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Vitória🦋

Olhei pros dois meio apreensiva e já ia caminhar até o João, só que bateu um peso na consciência que me fez ir até o Renan

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Olhei pros dois meio apreensiva e já ia caminhar até o João, só que bateu um peso na consciência que me fez ir até o Renan.

Você namora com ele, não com o João! - meu subconsciente avisava, mas tava foda porque eu só queria ir lá e ver como ele tá, se ele se machucou.

Renan: Caraca amor, ainda bem que tu tá aqui pô. João é maior filho da puta, ia bater na mãe e eu fui defender.

Arregalei os olhos me virando pro João, puta que pariu!

Vitória: QUE?! C-como assim, m-eu Deus! - deixei o Renan de qualquer jeito e fui correndo pro lado de dona Maria que tava sentada com uma água na mão. - Senhora tá bem? Quer ir no hospital?

Ela ia abrir a boca pra falar algo, mas a risada debochada do João ecoou por toda a casa, me virei pra ele séria.

Vitória: Você tá maluco? Piro?

João: É pô, deve ser isso aí mesmo. Até porque eu que tenho essa tendência né, de drogado. Eu que omito as coisas de tu. - balançou a cabeça.

Ele só falou algo pra dona Maria e saiu com pressa, eu tava parada olhando pro nada tentando entender o que ele queria dizer.

Renan: Porra Vitória, da papo pra esse menor não, vem me ajudar aqui.

Quando eu ia me virar pra ir la, Dona Maria segurou no meu braço me puxando pra mais perto dela.

Maria: Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará! - franzi o cenho. - Leve contigo isso, menina!

Assenti e fui ajudar o Renan, caminhei dando apoio a ele até o quarto e depois limpei os machucados dele. Dei um remédio pra dor e deixei ele lá dormindo, quando sai do quarto a sala tava num completo silêncio.

Resolvi ir pra casa caminhando e o caminho todo aquelas palavras não saiam da minha cabeça.

Conhecer a verdade.

Me libertar.

Verdade sobre o que? Me libertar do que?

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Assim que passei na frente da principal a primeira coisa que eu vi foi o João conversando com meu pai enquanto fumava, abaixei a cabeça e ia passar direto mas escutei meu pai me chamando e fui até ele sem graça.

Jacaré: Tava na onde Vitória? - perguntou sério, me encarando de cima a baixo.

Vitória: Lá na tia Maria pai, ela tava precisando de uma ajudinha e eu fui lá. - olhei de relance pro João.

Jacaré: Uhum, tô ligado. Aí fica esperta andando nessas ruas em, tá ficando tarde já pra tu ficar de rolezinho pela favela. Aí Oliveira, deixa ela lá em casa pra mim depois tu vai atrás do corre que eu te falei. - deu um tapa nas costas dele.

João: Demoro, fé aí patrão. Bora? - olhou pra mim com o rosto sério.

Nem quis abrir minha boca pra falar nada, do jeito que meu pai é insistente eu só sairia dali com alguém do lado mesmo, e é melhor que seja conhecido.

Continuamos subindo o morro e optamos por cortar caminho entrando em um beco, João não abriu a boca pra falar nada desde que saímos de lá e eu a mesma coisa, esse silêncio tava me incomodando de uma maneira absurda.

Assim que chegamos na minha casa ele já ia sair de novo mas eu segurei seu braço fazendo ele olhar pra mim com a sobrancelha erguida.

Vitória: Eu não sei o que aconteceu lá João, e eu queria entender de verdade porque você agiu daquela maneira. Renan tá todo quebrado lá. Foi por ciúmes? ‐ perguntei receosa.

Ele ficou um tempo me olhando com o rosto neutro, mas logo começou a rir debochado, uma coisa que eu odiava quando ele fazia.

João: Você me conhece tanto que até acha que eu poderia fazer algo contra minha coroa, é foda tá ligado, porque pelo tempo que passamos juntos eu tenho certeza que deixei bem explícito meu jeito de ser. - respirou fundo, seus olhos que antes tinham um brilho de raiva agora se faz presente um de decepção. - Tá me acusando sem nem mesmo saber o meu lado da história, mas tá mec pô. Eu gosto de tu pra caralho, vou negar não, mas também não vou ficar correndo atrás de alguém que eu tenho certeza que não me merece, conheço meus valores. Uma única coisa que eu te digo é, abre teus olhos, nem sempre aquilo que vemos é verdade, tudo pode ser uma simples miragem.

Concluiu e saiu andando sem olhar para trás, continuei parada ali o observando ir embora e pensando em suas palavras, não só nas suas como nas da dona Maria também. Parecia que eles queriam me dizer algo, me alertar sobre algo, mas eu ainda não tava entendendo nada!

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𝑀emórias - 𝐴𝑄𝑈𝐴𝑅𝐼𝐴𝑁𝐴 - CONCLUÍDAOnde histórias criam vida. Descubra agora