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Sem revisão.

Larissa

Sentei na mesma mesa que a minha prima e deixei minha bolsa em cima dela enquanto a observava sambar com o Oliveira. Esses dois estão um grude que só depois que decidiram morar juntos e eu não podia estar mais feliz do que nunca, por saber que a minha irma também estava.

De longe vi o Joca com algumas meninas do lado, depois do pampero todo que rolou, a mulher dele decidiu ir embora de vez e ele nem se quer ligou, acha que apenas pagar pensão já é o bastante para criar um filho. O cúmulo!

Depois de tudo o que eu passei do lado dele, demorei um bom tempo para superar e aceitar as coisas como elas realmente são, descobri que não sabia o que era amor próprio até experimentar do mesmo, agora mais do que tudo eu me amo e amo a pessoa foda que eu me tornei em meio a tanto caos.

Tive que passar pelo inferno para descobrir o céu e quer saber? Não me arrependo de nada! Até porque sem tudo isso eu não seria quem sou hoje.

Uma pessoa totalmente independente e focada no futuro, claro que eu me divirto sempre nas noitadas da vida, mas nada me tira o foco dos estudos. Macho mesmo se depender de mim é um novo a cada semana e foda-se o que vão pensar, a buceta é minha e eu do pra quem eu bem entender.

Vitória: Prima vem dançar! ‐ gritou do meio da música e quase que eu não escuto.

Ri pegando um cracudinha e fui pra perto dela, sabadou da melhor forma, ao lado de quem eu amo. O pagodinho tava rolando solto na praça, as criançada correndo pra la e pra cá e os cara da boca curtindo um lazer na maior paz.

Xx: TIA VITA, TIA LARI!! - escutei gritarem e me virei a tempo de pegar Yara no colo.

Ela tava linda demais com um vestidinho rodado da princesa Sofia, seus cachos estavam soltos e tinha um arquivo branco de pérolas no topo da cabeça, a coisa mais linda.

Abracei ela com força pela saudade imensa que eu estava dessa fofura de gente, ia fazer um tempo que eu não ia brincar com ela de boneca. Ela pulou do meu colo pro da Maria Vitória e a abraçou também.

Yara: Poxa, vocês me esqueceram né, tudo bem, eu não esqueci de vocês. - disse com uma voz triste.

Senti vontade de chorar, mas logo percebi que ela só tava jogando charme.

Vitória: Deus me livre, gatora, te vi ontem! - Yara abriu um sorriso sapeca e se virou pra mim.

Yara: Mas eu não vi a tia Lari! - ponderou, cruzando os bracinhos.

Larissa: Uai, tá me vendo agora não tá? Vem cá linda, vamos recuperar o tempo perdido, que tal?

Ela pulou em mim e eu acabei de desiquilibrando um pouco e se não fosse por um branco forte me segurando, certeza que nós duas cairiamos feio no chão.

K7: Pô Yara o que eu te disse pra parar de correr de perto? Ta querendo ir embora pirralha? ‐ escutei sua voz rouca e grossa perto do meu ouvido, o que me fez estremecer dos pés a cabeça.

Vitória me olhava com um sorrisinho malicioso por ter visto a reação do meu corpo pela proximidade do Kauê.

Yara: Eu só vim ver as titias, papai. - disse baixinho.

Vitória: K7 relaxa, ela tá com a gente. Não precisa de preocupar.

K7: É por isso que eu me preocupo mesmo. - murmurou baixo, mas eu consegui ouvir e soltei uma risadinha.

Larissa: Fica em paz, tá com a gente, tá com Deus. - me virei pra ele e notei o quão perto estávamos.

Minha testa batia praticamente em seu queixo e se ele fosse um pouco mais baixo tenho certeza que nossas bocas tinham se encontrado com esse giro. A gente ficou se encarando por um tempo na nossa própria bolha particular e eu juro que vi faíscas de desejo atravessando seus olhos.

Vitória fingiu uma tosse fazendo eu me sobressaltar um pouco e resolvi dar afastar dele para o bem da minha saúde mental e limpei a minha mão livre na roupa para tirar o suor que tinha se acumulado.

Vitória: Então... - disse tentando segurar a risada. Semicerrei os olhos a encarando como se pudesse matar essa vagabunda. - A Larissa tava indo brincar com a Yara, vai junto com elas K7.

Como um estralo eu me lembrei que a Yara ainda estava ali  e o piro de tudo: no meu colo.

Ela praticamente ficou no meio da minha bolha com o pai dela e parando pra pensar isso foi constrangedor, coitada da criança.

K7: Parece uma boa, bora lá pô. - disse parecendo distraído.

Eu só concordei e segui passando na frente dele caminhando em direção ao porquinho, enquanto escutava a Yara cantarolar uma música baixinho.

***

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𝑀emórias - 𝐴𝑄𝑈𝐴𝑅𝐼𝐴𝑁𝐴 - CONCLUÍDAOnde histórias criam vida. Descubra agora