no momento. Eu podia dizer com absoluta certeza que aquela era minha melhor fase da vida. Nosso relacionamento melhorava e amadurecia cada dia mais, nunca tínhamos brigado, apesar de termos nossas discordâncias.

No dia em que voltei da pequena cidade em que Carolina nasceu, o que ocorreu uma semana depois de eu me declarar e ser correspondido por ela, contei para meus pais e Maria da novidade e os mesmos ficaram tão felizes quanto a família de Carol. Quando foi a vez de Carol voltar para a cidade grande, minha mãe insistiu para que fizéssemos um jantar em comemoração ao namoro, eu achei um exagero, mas como se tratava de minha mãe era melhor nem contrariar.

O jantar foi feito e contou com a presença dos tios e prima dela, além de meus pais e Maria é claro. Depois disso, nós dois nos sentamos para conversar e decidimos que o melhor seria se nós mantivéssemos um namoro de côrte. Aquilo era novidade para mim, mas ao pensar em como eram os meus antigos "relacionamentos" e no que eles resultavam, pensei que por mais difícil que fosse, eu não poderia dar lugar a carne e acabar pecando contra Deus e a mulher que eu tanto amo.

Sempre evitavámos ficar sozinhos, nos encontrando apenas nos fins de semana para passarmos algum tempo juntos e sempre em lugares públicos, na maioria das vezes lendo a Bíblia e orando juntos. Também evitavámos ter muito contato físico, nos contentando com apenas breves abraços e raros beijos na testa de minha parte.

Estávamos aprendendo a conviver com os defeitos e as qualidades um do outro, bem como a abrir mão de certas coisas e muitas vezes renunciar nossas vontades para a felicidade do outro.

— Aqui estamos. — paro o carro e olho para ela.

Hoje é o aniversário de Carolina e fazia alguns dias que eu planejava um dia perfeito para comemorar mais um dia de vida dela. Por isso, após as aulas na faculdade, disse que a buscaria para passarmos a tarde juntos e que faria uma surpresa à ela.

— O cinema? — questiona olhando em volta e percebendo que paramos em frente ao grande estabelecimento.

— Sim, agora vamos. — desço do carro e vou até o outro lado abrindo a porta para ela. Seu olhar mostra claramente desconfiança e eu sorrio. — Vai, confia em mim.

Ela aceita minha mão e sai do carro, caminhamos lado a lado e adentramos o lugar.

— Que filme vamos assistir? — pergunta olhando para os cartazes nas paredes.

— Você pode escolher. — Isso a deixa animada e depois de ver todas as opções, escolhe um filme gospel que ela ainda não tinha assistido.

Compramos pipoca e refrigerante, e nos acomodamos em um bom lugar na plateia. Como já era esperado, Carol se concentra totalmente no filme, já eu não consigo prestar tanta atenção assim, dividindo minha atenção entre o filme e ela.

As horas passam tranquilamente e o filme enfim termina, nós saimos do cinema e entramos em meu carro.

— Eu gostei muito da surpresa. — diz virando em minha direção.

— Só que esta não é a surpresa. — ela me olha desacreditada e eu dou partida no carro com o intuito de iniciar a parte dois do meu plano.

Dirijo por alguns minutos com nós dois em silêncio e cada um com suas divagações. Finalmente chegamos ao lugar pretendido e novamente saimos do carro. Carolina olha em volta e eu faço o mesmo admirando o belo lugar a frente, um parque aberto com árvores, flores, bancos e brinquedos espalhados por sua extensão.

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