Capítulo 39

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Jane Baker

     Minha mãe assim como a do Edan estão apreensivas com minha situação e a do Edan. Elas dizem que tomei uma decisão precipitada, elas não fazem idéia do medo que estou sentindo mas não posso voltar atrás.
Antes foi difícil perdoar o Edan sabendo que ele teve um caso com a Leslie. Depois de saber que o quê ele e ela tiveram foi mais que um caso tudo desmoronou.

O Edan me traiu de todas às maneiras. Ele tinha meu coração e estilhaçou ele. Não posso voltar atrás na minha decisão depois de tudo que ele mesmo me contou e com certeza aconteceram coisas que eu nem mesmo faço idéia.

Minha força nesse momento é meu filho, eu planejo me restruturar completamente após a gravidez e seguir com a minha vida como estou seguindo. Quero deixar minha mãe e a Cassandra tranquilas porque não planejo excluir o Edan da vida do filho, ele pode vir nessa casa sempre que precisar ver o filho, mas terá que respeitar meu espaço.

No meu oitavo mês de gestação eu fico o dia inteiro em casa lendo para meu bebê. A gravidez é algo surreal e cansativa, eu não consigo tirar o dia inteiro sem dormir.

Durante a manhã eu faço uma caminhada pelo jardim e tomo um banho de sol. Por volta da hora do almoço, a Mônica vem me ver. Nós duas nos sentamos no sofá da sala de jogos.

— Como está se sentindo, Jane? — Pergunta.

Sorrio. A Mônica continua trabalhando pra mim na construtora, eu ainda não dissolvi a sociedade com o Edan, não vou fazer isso. Tenho que impor minha presença e mostrar a todos os funcionários que o Edan não é o único dono da construtora e assim como ele pode demitir... Eu também posso.

— Estou bem. Como anda a situação da construtora? Tem algum problema que eu possa resolver?

Ela nega e me estende os relatórios que vem me trazer todos os dias.

— Tudo sobre controle. Apenas o divórcio entre você e o Edan que abalou a construtora, mas sua declaração de que vão manter a construtora deixou todos mais aliviados e confiantes.

— No começo, eu não planejava mais trabalhar pra L.Baker, mas como você me lembrou aquilo ali também é meu. Tenho todo o direito assim como o Edan e não vou abrir mão.

A Mônica sorri.

— Se eu conseguir te convencer disso sinto que meu trabalho realmente vai bem. Eu não imagino aquela construtura sem você, Jane.

Sorrio e folheio os relatórios observando às quedas de investimentos no último mês graças a notícia do divórcio. Estamos demorando para nos recuperar, porém nem o mundo foi criado de um dia para o outro.

— Obrigada, Mônica. Vou dar uma olhada nisso e se precisar de qualquer ajuda eu vou ligar para você. Por agora, eu só quero que entre em contato com alguns investidores do Reino Unido e tente marcar uma videoconferência com eles para hoje a noite.

— Irei fazer isso agora mesmo no caminho para a construtora.

Me despeço dela com dois beijos na face e a observo ir embora.

A senhora Evans serve o almoço para mim e Sandie. Percebo imediatamente que tem algo errado com ela quando a vejo.

— Aconteceu alguma coisa? — Pergunto.

Ela respira fundo dando uma garfada no frango.

— Tentei encontrar o Scott hoje, mas ele não quer me ver. Seus colegas deixaram claro que ele restringiu minha entrada no espaço pessoal dele.

— Você deveria ter tido consciência do que estava fazendo. Não foi apenas eu que me ferir, o Scott não reconhece mais você.

A Sandie me olha com tristeza e confusão. Ela deixa os talheres de lado.

— Por quê me perdoou e não consegue fazer o mesmo com o Edan? Eu sei que ele errou, mas vocês dois terão um filho.

Suspiro.

— Não é a mesma coisa, Sandie. Eu sempre conheci você e seus atos explosivos. Grande parte deles é culpa minha por sempre ter te mimado, mas com o Edan não é assim. Eu não dei motivos e nunca fui ausente para ele ter tido um relacionamento com outra mulher. Perdoar você não foi fácil, mas eu não podia ficar com raiva de você porque eu ainda reconheço você e sei que aos poucos posso voltar a confiar em você. O Edan me feriu de uma forma que não consigo descrever. Eu simplesmente não consigo mais fechar os olhos e continuar do lado dele.

A Sandie coloca a mão sobre a minha.

— Vocês irão ter um filho, Jane. — Lembra pela milionésima vez.

— Ele será um bom pai para o nosso filho, mas entre a gente não terá nenhum relacionamento. Agora, eu vou descansar um pouco...

Dou um sorriso de lábios fechados e subo para o andar de cima. Fecho a porta do meu quarto e sento na poltrona, trazendo comigo às cartas que o Edan escreveu para mim durante o tempo que ficamos separados. Leu uma das cartas com os olhos marejados e uma dor no coração.

Queria poder voltar no tempo e viver nossos dias de namoro. Ah, éramos tão felizes! Mesmo com tantas obrigações nós dois acrescentamos mais horas ao dia apenas para podemos ficar juntos. Fazíamos todo o possível para nenhum segundo ser desperdiçado e isso me lembrou do nosso primeiro beijo.
  Foi na primavera e estavamos na praia, mesmo você ter aceitado sair comigo demorou muito para nos beijar de verdade. Eu sempre fiquei nervoso perto de você e nunca conseguir tomar iniciativa, mas você sempre parecia ter o controle de tudo mesmo eu sabendo que você estava tão nervosa como eu. O dia em que nos beijamos vai sempre marcar minha memória, aquele beijo me mostrou o quão apaixonado e bobo eu fico por você.
Ah, Jane. Se você soubesse como estou sentindo raiva de mim por ter feito o que fiz. Nenhuma palavra que eu escrever aqui poderá expressar isso. Eu oro a Deus para que ele te convença a me perdoar mesmo eu não sendo tão próxima dele como você é. Não sei quantas vezes irei pedir por isso... Me perdoe. Eu não sei o que fazer sem você. Eu te amo acima de tudo, mas fui fraco. Me perdoe.

- Edan.


  Enxugo às lágrimas que descem pelo meu rosto.  Mesmo com o coração dolorido e com saudades dele eu não consigo perdoar. Voltar a confiar no Edan se tornou uma missão impossível para mim.

Ver ele todos os dias está me fazendo sentir um mix de emoções que não consigo descrever. Sua aparência abatida e arrependida sempre que me ver me parte o coração e me enche de raiva ao mesmo tempo. Ele tomou às piores decisões e não vou passar pano para isso.

Sei que ele não entende como eu posso perdoar a Sandie e não tentar novamente com ele. Eu simplesmente não quero explicar que é diferente a situação dos dois embora ambos tenha me magoado. Eu espero que o tempo cure o ressentimento que ainda sinto. Até lá, vou me manter forte pelo meu filho e aguentar a presença do Edan.

Levanto do sofá ao sentir uma cólica forte. Contraio o rosto quando a dor se repete e em questão de segundos um líquido escorre pelas minhas pernas.

Me agarro no braço da poltrona e começo a chamar a Sandie.

— A bolsa estourou! — Exclamo.

Meus amores, o livro já está em reta final. Os capítulos estão sendo curtos e provavelmente só falta mais um para finalizar :/
Eu postei um novo livro. Me sigam e fiquem informados de tudo.

Não CasadosOnde histórias criam vida. Descubra agora