Capítulo 13

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Erick narrando:

Não sei explicar a sensação que estou sentindo ao ter a garota que eu tanto admiro bem do meu lado. Tento não olhar tanto pra ela e me concentrar no caminho à minha frente, mas a cada minuto acabo me rendendo à essa grande vontade e a vendo de soslaio.

Sorte a minha que ela parece perdida em pensamentos enquanto olha pela janela, ela não diz nada o caminho inteiro e eu agradeço por isso, já que com certeza perceberia minha obsessão por observá-la tanto. Carolina me causa sensações que nunca senti antes, sinto um formigamento toda vez que a toco, uma vontade enorme de mantê-la pra sempre perto de mim, até o nervosismo toma conta de mim quando falo com ela.

Tenho que admitir que sou um covarde, disse para mim mesmo que nunca me apegaria a nenhuma garota, mas cá estou eu sonhando em acordar ao lado dela todos os dias, lhe presentear, fazer surpresas românticas, construir uma família... Devo ser um idiota mesmo por me deixar levar tão fácil assim por um simples sentimento, ou pelo menos, não tão simples assim.

Queria saber no que ela tanto pensa. Na verdade, gostaria de saber quais são os seus sonhos, seus medos, seus projetos de vida, suas qualidades e defeitos... Quero conhecer cada parte de seu ser.

Acordo de meus pensamentos assim que chegamos ao tão famoso restaurante. Conheço este lugar há um bom tempo, isso porque vim muitas vezes aqui com meus pais quando era criança. Estaciono o carro e saio já indo para o outro lado abrir a porta para ela, que recebe o ato com um pequeno sorriso e o rosto corado por conta do meu ato de cavalheirismo.

—Chegamos, este é o lugar. —Ela olha para o grande prédio à frente e não posso deixar de notar sua surpresa. —Vamos.

Faço que vou entrar, mas ela permanece com os pés fixados no mesmo local. Quando percebe que não estou entendendo nada, resolve falar.

—Parece bem chique. Acho melhor irmos para um lugar mais... acessível. —Seu constrangimento ao dizer isso é notório em seu rosto, mas finjo não notar.

—Não se preocupe, deixa comigo! —Ela continua exitante  e eu me aproximo segurando sua mão e a puxando para dentro. Felizmente ela se dá por vencida e vem comigo sem reclamar.

Entramos no restaurante e eu a guio para um lugar mais reservado em um canto e puxo a cadeira para que ela sente. Já acomodados, passo os olhos pelo lugar notando várias diferenças desde a última vez que vim aqui, o número de funcionários aumentou junto com a quantidade de clientes, as mesas estão organizadas de forma que todos tenham privacidade e espaço, mas algumas coisas permanecem as mesmas, como os imensos e  magníficos lustres, a música clássica tocando ao fundo e a elegância do lugar.

Quando meu foco volta para a nossa mesa, percebo que Carolina está tímida por conta do lugar.

Talvez eu devesse ter levado ela para um lugar mais confortável, queria que ela se sentisse à vontade e trazê -la ao melhor lugar que eu conheço, não que ela ficasse acanhada.

Pode pedir o que quiser. —digo atraindo a atenção dela para mim.

—Tudo bem. —Ela folheia o cardápio e eu faço o mesmo.

—Então, como está sendo sua estadia na cidade grande? —pergunto tentando descontrair o clima estranho.

—Bem... ainda estou me adaptando, as pessoas daqui parecem estar sempre com pressa e agitadas. —sorrio com seu comentário sincero.

—Você está certa, a maior parte das pessoas quase não tem tempo pra descansar ou se divertir, eles têm que trabalhar e acabam investindo bastante tempo nisso. —A imagem de meus pais vem em minha mente. —Acabam esquecendo que a família precisa muito mais do que dinheiro, comida e roupas... —olho para nada específico atrás dela pensativo e sem perceber que disse isso com rancor.

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