Jane Baker
Três semanas em San Diego não curou às feridas abertas, mas elas foram embalsamadas pelo carinho que recebo dos meus pais e filho. O Charlie está amando às férias aqui e por quase todos os dias ir a praia com a minha mãe que visita uma amiga com uma casa por perto da praia.
Eu sempre percebo quando ele sente saudades do pai e quando isso acontece eu digo para ele ligar. Conversei com a minha mãe sobre isso ontem e ela me aconselhou a deixar o Charlie passar o resto das férias com o pai dele, mas para fazer isso terei que saber como está o terreno e se a Leslie está por perto.
Não vou submeter meu filho ao perigo.
São 2:00 de uma tarde escaldante em San Diego. Estou de short jeans e uma regata e meu cabelo preso em um coque. Até o ar condicionado parece não funcionar corretamente com esse calor.
O Charlie saiu com a minha mãe e só estamos meu pai e eu em casa, ele está na garagem assistindo sua TV no volume máximo e bebendo sua cerveja alemã. Ele costuma fazer isso sempre que quer evitar minha mãe e ultimamente os dois tem se evitado muito. Não sei como esse casamento ainda não saiu em divórcio.
Acredito que essa chama ardente de briga seja o que o mantém acesso. Sempre achei que meus pais só se mantiam casados pela Sandie e por mim, mas nós crescemos, construimos nossa família e eles ainda estão um com o outro.
Atravesso o quintal e vou até a garagem do meu pai levar meus esboços arquitetônicos para ele dar uma olhada. Meu pai sempre gostou de os apreciar, sempre fazia questão de ficar por perto quando eu estava fazendo trabalho para a faculdade.
— Estou atrapalhando? — Entro na garagem.
Ele olha para trás e sorri erguendo sua cerveja. A TV parece um carro de som dentro desse espaço minúsculo.
— Entre, filha.
Ele abaixa o volume e eu me sento em uma cadeira ao lado da sua poltrona. Mostro os desenhos a ele e explico os layout das casas de veraneios assim como os espaços para estúdios e escritórios.
A conversa entre nós dois está no auge quando o celular do meu pai começa a tocar. Ele franze o cenho antes de atender.
— Frank?
Nunca ouvi sobre nenhum amigo do meu pai com esse nome.
— Você já chegou aqui?... Ah, vou mandar alguém buscar você, estou ocupado nesse momento... Tudo bem... Seu pai já sabe sobre isso?... Até daqui a pouco então. — E desliga.
Seu rosto está tranquilo, ele olha para mim.
— Poderia ir no aeroporto pra mim, querida?
— Buscar esse tal de Frank? Quem é ele?
— Sim. Ele é o filho de um amigo meu da Alemanha a qual mantenho contato, veio até San Diego para cuidar de negócios envolvendo transportadoras.
— Ele é alemão? Achei que o senhor não tinha mais nenhum contato com ninguém de lá.
— Apenas com esse amigo e ele é uma pessoa importante para mim. Por isso, decidi ajudar seu filho quando chegasse aqui. Ele vai ficar conosco. Poderia ir buscá-lo?
Olho para minhas roupas e meu pai parece ler meus pensamentos já que diz está tudo bem e combina com o clima.
Ele joga a chave da sua caminhonete e me mostra a foto de um homem branco, alto, olhos escuros e cabelo de um castanho médio curto. Muito bonito.
Pego meus óculos escuros e entro na caminhonete. O aeroporto fica a 15 minutos de carro, é um percurso tranquilo.
No momento que chego começo a me sentir deslocada ao ver pessoas elegantes com seus ótimos trajes de verão. Entro no aeroporto e vou até a área de desembarque, procuro em toda direção até ver um homem alto, blusa preta de mangas e calça jeans segurando uma mala e uma jaqueta.
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Não Casados
RomanceJane e Edan Baker são marido e mulher, mas apenas no papel. Namorados desde do ensino medio e casados há nove anos, os dois era o casal mais apaixonados e parceiros nos negócios... Ainda continuam sendo os melhores parceiros no negócio. Construíram...