37. Epílogo

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— Ei, você não pode comer isso! — Gilbert falou, pegando Bertha no colo e limpando a areia de sua mãozinha.
— Deixa ela, é bom pra criar anti-corpos — Anne falou, rindo.

O aniversário de um ano dos gêmeos estava sendo comemorado com um piquenique na praia. Há um ano, Anne estava lutando entre a vida e a morte após um parto arriscado com direito a uma hemorragia. Mas naquele dia, Bertha e Ben Blythe arriscavam seus pézinhos na areia úmida, desafiando até onde os pais lhes permitiriam de ir. Os avós dos gêmeos ofereciam comida tanto para os netos quanto para o casal até eles enjoarem, chegava a ser engraçado quão cuidadosos eles eram.

Diana e Jerry também tentavam inibir o apetite de Labelle por comer areia oferecendo pedacinhos de fruta.
— Acho que vocês deixaram ela se acostumar a comer neve, agora vão ter que ensinar que não se come tudo que é fofinho e se amontoa no chão — Anne brincou.
— Por que bebês sempre querem comer o que não podem? — Jerry falou, pegando a filha e a colocando no colo, a impedindo de alcançar a areia.
— Não sei, Ben nunca tentou comer nada.

Gilbert sentou ao lado de Anne e ela apoiou a cabeça em seu ombro, suspirando para aliviar o cansaço. Um cansaço bom.
— Precisamos fofocar um pouco. — Gilbert falou — Amor, já contou sobre Davy e Cole?
— O que tem Davy e Cole? — Diana perguntou, atenta.
— Eles estão entrando com um processo de adoção, querem uma menina. Davy diz que é apenas a primeira, Cole quer parar por aí, mas sabe como eles são.
— Que bom!
— Cole vivia perguntando se ele ia voltar mesmo... E não é que ele voltou?
— Não só voltou e levou ele junto. Mas com certeza, eles merecem ser felizes.
— Concordo. Passei um bom tempo sem ter notícias deles quando eles se mudaram para França.
— França? Que chique. Queria ter noção do que é isso.
— Eu sou literalmente francês, Diana — Jerry disse.
— E o que tem? Você nunca me levou pra França.
Todos eles riram, até os bebês, mesmo sem entender nada.
— Nathalie e Winifred estão morando juntas e vivem postando fotos com bandeiras bissexuais no fundo, quem imaginaria que elas iriam ficar juntas? — Gilbert disse.
— Imaginei desde o nosso casamento, quando descobri que estavam namorando, mas não é querendo me gabar por estar sempre certa.
— Conhecemos essa história.

Anne e Gilbert levaram os gêmeos até o mar, os fazendo molhar os pés na água salgada. Aquilo não agradou Bertha, que logo chorou querendo voltar para o aconchego dos braços da mãe.
— Ei, vem aqui. — Gilbert chegou perto de Anne, a beijando — Eu amo você.
— O que foi isso? Uma epifania amorosa do nada?
— Talvez tenha sido. Eu só... Só me sinto sortudo por tudo que nós construimos.
— Nós somos, de fato, muito sortudos.
— Sempre achei que ter expectativas muito altas sobre nós iria acabar me fazendo quebrar a cara em algum momento, mas isso... Tudo isso. É mais do que eu poderia imaginar em qualquer sonho fantasioso sobre nós.
— Acha que vamos continuar pra sempre assim, ou em que algum momento você vai ter visto tanto a minha cara que não vai mais me querer por perto?
— Não considero a última alternativa possível, pra sempre é pouco tempo pra te amar, sol. Obrigada por iluminar meus dias.
— Também amo você, lua. Obrigada por me guiar no escuro.
— Olha quem tá chegando! — Gilbert apontou para Moody e Iris, que vinha correndo pela areia em direção a eles.
— Tio Gilbert! — Iris gritou, o abraçando.

Ela já estava com seis anos e a cada dia se parecia mais com Ruby, em aparência e personalidade.
— Desculpem o atraso, precisei buscar ela na escola — Moody disse.
— Tudo bem. — Anne falou, voltando para onde todos estavam, sendo seguida pelos outros — Então, borboletinha. Como foi seu dia?
— Foi bom! — Iris respondeu, sentando na areia e cruzando as pernas — Na hora do recreio, um amigo tentou me irritar, mas meu outro amigo me defendeu. Eu fiz uma aposta com ele que...
— Espera, aposta? — Gilbert perguntou.
— Sim.
Todos os adultos ali se entreolharam, já tendo como prever o fim daquele história. Anne apoiou a mão na testa e arregalou os olhos, e em negação, disse:
— De novo não!

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nem acredito que vou dizer isso mas... ACABOU!!! 😭😭 obrigada por todo mundo que acompanhou e torceu pelo meu casalzinho, e pelo apoio que vocês demonstraram que foi muito importante pra mim! já estou pensando em novas histórias pra trazer aqui, fiquem ligados...

esse foi o fim! ou talvez um novo começo.💛

aposta infantil.Onde histórias criam vida. Descubra agora