Capítulo 45

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Edan Baker

    Lapsos de memória da noite que a Jane me pegou no hotel com Leslie surge uma vez ou outra quando a vejo de longe pelos corredores da construtora. Lembro daquela noite com clareza e do olhar da Jane. Eu ainda tenho pesadelos em que os olhos dela estão com aquela mesma expressão de nojo e mágoa.

Flashback:

— Edan, para onde vai? Estou ferida! — A Leslie exclamava na cama, limpando o sangue dos arranhões que a Jane causou.

Eu vestia minhas roupas com pressa sem ouvi-la. Meu coração estava disparado e eu só conseguia pensar no olhar da Jane e em como ela não iria me perdoar.

Deixei a Leslie no hotel, peguei meu carro e fui em busca da Jane avançando todos os sinais que via a minha frente. A única coisa que eu queria era poder me ajoelhar e implorar perdão a Jane.

...

  Saio das minhas memórias quando a vejo passar o corredor em direção ao almoxarifado, vou atrás dela seguindo os seus passos de perto.

Hoje ela está vestindo uma calça preta que destaca suas pernas curtas e torneadas, um salto fechado e uma blusa de alças finas. A Jane tem uma pele tão linda e macia a qual eu poderia admirar por horas e a tocar por toda eternidade. Eu sempre adorei vê-la em blusas que mostre seus ombros e colo dessa maneira e a Jane sempre adorou essas peças.

Outra coisa que acho totalmente lindo nela é a maneira como anda tão bem em salto altos. Ela tem um andar elegante por natureza, usando saltos ou não. Todos me perguntava na faculdade porquê deixei meu padrão de sair com mulheres altas, magras pra ficar com uma mulher tão pequena como a Jane.

A verdade é que o charme da Jane é tudo o que ela é e sua altura nunca foi um problema. Seus 1,65 para os meus 1,90 nunca foi algo para nos dar dor de cabeça, muito pelo contrário, achávamos engraçados todos os momentos que eu precisava me abaixar e a Jane ficar nas pontas dos pés ou subir em um móvel.

Nosso beijo sempre encaixou perfeitamente.

— Jane, preciso que dê uma olhada nesse esboço para o designer interior de um dos apartamentos. — Uma das nossas designer aborda a Jane.

Fico cinco passos atrás delas vendo às mesmas conversar e a Jane passar dicas e apontar o que pode melhorar. Alguns minutos depois, ela volta a caminhar e eu acelero os passos ficando ao seu lado, ela olha para mim rapidamente.

— Precisamos nos apressar para ir a reunião do senhor Millers. — Diz ela.

— Você está indo agora? — Pergunto.

— Sim, só vou parar no depósito para pegar algumas folhas de desenho.

— Vamos juntos, então. Estou de carro e economizamos assim.

Ela suspira e apenas assente.

Desço para o estacionamento e a espero, ela chega alguns minutos depois com sua assistente e juntos vamos até lugar onde estamos construindo um condomínio.

A reunião dura horas e eu me sinto sufocado ao ver tantos palpites errados dos solicitantes. Como engenheiro, preciso repetir por várias vezes a mesma conversa e a Jane nota meu aborrecimento.

— Senhores, não estamos chegando a um consenso. Por favor, deixe o engenheiro falar e fiquem em silêncio se querem entender. É uma obra extensa e nós precisamos de atenção.

Todos ficam em silêncio, a Jane volta a se sentar e eu limpo a garganta para voltar a falar da obra.

Saímos da reunião exaustos. Estou tão frustado que nem consigo respirar direito ao lembrar do descaso que o contratante teve conosco.

Não CasadosOnde histórias criam vida. Descubra agora