⚠️pode conter gatilhos de violência⚠️
Pouco tempo depois que Anne saiu da minha casa, Winifred chegou.
Combinamos de preparar o jantar juntos quando descobri que Winifred, além de uma ótima médica, é uma cozinheira de mão cheia.Às 18, Anne e Roy chegaram. A primeira coisa que reparei quando abri a porta além de que Anne estava estonteantenente linda, foi que ela estava com os olhos vermelhos e que tinha um arranhão fino e longo abaixo do olho esquerdo, meu sangue ferveu quase que instantaneamente, mas meu instinto me mandou manter a calma.
Cumprimentei Roy quase que forçadamente, a minha vontade quando apertei sua mão foi de o virar e o pressionar de costas para mim contra a parede, o ameaçando até que ele saísse dali chorando, e eu nunca mais precisasse ver ele perto da Anne.
Invés disso, os deixei entrar.— Anne, seu pai não vem?
— Acredita que ele preferiu ficar com a Nancy?
- Acredito. Então, essa é a Winifred.Apresentei as garotas quando chegamos na sala de jantar. Winifred começava a arrumar a mesa, ela olhou nos olhos de Anne e sorriu, logo depois olhou para mim com uma expressão preocupada e acenou com a cabeça quase que dizendo "deixa comigo".
— E esse é o Roy, Winnie.
— É um prazer, Anne e Roy. Sem muita cerimônia... Roy, você pode me ajudar com uma coisa na cozinha?
— Claro — Roy concordou e seguiu Winifred. Quando eles saíram de nossas vistas, puxei Anne rapidamente até a sala.— O que foi isso no seu rosto? — perguntei.
— Isso o que?
— Seu olho vermelho, e esse arranhão?
— Gilbert...
— Anne, eu juro, se ele tiver encostado a mão em você...
— Não! Gilbert... Ele não fez isso.
— Então o que aconteceu?
— Ok, nós brigamos, isso é fato. Ele não gostou de eu ter passado a noite aqui e gritou comigo.
— Eu vou ter uma conversinha com esse... — me virei para ir atrás de Roy, mas Anne segurou meu braço.
— Não, deixa eu terminar. — ela cruzou os braços e eu também, esperando a continuação da história — Ele gritou comigo. Você sabe que quando eu fico com raiva, eu choro. Isso é a causa do olho vermelho. Agora eu não sei explicar o arranhão, eu não estava nem sentindo. Mas eu juro, Gilbert. Ele não fez nada, assim que viu que eu estava chorando me pediu desculpas e tudo se acertou.Eu olhei para as mãos dela, ela estava usando um anel.
— Seu anel.
— O que tem?
Puxei sua mão, virando a palma para cima e tateando o anel.
— Tem uma pontinha aqui, isso causou o arranhão, não foi?
— Deve ter sido... Ai, Gilbert. Desculpa ter te preocupado.
— Não foi sua culpa, eu só... Não confio nele.
No tempo em que terminei minha frase, Winifred e Roy apareceram na sala nos chamando para a mesa.
Winifred deixou que eles fossem a frente e me segurou na sala por mais um instante.
—O garoto não perde tempo, deu em cima de mim descaradamente na cozinha. Então, o que houve? — ela sussurrou, e eu respondi no mesmo tom.
— Aparentemente, uma discussão boba. E ela mesma arranhou o rosto.
— Você confia nisso? Eu não. Todos os dias no hospital aparecem mulheres que — ela sinalizou aspas com os dedos — "bateram o rosto no armário", "caíram da escada", "tropeçaram na rua".
— Eu sei, eu sei. É pra minha delegacia que elas vão depois. Eu não vou confiar nisso, não mesmo.Não esperei resposta e me dirigi a mesa, apreciando o clima estranho que estava entre nós. Winifred e Anne conversavam como se fossem amigas há anos. O assunto da conversa? Eu não faço idéia, estava concentrado em fingir que não estava querendo virar aquela mesa em cima de Roy.
— Acho que a gente devia dizer pelo que a gente é grato. — Winifred disse quando o assunto acabou — Eu começo! Eu sou grata pelo meu trabalho, pela minha família que sempre me apoiou, pelas amizades que eu ganhei esse ano e por cada vida que eu salvei, próximo.
— Eu — Roy se levantou — sou grato por tudo de bom que me aconteceu esse ano, incluindo ter reencontrado a minha ruiva — Roy segurou o rosto de Anne para beijar ela, aquela cena me deu ânsia.
— Ok, agora sou eu. Eu sou grata por tudo, "Ah Anne, tudo?". Sim, tudo mesmo. Até as coisas ruins que me aconteceram estão contribuindo pra que eu me torne quem eu vou ser amanhã, e com certeza será alguém melhor do que quem eu sou hoje. Também sou grata pelo meu pai e meus tios que são a melhor família que eu poderia ter, e pela minha mãe que me vê de onde ela está, espero estar dando orgulho pra ela. E também sou grata pelo meu amigo insuportável que nunca sai do meu lado. É isso!Quando percebi que Roy estava irritado com toda a situação, e talvez por Anne não ter citado ele em nenhum momento, decidi tirar uma brincadeira com Anne para me aproveitar.
— Com certeza sua mãe tem muito orgulho de você. Agora, conta pra gente, quem é esse seu amigo insuportável? Achei que eu era seu único amigo, me sinto traído.
Consegui arrancar uma risada gostosa de Anne, aquela que eu não ouvia desde o começo da noite. Eu e Winifred também rimos, mas Roy se manteve com a cara fechada.— Anne, você está rindo muito escandalosamente.
Quando ele disse isso, Anne foi se encolhendo na cadeira aos poucos, parando de rir.
— Suponho que ela possa rir do jeito que ela quiser, Roy. Qual o problema?
— Suponho que você não deva se meter no nosso relacionamento, Blythe. E isso não é problema seu.
— Roy... - Anne tentou o repreender, mas já era tarde. Eu estava fervendo por dentro e por fora de pura raiva.
— Suponho que você deva prestar mais atenção no modo com que fala comigo.
— Suponho que você deva parar de encher meu saco antes que eu perca a minha paciência com você, Gilbert. Anne, nós vamos embora — ele levantou e puxou Anne pelo braço.
— Ei, ela não vai para lugar nenhum. E eu suponho — me levantei — que você vá embora — falei, encostando o dedo em seu peito.
— Não se mete, Gilbert! Ou...
— Ou o que? O que você vai fazer, Gardner? Vai me bater? Hein? — falei em tom de afronta.
—E se eu for? — ele largou o braço de Anne, que correu para perto de Winifred, então veio em minha direção.
— Parem com isso! - Anne gritou, nenhum de nós deu atenção e Winifred pediu para ela fazer silêncio.
— Quero ver você ter coragem!Roy lançou o punho fechado na minha direção, eu desviei segurando sua mão e a abaixando, deferindo um golpe no seu rosto e me afastando ao ouvir o grito de Anne.
— Já chega! — ela pegou seu casaco e andou em direção a porta. Roy tentou a seguir mas ela gritou com ele logo em seguida, o mandando embora.
— Você me paga por isso, Blythe!Estávamos só eu e Winifred no sofá, ela parecia estranhamente descontraída enquanto passava os canais na televisão da sala.
— Desculpa ter estragado a noite, perdi a cabeça...
— Tá brincando?! Eu vivi pra ver você sentando a mão na cara daquele otário.
— Eu acertei ele de jeito, você viu? Vai ficar a marca por pelo menos duas semanas!
— Você tem que me ensinar a socar alguém daquele jeito!
— Eu vou. Mas agora preciso de sua ajuda, acha que Anne ficou chateada?
— Sim, mas não pelo motivo que você acha. Ela queria aquilo também, mas não podia admitir. Talvez a chateação dela tenha sido ter que passar por isso, sabe?
— Sei... Então, o que eu faço?
— Pede desculpa.
— Por..?
— Por socar o cara que ela queria que você socasse? Exatamente, não faça perguntas, mulheres são complexas.
— Te devo uma.
— Me deve várias, mas fica despreocupado, não vou cobrar nenhuma.
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aposta infantil.
FanfictionAnne e Gilbert sempre foram amigos desde crianças, e um dia fizeram a seguinte aposta: "Se não estivermos com ninguém daqui 20 anos, vamos nos casar com o outro". Eles só não sabiam que o tempo iria passar tão rápido. "- Você sabe que não quebro pro...