Não Casados

Capítulo 35

Jane Baker

     Minhas tentativas de fugir nesses três dias tem sido frustrantes, o mais longe que conseguir chegar foi no meio de um caminho deserto antes do Edan me alcançar. Tentei fugir enquanto ele dormia, tomava banho...
  Nesse exato momento, estou no banheiro tomando um banho de água morna na banheira, o Edan está do lado de fora esperando qualquer sinal meu. Minha barriga está grande o suficiente para que eu não veja mais os meus pés. Por vezes, o Edan me ajuda a vestir minhas roupas de baixo.

Saio do banheiro e o encontro colocando o meu café da manhã na mesa do quarto, ele vem na minha direção me ajudando a enxugar meus pés e pernas. Não tenho falado com ele, sinto que é um desperdício gastar minha voz pra falar com uma pessoa como ele.

— Coma alguma coisa. Hoje nós vamos a um médico ver como está nosso bebê. — Comunica, me fazendo olhar para ele.

— Vamos sair? — Pergunto.

Ele respira fundo.

— Sim, vamos. Coma agora.

Observo ele saindo do quarto ao passo que minha mente começa a bolar uma rota de fuga para quando eu encontrar qualquer pessoa na rua, mas assim como esse pensamento vem, ele vai embora. O Edan não me levaria para a cidade se não soubesse como me conter, é claro que ele pensou em algo.

Visto o vestido de algodão estampado e penteio meu cabelo; tomo meu café com o máximo de pressa e desço às escadas encontrando o Edan me esperando na sala. Ele está de óculos escuros e boné.

— Estou pronta. — Contenho o máximo a ansiedade na minha voz.

Ele assente e nós dois saímos. Tem um carro preto que não estava aqui nos últimos dias, entro no assento do passageiro enquanto ele assume o volante.
O percurso inteiro nenhum de nós diz nada, minha atenção está no caminho, preciso ter em mente qualquer coisa que me ajude a pedir ajuda.

Minha ansiedade se esvai completamente no momento que vejo onde estamos: não é um hospital e sim uma clínica particular.

Ele tira o cinto de segurança e se vira na minha direção:

— Não tente fazer nada enquanto estivermos aqui.

— O que vai acontecer se eu fizer algo? Vai me amarrar a você ou tampar a minha boca com alguma coisa? — Pergunto.

Sua mão direta acaricia meu rosto.

— Eu nunca faria isso. Apenas quero que você não tente nada. Se tentar, prometo que não vou parar o que estou fazendo.

Olho para ele de maneira incrédula, tiro meu cinto de segurança, saio do carro e ele vem até mim segurando minha mão; tento soltar, mas seu aperto é firme. Nós dois entramos no lugar que está estranhamente vazio, o Edan fala com a recepcionista enquanto eu analiso tudo ao meu redor. Só preciso que alguém apareça no meu caminho.

Esperamos na recepção e o Edan mantém a mão segurando a minha e seu olhar permanece no meu rosto.

Encaro uma jovem sentada do outro lado da sala de espera com fones de ouvidos. Talvez se eu for no banheiro eu encontre alguém lá...

— Preciso ir ao banheiro. — Digo.

— Não precisa, não vou cair nessa.

Respiro fundo.

— Eu preciso ir ao banheiro, de verdade. — Insisto.

Ele olha ao redor e levanta me levando junto. Caminhamos por um corredor até chegar no banheiro feminino.

— Vou esperar você aqui. — Avisa.

Reviro os olhos e entro no banheiro minúsculo procurando qualquer pessoa que esteja por aqui, mas não tem ninguém aqui. Olho todas as cabines para ter uma decepção em não encontrar ninguém.