Capítulo 35

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(...)

Já estávamos a caminho de Roses city quando Vini mandou mensagem avisando que nossa avó disse que só iriam dormir quando eu e Noah chegássemos, ou seja, todos estavam a nossa espera. 

-Droga! - praguejei.

- Que foi Becca?

- A vovó disse que só iriam dormir quando nós chegássemos.

- E o que tem que tão ruim nisso?

- Eu sinto que tem dedo do Cristian nisso.

- Cristian é aquele seu primo babaca né? - Perguntou.

- Sim, ele mesmo.

- Eu espero que ele não venha com aquelas grosserias com você novamente, por que nem sei como eu irei reagir.

- Relaxa Noah é exatamente isso que ele quer, não deixa ele entrar na sua mente esta bem?

- Só se você me prometer que não vai cair nas provocações dele. 

- Eu prometo tentar.

- Promessa de dedinho? - Disse esticando seu dedinho.

- Promessa de dedinho. - Disse entrelaçando meu dedinho ao dele, selando assim nossa promessa. O restante do caminho eu acabei dormindo e Noah me acordou quando chegamos na entrada da fazenda de tia Amélia.

- Finalmente chegamos. - Disse Noah ao sair do carro.

- Quis dizer infelizmente né? Por que isso aqui vai pegar fogo.- Disse e ele começou a rir. - Não ri Gonzales você não sabe onde está se metendo.  - Ele tirou a mala dele do carro e logo apareceu um rapaz.

- Boa noite senhorita Santhiago e Senhor... - Deu uma pausa e olhou para Noah para que ele dissesse seu nome.

- Gonzales.

- Boa noite Senhor Gonzales. - Disse o mesmo.

- Nada de formalidades me chame apenas pelo meu nome. - Disse e ele me olhou com os olhos arregalados.

- Tudo bem, me chamo Bruno e sou o mordomo, pode me dar eu irei levar a mala para o quarto do casal e...

- CASAL? - perguntei espantada, falei tão do nada que praticamente gritei assustando Bruno e Noah apenas caiu em um mar de gargalhadas.

- Falei algo de errado senhorita? - Perguntou ainda sem entender nada.

- Não Bruno, eu apenas pensei que ficaríamos em quartos separados. - Disse.

- Mas vocês são um casal não é?- Perguntou, Olhando para mim e para Noah que já estava voltando ao normal.

- Nós nã...

- Claro que somos um casal, não é amor? - Disse Noah me interrompendo. - É que estamos juntos a pouco tempo então pensamos que talvez a família não fosse gostar de ver nós dois no mesmo quarto sabe? - Disse me abraçando e dando um beijo em meu pescoço o que me fez ficar completamente arrepiada.

- Eu entendo perfeitamente, mas como eu dizia: irei levar a mala para o quarto de vocês e a senhora Amélia os Aguarda na sala.- Disse e apenas assentindo. Eu fui em direção a sala onde todos nos esperavam e parei em frente a porta.

- Noah eu acho que eu não consigo. - Disse e logo comecei a sentir falta de ar, tudo a minha volta começou a girar e eu apenas me joguei no chão fechando os olhos querendo que tudo aquilo acabasse logo.

- Becca o que está havendo? me diz como eu posso te ajudar. - Disse Noah, seu tom de voz deixou transparecer preocupação, eu queria dizer mais eu simplesmente não conseguia falar. Senti alguém me abraçar e pelo cheiro eu sabia que era Noah, num impulso e correspondi tal gesto e aos poucos fui me acalmando. - Becca você está bem?

- Agora estou Noah, como sabia o que fazer?

- Eu não sabia, só agi por impulso, mas pelo menos deu certo né?

- É. - Disse sem graça e meu olhar virado para aquele salto prata em meus pés.

- Becca olha para mim.- Pediu levantando meu rosto e segurando o mesmo com as mãos. - Eu estou aqui e não vou deixar nada te acontecer, eu enfrento até sua tia se necessário e a gente foge para uma ilha deserta para viver como dois índios. - Falou me arrancando um sorriso.

- Tudo bem, vamos enfrentar as cobras. - Disse entrelacei meus dedos aos dele a abrindo a porta em seguida. Quando dei por mim todos estavam nos olhando atentamente, pareciam surpresos.

- Bequinha, quanto tempo. - Disse tia Amélia me dando um abraço em seguida. - E o rapaz bonitão ai não vai apresentar.

- Tia esse é Noah Gonzales, meu namorado. Noah essa é minha tia Amélia, meu primo Cristian, que você já o conhece e essa é Minha avó Marta.

- Muito prazer em conhece-los. - Disse ele e ela apenas o analisou dos pés a cabeça.

- Acho que falo por todos quando digo que o prazer é todo nosso.

- Bom, todos formalmente apresentados. Agora vamos para o quarto pois estamos cansados. - Disse e sai arrastando Noah de lá antes que pudesse perguntar algo embaraçoso.                                 Subimos as escadas e fomos até o segundo andar onde fica nosso quarto. - E ai quem toma banho primeiro?

- Pode ir que eu vou ligar para Ghael e saber se está tudo bem na empresa. - Disse e foi para a a varanda. Minutos depois estávamos limpos e decidindo quem dormiria no chão.

- Acho melhor eu dormir no chão. - Disse Noah.

- Nada disso você é tipo visita então eu que vou dormir no chão. 

- E se nenhum de nós dormíssemos no chão?- perguntou o mesmo.

- Não acho que seja uma boa idéia.

- Becca você sabe que eu não faria com você nada do que você não quisesse né? - Perguntou e eu apenas afirmei balançando a cabeça. - E então você dorme de um lado e eu do outro e cada um com seu lençol.

- Tudo bem. - Disse e nos deitamos um de costas para o outro.

- Becca, posso te fazer uma pergunta?

- Pode.

- O que aconteceu naquela hora, sabe, antes da gente entrar na sala.

- Desde que meu pai morreu eu comecei a ter crises de pânico, passei anos num psicólogo e me ajudou bastante a descobrir o que causava. Eu tenho alguns gatilhos emocionais e esse final de semana na com a família sempre me causa isso, por que além de me causar muito estresse me faz lembrar o quanto eu me senti só quando ele faleceu. Apenas Vini sabe dessas crises, eu não quis deixar minha mãe ainda mais preocupada e fiz ele prometer que não contaria a ela. E assim ele fez.

- Eu sinto muito. Queria poder te ajudar de alguma forma.

- Você me ajudou Noah, naquele momento eu ainda senti a falta dele, mas você me ajudou a entender que mesmo que ele não esteja aqui, eu não estou só.

- Que bom que pude ajudar mesmo que seja um pouquinho.

- Mas agora é minha vez de perguntar... o que houve entre você e Alan?

- Eu ainda não estou pronto para falar sobre isso Becca.

- Tudo bem, só espero que saiba que eu estou aqui se precisar. Seja lá o que for.

- Eu sei que está. Você é uma em um milhão Becca, eu não quero te perder nunca. - Disse com voz sonolenta, esperei um pouco e virei de frente para o mesmo. Ele já estava dormindo e talvez nem tenha se dado conta do que me falou, mas ainda assim sei que é puramente sincero.


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