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Vitória: Eu tô pronta, eu tô pronta, eu tô pronta... - fui murmurando o caminho inteiro a mesma coisa.
Larissa: Ô Vitória, não é como cê vocês fossem transar né! - olhei pra ela com os olhos arregalados. - Quié?
Vitória: Tá doida, Larissa? Meu pai pega a gente falando dessas coisas mata a gente! Deusolivre! E sobre isso, eu e ele somos melhores amigos, nada vê isso menina. - fiz o sinal da cruz.
Larissa: Se ele não quisesse que a gente falasse ou soubesse o que é isso, não conversava com o tio PH perto da gente, né. E ó, pode parar com isso aí de melhor amigo, sei muito bem que tu tá louca pra beijar aquele garoto!
Vitória: Mesmo assim! E deixa meu pai nos ouvir falando disso, além de matar, da nosso corpo pro Otaviano comer, escuta o que eu tô te falando!
Xx: E o que cê tá falando, Vitória? - escutei uma voz grossa atrás de mim, e na hora meu cu trancou legal.
Olhei de soslaio pra Larissa e ela tava do mesmo jeitinho que eu, dava até pra ver a gota de suor que caia sobre a testa dela. Nos viramos juntas, visualizando meu pai com a cara fechada e os braços cruzados, com o tio PH ao lado dele
Larissa: Tio Jaca! Como o senhor tá? E o churras lá na treze, vai ter ainda? - deu um sorriso amarelo.
Jacaré: Tá abusada né, Larissa? Tua mãe vai gostar mermo de saber desses papo de tu em churras, fica esperta não! E pra onde é que cês tão indo, tem tarefa de escola pra fazer não?
Larissa: Caraca, tio, senhor era mais de boa em! Mas nós ta indo ali na tia Maria, ela pediu nossa ajuda pra fazer uns trem lá. - respondeu calma.
Eu não falava nada, era capaz deu acabar com tudo, e ainda levar uma surra no final.
Jacaré: É verídico esse papo aí, Vitória? Cês tá ligado que aqui é certo pelo certo. Se eu ver que tão mentindo, vai apanhar as duas!
Na hora a Larissa me olhou apreensiva, ela sabia que sempre quando meu pai colocava terror psicológico, eu acabava contanto tudo, e no final apanhava do mesmo jeito, mas dessa vez foi diferente, coloquei uma mecha do meu cabelo pra trás normalmente, e olhei pro meu pai com o rosto neutro.
Vitória: É sim, papai. Tia Maria queria que a gente ajudasse ela com umas coisas, não explicou muito bem, disse que assim que a gente chegasse lá, ela ia falar melhor.
Lari me olhava com com a boca levemente aberta, enquanto meu pai me encarava com os olhos semicerrados, no final ele só concordou, deu um beijo na testa da Larissa e outro na minha e continuo subindo a escadaria, enquanto eu e minha prima descíamos.
Fomos realmente em direção da casa de Tia Maria, mas assim que batemos na porta, foi o Jonathan que atendeu, Larissa que tava do meu lado, já correu e abraçou o mesmo, esperei eles terminarem e entrei pra dentro, fazendo um toque com o Jota.
Olhei ao redor, caminhei até a cozinha, sala, e nada dele. Me virei pro casal, e antes mesmo deu abrir minha boca, o Jonathan foi mais rápido.
Jota: Ela tá lá em cima, pô. Disse que era pra tu subir assim que chegasse. - assenti com a cabeça e fui correndo em direção às escadas.
A casa estava vazia, se não fosse pela gente mesmo, dona Maria tinha saido com as amigas dela e deixou a casa toda pro filho dela, e ele nos convidou pra vir aqui.
No final da escada, havia um pequeno corredor com três portas, duas do lado esquerdo e uma no direito, e como eu já sabia de cor qual que era qual, caminhei até a do lado direito, a abrindo lentamente e visualizando Renan sentado na beirada da cama com um porta retrato na mão, de longe dava pra ver que foto era, dei um sorriso sem graça abaixando minha cabeça um pouco.
Renan: Vita? Caraca, pensei que nunca ia chegar. - deixou a foto na cômoda e se virou pra mim. - Entra aí pô, fecha a porta.
Fiz o que ele pediu e caminhei até a cama me sentando ao seu lado. Fui surpreendida por um abraço apertado, e um murmúrio dele dizendo que estava com saudades, e sério, devo estar parecendo um pimentão agora.
Vitória: Que saudade o que, Renan! Me viu ontem, e tá com esses papo hoje. - disse baixo.
Renan: É serin, aquariana, tava com mó saudades de sentir esse teu cheiro de morango, já disse que amo esse perfume, ou seja lá o que for? - desgrudou de mim, deixando minhas mãos em cima da sua coxa.
Dei um sorriso de lado, me sentindo realmente a cheirosa naquele momento.
Vitória: Já disse que amo quando você me chama assim? É incrível como só você lembra desse apelido bobo, mas que eu sempre gostei.
Renan: Pode ficar mec, que não vou parar de te chamar assim tão cedo, mas pô, eu já disse que te amo? - olhei pra ele atônita, com a boca meio aberta e as sobrancelhas erguidas. - Tu é perfeita, nunca deixe dizerem o contrário, e esse teu jeito de sempre ficar vermelha quando eu te elogio, porra, isso me mata aos poucos, tá ligado? Posso estar parecendo emocionado pra caralho falando essas coisas, mas mina, eu te amo demais, obrigado por sempre estar aqui, e quero que saiba que independente sempre vai ser nós por nós.
Um sorriso foi crescendo aos poucos, " nós por nós " ele sempre dizia isso, e eu amava demais quando ele falava.
Encarei seus olhos escuros por um tempo e desci meu olhar pra sua boca, parecia tão convidativa. Levantei novamente os olhos, agora fixando os nossos, sem desviar.
Vitória: Eu também te amo muito, e independente de qualquer coisa, sempre vai ser nós por nós.
Em um movimento rápido, Renan acabou com o espaço que existia entre a gente, colando sua boca na minha.
Ela era tão macia, e cada vez mais, eu ficava com vontade de beija-lo. Sua mão subiu pelo meu braço em direção a minha bochecha, onde ele deixou ela.
Ele puxou meu lábio inferior, me fazendo entre abrir a boca dando espaço para língua dele entrar, e começar a explorar toda a minha boca em um beijo lento e cheio de desejo.
Um tempo depois, nos afastamos um pouco, o bastante para ele apenas murmurar um eu te amo, e atacar minha boca novamente, só que dessa vez com mais rapidez.
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𝑀emórias - 𝐴𝑄𝑈𝐴𝑅𝐼𝐴𝑁𝐴 - CONCLUÍDA
Não Ficção𝑺𝑨𝑮𝑨 𝑯.𝑹💅🏼 As memórias amargas não podem nos aprisionar. Elas fazem parte da vida - como o sorriso, o por do sol, o instante de oração. Curioso é que esquecemos rápido nossas alegrias, embora sempre façamos com que o sofrimento dure mais do...