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Maratona 01 de 03.

Algumas semanas depois.

Larissa: Cê tem certeza prima? - me olhou com um pouco de receio.

Vitória: Eu não sei, sério! Mas parece que só eu não sei o que acontece na minha própria vida! E isso de certa forma me sufoca, eu não consigo mais nada sem alguém falar, mas você não gostava daquilo ou você não fazia isso antes. Eu preciso de respostas, Lari, só isso. - desabafei, ficando com a respiração um pouco desregulada.

Nos últimos dias tem sido um verdadeiro inferno na minha vida. Resolvi me enturmar mais com as pessoas da favela, comparecer mais nas festas, conheci pessoas que conhecem a minha mãe ou até mim quando eu era pequena, e como eu não me lembro muita coisa de quando eu morava aqui resolvi ir mais a fundo, só que toda vez que eu faço alguma coisa eles apontam algo, aí eu peço para me explicarem e eles simplesmente falam: não, não é nada.

Me sinto muito deslocada, como se eu não fizesse parte desse lugar, e realmente eu não faço por não me lembrar muito daqui, das minhas origens.

Com algumas perguntas, consegui descobrir que existe uma mulher aqui na favela, que consegue nos falar do nosso passado e do nosso futuro, resolvi ir até ela, mas parece que tá difícil viu.

Larissa: Prima, não adianta querer saber mais sobre o passado. Se você não lembra das coisas, é pro seu próprio bem, deixa isso de lado Tória, por favor.

Vitória: Não! Eu preciso de respostas, Larissa, tenta me entender, por favor!

Ela continuou me olhando por um tempo e suspirou balançando a cabeça.

Larissa: Tudo bem, mas eu vou com você.

Vitória: Quero ir sozinha, será que tem como? Preciso de tempo e espaço.

Larissa: Não sei não em, se a sua mãe descobre isso ela vai me matar. - resmungou baixo.

Vitória: Não sei porque, mas fica de boa que eu não irei falar nada pra ela, sério! E se caso ela ligar, fala que eu estou resolvendo algumas coisas da faculdade.

Larissa: Em um sábado, Vitória?!

Vitória: Claro, pra ela não tem dia para estudar, vou deixar meu celular em casa também, então não tente me ligar.  - fui para mais perto dela e a abracei, apertando-a mais a mim. - Obrigada por me deixar fazer isso, você não sabe o quanto me sinto bem com a sua permissão, mesmo não precisando dela. - murmurei em seu ouvido antes de me afastar.

Larissa: Você sabe que eu ainda sou mais velha, né? Então sempre vai precisar da minha permissão, besta! - me empurrou de leve.

Vitória: Mi, mi, mi sebosa. - mostrei língua. - Tchau laripau, te vejo mais tarde. - disse antes de sair correndo.

Fechei a porta rindo, e escutei o barulho de alguma coisa se chocando contra ela.

Sai do nosso quintal e encostei o portão. Fui descendo a rua da casa até chegar na avenida, atravessei pro outro lado e comecei a subir o beco que tinha do outro lado da boca da 9, subi uma escadaria do caralho e entrei em uma viela que dava de frente pra casa da mulher.

Era um terreno praticamente abandonado se não fosse pela pequena casa de madeira que tinha alí, fui passando pelo mato mesmo e parei em frente à porta, dei três toques e a mesma abriu sozinha, revelando uma mesa com algumas coisas em cima, e uma velhinha sentada atrás dela enquanto arrumava algumas cartas.

Xx: Vitória, estava mesmo te esperando.

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Bom dia?

Ó, não prometo terminar hoje, mas vou tentar muito em, e se por acaso eu não terminar, aumento a maratona, mas é isso, beijão!

𝑀emórias - 𝐴𝑄𝑈𝐴𝑅𝐼𝐴𝑁𝐴 - CONCLUÍDAOnde histórias criam vida. Descubra agora