Duas semana depois| Vitória
Os dias tem sido cada vez mais difíceis, mesmo que tenha passado apenas alguns dias eu já sinto que estou ficando louca a cada um que passa.
Dois dias depois de descobrir que meu amor tinha morrido, Renan me tirou daquele cativeiro e me trouxe até uma casa que fica literalmente no meio do nada, eu olho pelas janelas e só vejo mato. O pior é que enquanto estavamos vindo ele tampou meus olhos então mesmo se eu fugisse, não saberia para onde ir.
E sair daqui é quase impossível, tem guardas por todos os cantos dessa casa e câmeras também, me sinto no BBB as vezes. Renan aparecia na casa um dia sim e outro não, e sempre quando vinha a gente tinha que passar o dia todo juntos como no típico comercial de margarina, eu precisava fingir que estava feliz mesmo me sentindo quebrada por dentro e se eu não fizesse, as consequências não seria das boas.
Nos primeiros dias eu relutei muito, gritei, esperneei, chorei e no final o que recebia dele eram chutes e socos, fiquei com medo de perder meu filho então resolvi entrar no teatro dele.
Acho que a única coisa que ainda me mantém aqui em pé, e lutando cada dia mais esperando por um milagre é ele, João Vitor tem sido a minha luz no final do túnel.
Suspirei passando os dedos sobre a minha barriga e sorri o sentindo mexer. Fazia um tempo em que ele não fazia isso, ele sempre se mexia ao ouvir a voz do pai e nos últimos dias tem estado tão quieto.
Renan não faz ideia da existência dele e eu prefiro assim, só deus sabe o que aquele maluco pode fazer com meu filho se souber. Eu tive muita sorte pela minha barriga não ter crescido muito, apesar de estar quase nos sete meses ela está bem pequena em um volume considerável, então era só colocar alguma roupa larga e ninguém notaria a pertuberacia.
Ouvi a porta ser aberta em um estrondo e pulei da cama no susto. Renan me olhava possesso de raiva e eu nem entendi quando ele chegou perto e me puxou com força em direção a porta. Não era dia dele estar aqui, então alguma coisa devia estar acontecendo.
Vitória: Renan pelo amor de Deus, eu não fiz nada! - choraminguei, tentando soltar meu braço.
Renan: CALA BOCA PORRA! - sua respiração estava totalmente descontrolada, ele me arrastava pelos corredores daquela casa que mais parecia uma mansão e parou perto de uns meninos que estavam armados até o dente dando algumas ordens. - Eu quero todos mortos, estão me entendendo? - franzi o cenho.
Xx: Sim senhor. - gritaram em uníssono e saíram correndo em direção a saída.
Nesse mesmo momento eu escutei os barulhos de tiros, arregalei os olhos e por impulso coloquei a mão em meu ventre protejendo meu filho. Renan seguiu meus movimentos e sua atenção foi posta em minha barriga, tentei me afastar quando ele puxou minha camisa mas foi em vão, assim que ele levantou a camiseta suas pupilas dilataram e eu nunca achei que veria alguém com tanta raiva assim.
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Sem revisão.
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𝑀emórias - 𝐴𝑄𝑈𝐴𝑅𝐼𝐴𝑁𝐴 - CONCLUÍDA
Kurgu Olmayan𝑺𝑨𝑮𝑨 𝑯.𝑹💅🏼 As memórias amargas não podem nos aprisionar. Elas fazem parte da vida - como o sorriso, o por do sol, o instante de oração. Curioso é que esquecemos rápido nossas alegrias, embora sempre façamos com que o sofrimento dure mais do...