Capítulo 32

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Edan Baker

      Jane e eu voltamos a dormir em quartos separados, mesmo que estejamos na mesma casa a distância voltou a reinar sobre nós dois e dessa vez não consigo dar um passo na direção da Jane sempre que vejo o olhar de dor no seu rosto. Ela está tão magoada que eu me sinto impotente e responsável, eu sou o responsável.

A única coisa que posso fazer é cuidar dela e do nosso filho apenas quando é preciso e no momento que eu simplesmente não consigo ficar longe. Desde que voltamos ela está vivendo mais fora de casa, agitada e eu não posso deixar ela agir assim.

Bato na porta do quarto duas vezes antes de entrar. Abro a porta com cuidado e encontro a Jane parcialmente deitada na cama com vários travesseiros ao seu redor, ela está com uma camisola de seda cinza com os pés bem esticados.

— Podemos conversar? — Pergunto.

Ela assente e se apoia nos travesseiros, não consigo esconder o fascínio que estou sentindo em ver a Jane grávida. Sempre foi meu sonho e ela está tão linda que minha vontade é de simplesmente tomar ela nos meus braços e dizer o quanto a amo e acho linda.

Me sento ao na borda da cama olhando para ela que acaricia a barriga.

— Conseguiu dormir essa tarde? — Pergunto.

Ela suspira.

— Dormir é o que mais faço. Sua mãe veio aqui e me trouxe algumas vitaminas. Ela e a minha mãe passaram a manhã inteira comigo. Como foi na construtora? Está tudo bem?

— Sim, está tudo bem. Fico feliz que nossas mães estão por perto nesse momento, às duas mais que ninguém sabe como cuidar de você.

— É verdade, elas estão sendo incríveis.

A Jane contorce o rosto levando às duas mãos até a barriga, o nosso garoto não para quieto dentro da barriga.

— Posso?

Ela me olha e afasta às mãos depois de hesitar por alguns segundos, me aproximo ainda mais dela levando minhas mãos até sua barriga. Sinto o chute do nosso bebê e isso me faz ri de emoção, acaricio a barriga da Jane sendo recebido por chutes.

— Dói muito? — Pergunto, sem conter o sorriso orgulho e bobo.

A Jane faz uma careta.

— Um pouco.

Não consigo me conter, abaixo meu tronco e apoio o lado esquerdo do meu rosto na barriga da Jane, o calor que eu sinto e os movimentos que vem de dentro da sua barriga é tão convidativo, familiar e terno que deixo todo meu corpo desarmar e a minha solidão ser preenchida ao abraçar a Jane e sentir nosso bebê. Sinto ela ficar rígida.

— Não me afaste agora, por favor. — Peço, segurando ela com firmeza.

— Edan...

— Por favor.

Ela relaxa e eu abraço ela ainda mais ouvindo e sentindo o nosso filho. Quando sinto ele assim sinto tanto amor como culpa, se eu não tivesse feito o que fiz essa criança já estaria nos meus braços há muito tempo.

Esse momento que tenho e o qual a Jane me permite é tão importante e único para mim como o oxigênio que respiro. Mais tarde, quando me afasto,  olho para a Jane que me olha de forma passiva mesmo eu sabendo que seja apenas uma fachada.

— O que vai fazer quando nosso filho nascer? Vai embora e me deixar ver ele dia sim e dia não? — Pergunto.

— Claro que não.

— Então, como vai ser Jane? Você quer o divórcio e isso implica em nós dois não morarmos mais sobre o mesmo teto, você quer se afastar de mim e fazendo isso vai está tirando minha liberdade de ter meu filho.

Por mais que eu não queira parecer alterado, é impossível. Às últimas semanas foram de me deixar louco e sem pensamentos de reversão sobre a decisão da Jane.

— Você poderá ver ele quando quiser, principalmente nos primeiros meses, mas nada vai mudar minha decisão. Eu não consigo perdoar você, achei que poderia, mas não posso.

Passo a mão pelo cabelo.

— Você realmente quer fazer isso, Jane?

Ela assente sem hesitação.

— Não me culpe pelos meus atos.

Saio do quarto batendo a porta com força.

(...)

   Levo uma semana para arquitetar meu plano com ajuda do Dave, ele é o único que pode saber sobre isso. Tenho estudado todos os passos da Jane desde o acordar e ir trabalhar até a hora de voltar para casa e dormir.

Minha decisão não é mais sã porém é a única que tenho desde que a Jane se tornou tão irredutível. Juro que se fosse apenas ela querendo o divórcio eu daria, mas agora tem um filho em jogo e não quero perder nem me distanciar de nenhum dos dois.

Por isso decidir sequestrar a Jane.

Não CasadosOnde histórias criam vida. Descubra agora