ALERTA DE GATILHO: ASSÉDIO.
Nada é para sempre.
Foi da pior maneira possivel, mas eu entendi isso. Aprendi a sobreviver sem ele; aprendi a sobreviver sem minha memória, posso aprender a viver sem qualquer coisa, mas não sei se consigo sem meu filho.
Faz tão pouco tempo que eu o conheço, mas sei que daria por ele a minha vida, pois ele era ela. Sem ele meu mundo ficaria sem cor, sem alegria, sem amor. Eu teria ainda o João, mas não é a mesma coisa. O amor de uma mãe por um filho é a coisa mais esbelta e singela que pode sentir, esse sentimento é tão avassalador que passa por cima de qualquer outra emoção, qualquer amor que diga sentir por outra pessoa.
Respirei bem fundo tentanto controlar o choro. Agora não era o momento, eu precisava ser forte, não por mim mas por ele.
Tinha recuperado a consciência a pouco tempo, o lugar aonde me colocaram era todo escuro e cheirava a mofo, a minha esquerda pude ver as frestas de luz saindo da janela que estava toda tampada por tabuas. Tentei olhar melhor pela escuridão e constatei que estava sozinha aqui.
Aonde está Larissa? E a doutora? Não me lembrava muito do que tinha acontecido, lembro de uma luz forte e depois a visão dele. Mas não quis acreditar, não pude.
Tossi sentindo um incomodo forte na garganta, iria fazer algumas horas que eu não bebia algo e ela já está começando a secar. Como se ouvissem meus pensamentos, um corpo alto se esgueirou pela porta trazendo consigo o que pareceu uma garrafinha.
O cara de tamanho mediano foi chegando cada vez mais perto e pude ver seu rosto, mas não consigui identificar quem era.
- Chefe mandou pra tu. - jogou a garrafa no meu colo. Me afastei um pouco com medo e ele deu mais um passo pra frente. - Bebe logo garota, e sem tentar gracinha em. - avisou com a voz grave.
Abri a garrafa com uma certa rapidez e bebi tudo em um gole só. Joguei a garrafa no chão e limpei os respingos da agua que ficou no meu rosto.
O cara semicerrou os olhos e chegou mais perto deixando seu rosto bem perto do meu, acabei me afastando mais e bati com a cabeça na parede. Gemi de dor e passei meus dedos sobre aonde doia.
- Tu é gostosinha né. Agora entendi o porque da obsessão daquele maluco por ti. - levantou a mão deixando bem na minha linha de visão e passou os dedos pela minha bochecha. - Porra, imagina essa tua boca no meu pau enquando me olha com essa carinha de inocente. Só de pensar meu fica duro. - sussurou, sorrindo malicioso.
Senti um arrepio passar por todo meu corpo, mas não de prazer e sim de nojo. Me senti suja, senti toda minha pele arder e no momento o que eu mais quis fazer e me esfregar tanto ao ponto de não sob rar mais sujeira. Suspirei deixando um sorriso lascivo se apossar dos meus labios, o cara a minha frente sorriu junto em um flerte horrivel e foi nesse momento em que eu juntei todas as minhas forças e guspi toda a saliva acumulada em minha boca na sua cara.
O otario se afastou um pouco para se limpar e me olhou novamente com raiva, muita raiva. Sua mão subiu e na hora eu fechei meus olhos esperando pelo tapa, mas uma voz o fez parar com o ato, e o arrepio que eu senti aquele momento agora foi dez vezes pior. Ele voltou.
- Encosta um dedo nela que eu mesmo te mato seu filha da puta.
sem revisão fml.
20 votos e 25 comentários pro próximo.
Não quis aprofundar muito no assunto, estou deixando isso para outro livro, mas enfim. É muito foda voce ser tradada como a porra de um objeto enquanto ve outra pessoa passar a mao ou dizer algo que voce nao goste, ver a pessoa não aceitar um não. ISSO TA ERRADO! Não aceite nada disso calada meninas, se algo do tipo ja aconteceu com vc fale, grite. Podem não te escutar mas voce nao vai estar sozinha, garotas por garotas sempre, sororidade pessoas. Desculpa se essa parte da historia foi gatilho para voces e se quiserem conversar eu estou aqui, podem me chamar mesmo.
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𝑀emórias - 𝐴𝑄𝑈𝐴𝑅𝐼𝐴𝑁𝐴 - CONCLUÍDA
Literatura faktu𝑺𝑨𝑮𝑨 𝑯.𝑹💅🏼 As memórias amargas não podem nos aprisionar. Elas fazem parte da vida - como o sorriso, o por do sol, o instante de oração. Curioso é que esquecemos rápido nossas alegrias, embora sempre façamos com que o sofrimento dure mais do...