Oliveira
Sai da boca e desci pra casa a pé mesmo, cumprimentei alguns moradores que passavam pela principal e até parei pra falar com alguns.
Maior onda boa essa de ter a sensação de tá fazendo a coisa certa por quem tá aqui, sei que antes do Jacaré isso aqui era maior bagunça, morador sofria na mão do de frente e como o dito eu faço de tudo pra dar sempre o melhor pra eles.
Maria: João!! - escutei o grito e me virei rápido, dona Maria vinha subindo o morro cheia de sacola.
Sai andando na direção dela só o ódio, já deixei avisado pra esses vapor tudo que se ver ela assim é pra ajudar, mas parece que essas porra é tudo surdo.
Oliveira: Pô mãe, porque não avisou? Eu tinha mandando alguém ir lá pra senhora. - disse pegando as sacolas.
Maria: Tô com cara de inválida João? Eu em, larga minha blusinha! - ergui as sobrancelhas.
Oliveira: Que história de blusinha é essa? Tá fumada é? Aô, vou ter que colocar a senhora no asilo antes da hora mesmo? – nem vi quando, ma quando assustei ela já tinha descido um tapa em mim. Essa porra ainda ardia pra caralho, parece que tem ferro na mão, só pode.
Maria: Você me respeita seu resto de esperma! Deixa, João, deixa. Sua hora tá chegando em, te quebro no pau garoto!
Comecei a rir dando umas passadas mais rápidas pra não ganhar outro tapa. Eu brinco pra caralho, mas hora de ser sério é isso mesmo, levanto a voz com qualquer mandando aí, mas pra minha mãe oão coisas bem simples: fico quieto e abaixo a cabeça.
Não importa o que for, posso tá certo, errado, sempre dou a razão a ela. Mãe é mãe, coisa sagrada, respeito ao máximo independente do que rolar.
Maria: Quer ficar pra comer não meu filho? Faço uma janta rapidinho pra você. - perguntou assim que eu deixei as coisas na mesa.
Oliveira: Pô coroa, Vitória disse que queria falar comigo lá em casa, vou vazar já.
Maria: Que, que tu fez em? Olha la em João! - estreitou os olhos.
Oliveira: Eu que faço as coisas? Ih, a senhora era melhor antes em.
Maria: Quem te conhece que te compre garoto!
Pedi a benção e sai da casa dela correndo, aquariana tinha me mandando mensagem cedo dizendo que tinha um bagulho importante pra falar. Fiquei azucrinando ela o dia todo, mas quem disse que a filha da mãe abria a boca? Nada pô, nem quando eu falei que compraria açaí pra ela. Achei até estranho já que a mandada nem é de negar, então o trem é sério mesmo.
Oliveira: Vitória! - gritei assim que fechei a porta.
Ela chegou na sala depois de sair correndo de algum cômodo da casa, seu cabelo tava molhado pelo recente banho e vestia um vestido branco solto.
Vitória: Oi amor, até que enfim! - me abraçou e me deu um selinho se afastando.
Oliveira: Passei la na mãe pô. Mas fala aí, qual que era o b.o?
Ela mudou de expressão rapidamente deixando o rosto neutro, pegou na minha mão e me levou em direção ao quarto.
Tinha uns quatro balão branco no teto e uma caixinha amadeirada na cama, ela me fez sentar e colocou a caixa sobre as minhas pernas.
Vitória: Antes de você abrir, quero que saiba que eu já sabia disso a algumas semanas, mas estava esperando o momento certo pra contar. Como recentemente eu descobri que não existia um momento certo, resolvi fazer hoje que foi quando eu descobri umas das melhores coisas da minha vida. - suspirou. ‐ Quando me contaram de primeira eu reneguei sabe? Achava que não tinha estrutura para algo dessa maneira, mas descobri que eu posso sim receber essa notícia com uma imensa felicidade. Acima de tudo esse sempre foi meu sonho e fico grata por saber que estou dividindo ele com você! Eu amo você!
Vitória ja chorava e eu tava começando a estranhar. Abri a caixa e a primeira coisa que eu vi foi uma folha de caderno e em baixo um bagulho tipo imagem, mas só tinha um borrão branco em um fundo preto. Desdobrei o papel e na primeira linha senti meu sorriso crescer e uma lágrima descer sobre meu rosto.
Oi papai!
Bom, pelo visto a mamãe decidiu enfim falar sobre mim, ela já disse que tá animada com tudo isso? Poisé, no início nem sempre é bom, mas estou muito feliz por saber que agora esta tudo bem entre a gente.
Não sei se a mamãe comentou também, mas daqui daqui alguns meses a gente vai poder jogar bola juntos, um máximo não é? E sim, sou um menino, o menino do papai e da mamãe.
Mesmo sem conhecer, eu já amo muito vocês dois e já estou com muita vontade de conhecê-los.
Nos vemos em breve, um beijo.
Assinado: Bebê da Vitoria e do João.Porra, meu coração tava na boca já. Puta que pariu!
Oliveira: Eu vou ser pai porra! - gritei, agarrando a vitória pela cintura e girando ela no ar.
Não dava pra expressar tanta felicidade que eu tava sentindo agora tá ligado? Porra, meu menino tá vindo aí, perdi toda a minha postura na moral.
Vitória: E aí papai do ano, tá feliz? - perguntou com um sorriso enorme no rosto.
Oliveira: Caraca, feliz? Feliz é pouco! Essa é a melhor notícia no mundo! Caralho amor, obrigado, obrigado! - beijei ela entre os agradecimentos. - Esse foi o melhor presente que tu poderia ter me dado, valeu mermo. Te amo demais, aquariana.
Vitória riu feliz e me abraçou mais apertado.
Vitória: Eu também te amo.
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𝑀emórias - 𝐴𝑄𝑈𝐴𝑅𝐼𝐴𝑁𝐴 - CONCLUÍDA
Non-Fiction𝑺𝑨𝑮𝑨 𝑯.𝑹💅🏼 As memórias amargas não podem nos aprisionar. Elas fazem parte da vida - como o sorriso, o por do sol, o instante de oração. Curioso é que esquecemos rápido nossas alegrias, embora sempre façamos com que o sofrimento dure mais do...