Capítulo 18

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Carolina narrando:

As imagens de dois dias atrás vagam em minha mente sem que eu permita. Diferente do que esperava, eu gostei de sair com o Erick e desde que cheguei em casa, senti algo agradável dentro de mim só de lembrar do quanto eu me senti bem ao lado dele. Não sei o que mais me surpreendeu nele, o fato de ser tão cavalheiro e educado comigo, a forma como ele fez um garotinho feliz ao dar os ingressos à ele, ou a maneira de sempre ser gentil, seja segurando minha mão quando estávamos na roda gigante e eu estava morrendo de medo, ou quando ele colocou o casaco sobre mim, porque viu que eu estava com frio, ou ainda quando comprou aquela rosa só pra ajudar aquela senhora.

Não queria dizer isso, mas o Erick estava realmente me mostrando um lado seu que causava admiração em mim, porém, eu não poderia me deixar levar pelas minhas emoções e sentimentos. Amanda não parava de me perguntar sobre o nosso 'encontro', então querendo me livrar de suas insinuações descabidas, resumi tudo que aconteceu dizendo apenas em quais lugares ele tinha me levado, ocultando tudo o que realmente importou para mim daquele dia.

Perdida nesses pensamentos, só percebi que o sinal tinha tocado anunciando o término das aulas, quando os universitários se levantaram e começaram a sair da sala. Pego minha coisas e me levanto também indo em direção à porta, mas só dou alguns passos antes de um garoto se colocar na minha frente impedindo minha passagem.

—Com licença. —peço sem entender sua atitude, mas ele permanece parado no mesmo lugar com um sorriso presunçoso em seu rosto.

Querendo evitar perder tempo, me viro com a intenção de ir pelo outro lado, mas sinto ele segurar meu braço com um aperto forte.

—Calma, eu tenho um assunto pra falar com você. —reconheço ser ele o garoto que sorriu para mim quando cheguei atrasada outro dia.

Puxo meu braço querendo me soltar dele, mas ele segura com mais força. A sala está vazia, então tomo coragem para resolver essa situação sozinha.

—Posso ouvir, depois que você soltar meu braço. —ele sorri ainda mais, até resolver me soltar.

—Devo admitir que você é bastante interessante.

—É só isso que tinha pra falar? —pergunto sem paciência pra joguinhos sem graça.

—Meu nome é Antônio e o seu é Carolina, certo? —permaneço calada esperando pelo que ele realmente quer falar. —Na verdade, eu quero que você venha comigo para que possamos nos divertir um pouco. Tipo, dar uma volta por aí, ou qualquer outra coisa legal.

—Obrigado pelo convite, mas a resposta é não. —O sorriso some de seu rosto e eu não espero ele dizer mais nada, já saindo da sala.

Respiro fundo com o coração palpitando forte em meu peito, não estou acostumada com esse tipo de situação. Passo minha mão no lugar em que ele segurou, me acalmando aos poucos. Logo a frente, Vanessa observa o mural de informações da universidade e eu me aproximo dela.

—Oi, Vanessa. —ela olha para mim e sorri.

—Ah, oi! Eu não vi você chegando. —sorrio em resposta.

Curiosa olho para o mural para o qual ela olhava tão atentamente há poucos minutos. Nele há um cartaz que fala de uma festa que ocorrerá na universidade pelos 50 anos de fundação.

—Eu não sabia dessa festa. —digo quando termino de ler as informações citadas ali.

—É porque esse cartaz foi colocado aí recentemente, mas todos já sabem dessa festa, já que é um dos momentos mais esperados pelos estudantes.

—Me fala mais sobre ela. —peço interessada no assunto.

—Bom, todos os anos eles dão uma festa para comemorar o aniversário do prédio, os estudantes tem a obrigação de vir e participar da celebração. É nesta época que os estudantes ficam mais agitados.

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