Antes de lerem esse capítulo, eu preciso que vocês entendam que algumas coisas precisam acontecer, e que talvez só não fosse o momento certo para outras!
Vitória
Estava tudo uma completa bagunça, minha cabeça girava e eu não conseguia racionar as coisas direto.
O fato de ter uma arma apontada para minha cabeça e o homem que eu amo e pensava estar morto, estar parado na minha frente agora me deixava completamente confusa.
Minha cabeça a qualquer momento poderia explodir do tanto que latejava e, se fosse pelos braços do Renan passados pela minha cintura tenho certeza de que estaria no chão neste exato momento por não estar sentindo meu corpo.
Quando o Santos destravou a arma foi como se tudo piorasse, senti minhas lágrimas descerem cada vez mais e o o medo me atingir. Medo não por mim, mas pela vida do meu filho. Eu queria que ele crescesse, que tivesse e conquistasse tudo o que quisesse, que formasse sua própria família e que fosse muito feliz e, se para isso acontecer eu precisasse dar minha vida pela dele, não exitaria um segundo se quer.
Vitória: Renan por favor, abaixa essa arma. Vamos conversar como pessoas civilizadas, por favor! - pedi, em pleno desespero.
Do outro lado do porão, Oliveira olhava para mim com uma calma inexplicável, até parece que ele não via a situação em que nos encontrávamos. Supliquei silenciosamente, atravéz de olhares para que ele fizesse algo, e como sempre ele só sorriu, achando que isso iria fazer com que tudo melhorasse.
Renan: Vamos sim amor, nós iremos conversar quando chegarmos em casa. - murmurou no meu ouvido. Senti meu corpo tremer em um arrepio. - Mas antes precisamos fazer uma coisinha.
Tentei olha-lo nos olhos para saber o que estava acontecendo, mas ele não deixou, me puxou para trás dele e rapidamente apontou a arma em direção ao João. Quando ele foi apertar o gatilho, outro som de disparo foi ouvido e com isso um grito escapou de meus lábios.
Senti o corpo do Renan pesar contra mim e me afastei o vendo cair no chão com um tiro na barriga, aproveitei da deixa para sair correndo em direção ao João e percebi uma mulher com uma arma apontada na direção do Santos.
Ela parecia pouco familiar, e quando seus olhos voltaram para os meus, eu tive quase certeza de que nos conhecíamos mesmo de algum lugar.
Oliveira: Ei, você tá bem meu amor? Fica calma, agora está tudo bem! - me abraçou com cuidado.
Deixei minha cabeça descasar em seu ombro enquanto ainda chorava, agora por alívio e por pensar que tudo tinha acabado de vez.
Mas era só isso, só pensar que tinha acabado.
E como um relâmpago em um dia chuvoso, mais um disparo foi ouvido sendo seguido de outros dois.
Voltei minha atenção para os olhos do João deixando mais uma lágrima escapar, ao sentir a bala atrevessar minhas costas. Aquilo queimava como o próprio fogo, e eu não consegui mais me manter em pé.
Fui amparada pelas mãos do meu noivo, que me puxou contra ele em um ato de desespero. Sua respiração completamente desrugalada, fazendo com que seu peito subisse e descesse com rapidez me deixava um pouco mais zonza. Passei meus dedos pelo seu maxilar trincado e deixei um meio sorriso escapar dos meus lábios, antes de murmurar minhas últimas palavras.
Vitória: Independente do que aconteça, salve a vida do nosso filho. - pedi entre puxadas de ar, respirar nunca foi tão difícil. - E nunca se esqueça, eu sempre voltarei para você.
Pelo menos era isso o que eu queria que acontecesse dessa vez.
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Eu amo vocês, juro!
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𝑀emórias - 𝐴𝑄𝑈𝐴𝑅𝐼𝐴𝑁𝐴 - CONCLUÍDA
Non-Fiction𝑺𝑨𝑮𝑨 𝑯.𝑹💅🏼 As memórias amargas não podem nos aprisionar. Elas fazem parte da vida - como o sorriso, o por do sol, o instante de oração. Curioso é que esquecemos rápido nossas alegrias, embora sempre façamos com que o sofrimento dure mais do...