Capítulo 43

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Jane Lancaster:

       Eu admito que adoro os piqueniques escolar do Charlie pelo simples fato de acordar cedo, preparar os lanches do meu filho e colocar tudo nas mochilas térmicas.

Faço os aperitivos preferidos do Charlie junto com seu suco de maçã. Por volta das 7:30 eu o acordo para o preparar para nossa saída. O Charlie odeia acordar cedo, ele puxou ao pai nesse quesito. Organizo tudo e coloco no banco de trás do carro.

Marquei de encontrar o Edan às 8:30 no campo de futebol da escolinha do Charlie. Quando nós chegamos avisto seu jeep preto perto de outros carros e ele está fora conversando com um das mães dos colegas do Charlie.

Todas elas aproveitam pra apreciar o Edan da cabeça aos pés e tocar nele. Ele é um homem lindo e tem olhos tão penetrantes como água.

Saio do carro com o Charlie e seguro sua mão caminhando até o Edan, assim que nos ver ele volta sua total atenção para nós deixando uma mãe solteira desamparada.

— Campeão! — O Edan arrebata o Charlie do chão em um abraço apertado.

A mulher loira, alta de olhos claros me olha com hostilidade, típico olhar das mulheres que se amontoa ao redor do Edan e percebe que ao lado dele existe minha presença insubstituível como a mãe do filho dele.

— Olá. — Cumprimento de forma educada.

— Olá.

O Edan gesticula para mim com o braço que não está segurando nosso filho.

— Essa é a senhora Gaham, mãe de um dos colegas do nosso filho. Ivete, essa é a Jane, mãe do meu filho e minha ex esposa.

— É um prazer — Sorrio.

O Edan olha para mim. Ele está de boné e óculos escuros.

— Vou buscar às coisas no carro, já escolhi um lugar para ficarmos no campo.

— Ótimo. Eu vou com você.

Nós três nos despedimos da mulher e vamos em direção ao meu carro. O Edan coloca o Charlie no chão e pega às bolsas dentro do carro, eu pego a minha bolsa e a mochila do Charlie para que a gente caminhe até o campo.

O manhã está fresca, ideal para um piquenique e o Charlie está entusiasmado com os colegas, tanto é que corre para falar com eles assim que pisamos no campo. Eu e o Edan fazemos o trabalho em dupla de forrar o lençol no chão e colocar às comidas.

Falamos com os professores do Charlie antes de nos sentamos e observar todos ao redor. O Edan parece relaxado, mas tem um cansaço em seus olhos quando tira os óculos.

Ofereço a ele um biscoito de amendoim com chocolate. O preferido dele e do Charlie.

— Você parece cansado. Aconteceu alguma coisa na construtora e eu não estou sabendo? — Pergunto, casualmente.

Ele balança a cabeça, dando uma mordida no biscoito.

— Está tudo bem por lá, como você sabe. Só não estou conseguindo dormir direito a noite, não sei o que está acontecendo.

— Sua insônia voltou?

— Provavelmente.

— Já procurou seu médico?

Seu gesto de desdém com a cabeça deixa claro que não. Ele não acredita em médicos que cuidam da saúde mental, nem mesmo quando fomos juntos pra o psicólogo e ele viu os resultados creditou a médica. Ele diz que tudo é fruto da nossa própria imaginação e os méritos são nossos.

Não CasadosOnde histórias criam vida. Descubra agora