01

8K 564 150
                                    


10 votos e 15 comentários.

Vitória🦋

Levantei sentindo meus olhos pensarem, parecia que tudo tava rodando, a luz que entrava pela janela tava me causando um dor de cabeça do caramba.

Me sentei na cama e olhei ao redor, vendo a Larissa toda largada, babando no travesseiro.

Flashes da noite começaram a surgir na minha cabeça, me fazendo lembrar de não beber muito como eu bebi ontem. Eu literalmete entornei o balde, bebi o que eu não podia e mais um pouco.

Levantei da cama e fechei as cortinas indo direto pro banheiro, fiz tudo o que tinha de fazer e fui para cozinha.

Coei um café e olhei no relógio, já ia ser onze horas. Comecei a fazer a comida, tinha certeza que a Lari só ia acordar mais tarde.

Fiz um arroz, feijão, bife e salada, coloquei um pouco em um prato e me sentei na mesa pra comer.

Eu não sabia o porque, mas aquele cara nao saia da minha mente, parece coisa sabe? Grudou igual chiclete.

Mais a última coisa que eu quero é homem perto de mim, ainda mais depois da última vez, prefiro ficar longe, muito longe.

Terminei de comer e quando me levantei da cadeira, a Larissa entrou na cozinha com a cara toda amassada.

Larissa: Bom dia, prima. - bocejou. - Véi, eu nunca mais bebo, sério mesmo!

Vitória: Ata, e eu sou o papa? Qual é, Lari, desde que eu me mudei pra cá você diz isso, e quando vai ver tá lá, bebendo todas e passando vergonha por causa daquele cara, qual é mesmo o vulgo dele? Jonas, Jullio, Jo..

Larissa: Jota, Vitória, o vulgo dele é Jota. - revirou os olhos. - Passou alguns anos na Bahia e nem lembra mais das pessoas.

Vitória: Eu deveria me lembrar? - ergui as sobrancelhas.

Larissa: Perai, a gente vivia brincando juntos, brincando não, se metendo em problemas! - riu. - Claro que, depois que ele entrou pro movimento ninguém mais o reconhecia, ele mudou e afins, mas éramos super amigos, não lembra? - cruzou os braços. Apenas neguei com a cabeça. - Sua mãe literalmente fez uma lavagem cerebral em você, deusolivre! Agorinha vai falar que não lembra do Oliveira também. - resmungou indo até as panelas.

Vitória: Quem é esse? - perguntei, enquanto colocava meu prato pia.

Larissa: Aquariana!? - praticamente gritou, me virei pra ela e as coisas que eu disse ontem para aquele cara veio na mente.

Vitória: Eu disse isso ontem, para aquele cara que tava no baile. Não me lembro onde ouvi isso, mas não importa, não vou vê-lo mais mesmo.

Larissa: Meu Deus! - me olhou abismada. - Literalmente uma lavagem cerebral, mas isso deve passar, eu acho.

Enquanto ela pegava comida resmungando algumas coisas, eu tratei de lavar meu prato, pensando sobre o que a Lari disse.

Eu não me lembro de quase nada de quando eu morei aqui com os meus pais, tenho poucas memórias dos meus dias aqui. Umas das coisas que lembro é de quando minha mãe e eu fomos embora para a Bahia, onde os pais dela moravam.

Ela nunca me disse o porquê de termos ido ou o porquê do meu pai ter ficado, eu nem lembro  muito como o mesmo é, só sei de coisas que a minha mãe conta, de como ele era um homem maravilhoso. Porque segundo ela, alguns anos depois que nos mudamos, ele faleceu, não tive a chance de fazer memórias novas com ele, mas bem, não sentimos falta daquilo que nunca tivemos.

Larissa: Então, pagode mais tarde, topa?

Vitória: Tá doida? Não basta a ressaca de ontem, outra hoje? - olhei pra ela.

Larissa: Sabe o que dizem né, se quer curar ressaca é só beber mais, melhora rapidinho!

***

Às leitoras antigas e as novas, sejam bem-vindas!

𝑀emórias - 𝐴𝑄𝑈𝐴𝑅𝐼𝐴𝑁𝐴 - CONCLUÍDAOnde histórias criam vida. Descubra agora