Carolina narrando:
Acordo ainda sonolenta e com uma dor de cabeça. Ao olhar o lugar em que estou, não lembro que lugar é esse nem como cheguei aqui, me forço a lembrar o que aconteceu antes de vir parar aqui e a única coisa que me vem à mente é quando após o culto, fui até a cozinha tomar um pouco de água e tentar afastar o mal estar que sentia, Erick veio e falou comigo, depois disso só lembro de ele estar me levando à algum lugar.
Sento na cama me recompondo e a porta é aberta com o Erick entrando com uma pequena sacola em mãos.
-Ah, você acordou! Está se sentindo melhor? -pergunta com um sorriso ansioso.
-Estou melhor, apenas com uma dor de cabeça. Mas... aonde eu estou?
-No orfanato. Você estava com um forte resfriado mais cedo e estava queimando de febre, então resolvi pedir um quarto de hóspedes para que você descansasse.
-Entendi... obrigada.
-Disponha.
Ele se aproxima e senta em uma poltrona do lado da cama de solteiro em que estou. Abre a sacola que trouxe, pegando um comprimido e com a outra mão segura um copo com água que estende em minha direção.
-Pra quê isso?
-Pra sua dor de cabeça, imaginei que sentiria ao acordar. -Sorrio com seu pequeno gesto.
-Obrigada.
-Com licença... -Antes que eu possa processar o que está acontecendo, Erick coloca uma de suas mãos levemente sobre minha testa e a retira depois de alguns segundos. -Só queria ver se ainda estava com febre, mas graças a Deus ela passou.
-Ah... é... que bom. -Coloco o comprimido em minha boca e bebo a água com o intuito de esconder a vermelhidão que toma conta do meu rosto agora.
-Perdão por isso. -Olho pra ele sem entender nada e ele suspira. -A culpa é minha de você estar desse jeito, se eu tivesse te levado diretamente pra casa ao invés de te levar para aquela praia... Com certeza você pegou um resfriado por causa das roupas molhadas com as quais você passou muito tempo e....
-Para Erick. -Interrompo e ele olha para mim. -A culpa não foi sua e eu não me arrependo de ter ido com você à praia. Foi uma experiência maravilhosa e eu não faria nada diferente se pudesse, além do mais, você me ajudou a ver as coisas de um ângulo diferente e me fez tomar uma grande decisão. Então assim como você pediu que eu não pensasse que te magoei, eu peço que não se culpa por isso...
Erick apenas me olha com uma expressão surpresa no rosto.
-Tudo bem. -Diz com um sorriso. -Você tem razão, vamos esquecer disso e agradecer por estarmos bem.
-Isso mesmo. -Concordo satisfeita. -Por quanto tempo eu dormi?
-Não muito, mais ou menos uma hora eu diria.
-A Amanda não procurou por mim?
-Ela veio te ver mais de cinco vezes. -Diz com graça. -Mas eu disse a ela que te faria companhia e assim ela pôde ficar com as crianças.
-Você ficou todo esse tempo aqui? -Sinto as emoções despertarem em mim.
-Claro que sim, você sempre vai poder contar comigo, Carolina. -Sinto um frio na barriga só de ouvi-lo falar isso.
-É muito gentil da sua parte Erick...
-Então você está aqui. -Nós dois olhamos para a porta aberta e vemos Pedro nos encarando, ele olha diretamente para Erick com o rosto sério. -Por que será que eu não me surpreendo em te ver aqui?
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O propósito do Amor
SpiritualSinopse Carolina Monteiro, uma jovem que está ingressando na faculdade, tem a fé como a sua principal arma contra os obstáculos e desafios da vida. Doce, gentil e bondosa, mais ainda assim determinada, tem um lema que diz: "Ser cada dia mais parecid...