Carolina narrando:
Os dias passam naturalmente sem grandes problemas ou surpresas. Nossas duas primeiras idas ao orfanato tinham saído como o planejado e estávamos super empolgados com o projeto.
Pedro apesar de não falar nada, me deixava tensa com seus olhares e sorrisos afetuosos para mim, como se já soubesse que eu iria aceitá-lo. Mas cada dia que passava eu me sentia mais pressionada e preocupada com o final deste desfecho.
Como prometido, passei a orar sobre isso, se realmente era da vontade de Deus que ficássemos juntos, porém, tudo o que eu sentia era inquietação e medo de magoá-lo.
Em contrapartida disso, me pegava muitas vezes pensando no Erick, nesses momentos eu balançava minha cabeça com a intenção de dispensar esses pensamentos e tentava me concentrar em outra coisa.
Sentia um certo distanciamento entre eu e ele desde o piquenique no orfanato, mas logo afirmava em minha mente que ele não tinha obrigação nenhuma de dar atenção a mim.
Em um certo dia, minha tia vem até o quarto onde estou e me olha com um sorriso.
-Você tem visita.
-Quem é? -pergunto com uma leve expectativa de que seja o Erick.
-Uma mulher chamada Isabel, ela disse que a você a conhecia.
-O nome parece familiar, mas não me lembro de nenhuma Isabel. -digo dando de ombros.
-Bem, eu acho melhor você ir até lá, ela está na sala te esperando.
-Tudo bem. -saio do quarto acompanhada por minha tia e caminho até a sala.
E qual não é a minha surpresa ao encontrar a mãe do Erick sentada no sofá da sala.
-Dona Isabel?
Ela se levanta no mesmo instante e me olha atentamente.
-Olá, Carolina. Eu preciso falar com você.
-Eu vou deixar vocês conversarem à vontade. -minha tia diz e sai nos deixando sozinhas.
-Sente-se. -digo já me posicionado no sofá ao lado direito do seu. -Estou ouvindo.
Ela também se acomoda no outro sofá e olha ao redor.
-Esta casa é pequena, mas parece adequada para uma família morar.
-Obrigado, eu acho. -digo surpresa com sua fala. -Mas o que você gostaria de falar comigo?
Isabel pigarreia e me olha com determinação, sem falhar por nenhum momento com sua pose de autoridade.
-Eu gostaria de saber o que você fez com meu filho.
Mais uma vez me surpreendo com suas palavras e olho para ela em completa confusão.
-Desculpa senhora, mas eu não sei se entendi muito bem.
-Eu explico. Erick era um garoto fechado e rebelde que não dava a mínima para eu e o pai dele, nunca sabíamos aonde ele estava indo nem quando iria voltar, as poucas palavras dirigidas à nós só eram ditas quando fazíamos perguntas à ele. E agora... ele parece outro, vive sorrindo e cantando, em todos os momentos que nos vemos ele fala conosco e eu nunca o vi tantas vezes em casa como hoje em dia...
-E isso não é bom? -um sorriso preenche meu rosto.
-Certamente, mas... é estranho depois de me acostumar com o jeito dele de antes.
-Talvez ele só precisasse de um pouco de amor.
-O quê? -ela me olha como se eu tivesse dito algo absurdo.
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O propósito do Amor
SpiritualSinopse Carolina Monteiro, uma jovem que está ingressando na faculdade, tem a fé como a sua principal arma contra os obstáculos e desafios da vida. Doce, gentil e bondosa, mais ainda assim determinada, tem um lema que diz: "Ser cada dia mais parecid...