Capítulo 24

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Carolina narrando:

-Eu não tenho dúvidas de que você foi o instrumento usado por Deus pra me fazer chegar até Ele, ou melhor, pra Ele chegar até mim.

Aquelas palavras por mais simples que fossem tiveram um impacto em mim. Passei dias me culpando e me sentindo frustrada pelo meu plano de ajudar o Erick ter falhado e ainda pior que isso, por tê-lo magoado grandemente, e agora, aqui estava ele me dizendo que na verdade eu o tinha ajudado.

-Como você pode dizer isso? Tudo o que fiz foi trazer mais sofrimento a sua vida. -afirmo em tom acusatório.

Minhas palavras saem mais ásperas do que eu esperava. Eu realmente não entendo no que eu poderia ter sido útil.

-Você nunca me fez sofrer, Carolina! Se eu sofri ou me magoei foi só consequência das minhas más escolhas. Em nenhum momento você agiu errado comigo.

Ouvir isso aquece o meu coração.

-Escuta, Carol. -ele se inclina um pouco mais para frente. -Depois que te conheci minha vida mudou muito, esse seu jeito puro e inocente me fez querer ser alguém melhor pra estar à sua altura, e mais do que isso, me fez ver que o meu conceito de felicidade estava totalmente equivocado. Estar com você me fez sentir uma leveza e tranquilidade que há tempos não sentia, me fez sentir eu mesmo...

Abaixo a cabeça sentindo minhas bochechas corarem violentamente.

-Eu não fazia ideia disso. -digo tentando dispensar meu embaraço.

-Quando aceitei esse desafio, uma das coisas que me fez aceitar foi pensar em como eu queria ser feliz como você é, em como eu gostaria de voltar a sentir a paz que você me faz sentir. E eu sou muito grato por isso, você foi o espelho que mostrou o quanto eu era infeliz e o quanto eu preciso de ajuda.

Um lindo e sincero sorriso preenche seu rosto e é inevitável sorrir também.

-Fico feliz em ouvir isso. Confesso que fiquei surpresa em ver você lá na igreja, mas também fiquei muito feliz em saber que você fez a escolha certa em aceitar Jesus em sua vida.

-Eu também não fazia ideia de que isso aconteceria, mas cá estou eu e não me arrependo nem um pouco. -diz dando de ombros.

-Se eu puder te ajudar em alguma coisa, você já sabe como me encontrar. -ofereço.

-Mais uma vez, obrigado. -logo em seguida, ele me encara com insegurança. -Eu sei que nossa última conversa não foi nem um pouco agradável, mas... será que podemos voltar a ser amigos?

-É claro que sim.

Na verdade, isso é algo que eu anseio muito.

-Então vamos oficializar isso direito. -ele estende a mão sobre a mesa e eu dou uma leve risada. -Amigos de novo?

Olho para sua mão e depois para seu rosto que está com uma sobrancelha arqueada.

-Amigos de novo. -digo enfim, apertando sua mão.

Ficamos assim por alguns segundos nos encarando sorrindo, tinha esquecido de como seus olhos são lindos e de como eles me lembram o céu azul.

-E-eu preciso ir pra casa agora. -digo desviando minha atenção para qualquer outra coisa que não seja ele.

-Tudo bem, eu te levo.

Erick paga a conta, mesmo eu insistindo em ajudar a pagar, e seguimos para seu carro. Um sentimento bom permeia em meu ser ao perceber o quão agradável aquela conversa tinha sido.

(...)

Os dias passam maravilhosamente bem, mas minha relação com Erick ainda não voltou a ser como era antes. Quando nos vemos, apenas nos cumprimentamos com saudações triviais do dia a dia, o que me fez pensar se isso é por ele ainda gostar de mim ou por ele ter deixado de gostar.

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