Vitória: Tô com cara de mãe Diná, Oliveira? - cruzei os braços.Oliveira: Pior que tá em, mas nem é cara de mãe Diná não, é de palhaça mesmo. - riu, voltando a atenção pro desenho.
Vitória: Tu tá engraçado hoje, né? Tá com patati e patata enfiado no cu, porra? - me joguei no sofá de cara fechada.
Oliveira: O melhor de tudo é saber que tu não mudou em nada, continua a mesma de sempre, se estressando por tudo.
Vitória: Já disse que te acho estranho? E na real, eu também sou, tô andando com um cara que nem sei o nome.
Quando ele ia abrir a boca pra falar algo, a porta foi aberta me fazendo levar um susto e me virar para trás tendo a visão de uma senhora entrando cheia de sacolas.
Oliveira: Porra mãe, falei pra senhora avisar quando fosse sair, tinha mandado um vapor com a senhora. Agora vai ficar carregando peso aí, tá veiona já dona Maria, fica achando o contrário não. - disse enquanto pegava as sacolas da mão dela.
A senhora ficou um tempo olhando ele com a cara fechada e quando ele já estava quase entrando na cozinha, só vi a chinela avoando e acertando bem na cabeça dele.
Cara nem deu, tive que rir. Ele quase caiu no chão, foi aí que eu ri mais ainda, chamando a atenção da senhora.
Fui parando aos poucos ainda meio envergonhada, tava na casa dela e nem conhecia, mas ela me olhava com os olhos brilhando e um sorriso tão doce, que senti em casa.
Maria: Vitória? - arregalei os olhos. - Menina, mas tu voltou? Achei que a cobra da tua mãe ia te deixar trancada lá por mais alguns anos! - veio até mim, me abraçando com força.
Vitória: A, pois é, sai de lá sim. - murmurei entre um aperto e outro.
Oliveira: Mãe ela ainda não..
Na hora a tia me soltou, e dessa vez me olhou com um pesar, vi resquícios de dor passando pelos seus olhos, parecendo se lembrar de algo.
Maria: Ah, nossa me desculpa! Bom, eu sou a Maria, mãe do João. No caso esse moleque feio aí - apontou pro outro com cara de nojo.
Olhei pra ele na hora sorrindo que nem o gato de Alice no país das maravilhas, agora eu sabia, hehe.
Vitória: Prazer dona Maria, a senhora é muito linda, como pode ter um filho tão feio assim? - me envolvi na conversa.
Maria: E não é, minha filha? Vivo dizendo que ele foi trocado na maternidade, mas tu entende? Porque ele não. - jogou os cabelos de lado.
Oliveira: Engraçadão demais aí a interação de vocês, mas na onde é que a senhora tava, dona Maria? Porque eu sei muito bem que em casa não dormiu.
Maria: Ô João, solta minha blusinha, eu em! Vitória sua linda, não quer tomar café com a gente? Eu faço uma coisa bem rapidinha.
Vitória: Olha eu.. - antes deu terminar de falar, senti meu celular vibrar no bolso, peguei e vi o nome na tela. - Só um minuto.
Sai pro lado de fora da casa e atendi o telefone escutando a voz do K7.
IDL📲
K7: Bom dia. Aí espero não ter te acordado pô, vim pegar a Yara. - engoli o seco e tirei um pouco o celular vendo que horas era, e porra!
Vitória: Acordo nada, amor. Mas é que eu tive que dar uma saidinha rápida, mas faz assim eu vou correndo pra casa.
K7: Não, pô. Eu passo outra hora, precisa se preocupar não, a mãe dela pode esperar um pouco.
Vitória: É dia da mãe? Tô me sentindo muito irresponsável, af! - escutei uma risada gostosa dele do outro lado e acabei rindo também. - A Larissa tá em casa! Vou ligar pra ela aqui e ela sai aí fora com a Ya, beleza?
K7: Se não for incomodar muito, agradeceria demais!
Vitória: Tudo bem então, desculpa mesmo não estar aí K7, mas vamos marcar de sair, nós três.
K7: Claro, vamo sim. Obrigadão mermo aí ter cuidado dela ontem, salvo real.
Vitória: Já disse tá deboinha, precisar é só ligar more, beijão.
K7: Beijo.
FDL📲
Liguei pra Lari que atendeu no segundo toque e pedi pra ela levar a Yara lá fora pro pai. Desliguei o telefone e me virei tomando um susto com o Oliveira me encarando.
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𝑀emórias - 𝐴𝑄𝑈𝐴𝑅𝐼𝐴𝑁𝐴 - CONCLUÍDA
Non-Fiction𝑺𝑨𝑮𝑨 𝑯.𝑹💅🏼 As memórias amargas não podem nos aprisionar. Elas fazem parte da vida - como o sorriso, o por do sol, o instante de oração. Curioso é que esquecemos rápido nossas alegrias, embora sempre façamos com que o sofrimento dure mais do...