Capítulo 30

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Jane Baker

     É difícil achar uma forma de descobrir a causa da minha mudança de humor, o médico diz que é toda a pressão da gravidez e o efeito de eu ter que ficar em absoluto repouso, apenas vomitando tudo o que eu como. A boa notícia em tudo isso é que o bebê está bem e um mês já se passou.
 
  Às únicas pessoas com quem estou em contato é os pais do Edan e meus pais, e a enfermeira que cuida de mim e a senhora Evans que o Edan a chamou para nos ajudar. Tirando essas pessoas estou completamente isolada na casa de campo. Mesmo que o Edan não me diga o motivo eu tenho certeza que o mundo deve está um caos, principalmente a construtora e por mais que minha gravidez seja minha prioridade, a qual vou defender e lutar para que dê certo... Ainda me preocupo com o que possa está acontecendo lá fora.

São cinco meses em que eu e o Edan não estaremos na construtora e depois da notícia sobre o caso extraconjugal a construtora foi abalada, o que eu esperava que fosse acontecer. O Edan não permite a entrada de jornais e quando me comunico com meus pais por vídeo chamada ele está sempre perto para que eu não acesse nenhuma fonte de notícias. Esse mês que estamos passando aqui está sendo uma prova de fogo para nós dois.

Estou grata por o Edan está se virando em várias pessoas pra dar conta dos meus ataques de humor, os vômitos, trabalhar sozinho e até mesmo ficar de prontidão a noite no caso de eu ter câimbras. Não só sou eu quem estou sofrendo e isso mostra a nossa força e vontade para ter esse filho.

Todo nosso esforço vai valer a pena quando estivermos com ele ou ela em nossos braços. Só precisamos passar pela fase crucial dos cinco meses.

Estou sentada no sofá da sala com uma manta sobre minhas pernas estiradas, meus olhos estão na paisagem do jardim que posso ver através das paredes de vidro. São nove horas da manhã e o sol está iluminando a grama. Sinto vontade de desenhar, mas meu humor não está tão bom para ser paciente nesse momento.

— Está na hora dos seus remédios e um lanche. — O Edan aparece carregando uma bandeja com frutas cortadas e um copo de água com o frasco de remédios. — Coma primeiro antes de tomar os remédios.

Ele me passa o prato com fatias de maçã verde. Observo ele sentar perto dos meus pés para massagear. Não estou nem com quatro meses de gravidez mas estou com os pés e outras partes do corpo inchados. Se não fosse o Edan a me ajudar eu provavelmente não conseguiria nem ter o cabelo lavado.

— Eu não deixei você dormir ontem, de novo. — Digo.

O Edan sorri levantando o rosto para mim olhar.

— Não posso simplesmente dormir quando você está passando por uma situação tão difícil assim. O filho é nosso e tudo o que eu puder fazer para ajudar nos desconfortos, eu vou fazer.

Abro um pequeno sorriso na sua direção e mordo um pedaço da maçã. Não posso caminhar por muito tempo, então minha idéia de querer andar pelo jardim não é uma possibilidade. O máximo que conseguirei fazer é me sentar sobre umas das cadeiras para sentir o sol.

— Ficar aqui esses dias tem me feito refletir sobre muitas coisas, Edan. Às vezes são coisas boas e outras nem tanto.

— Não pense em nada ruim que te incomode. Isso vai fazer mal a você e ao bebê.

Deixo o prato de lado após sentir o enjôo começar a se formar com o pouco que comi. Eu e o Edan ficamos olhando um para o outro como estamos fazendo sempre para nos confortar de que estamos aqui um para o outro e ele tem sido essencial.

— Sobre o quê você pensou? — Pergunta, fazendo movimentos circulares com os polegares no peito dos meus pés.

Fico em silêncio mastigando a maçã para tentar dá um tempo antes do desconforto que irá ficar o espaço entre nós depois do que eu falar.

Não CasadosOnde histórias criam vida. Descubra agora