Uma Nova Vingadora

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Você estava curtido a música, dançava sem pensar nos movimentos, apenas estava sendo feliz.
- Ei abaixa isso aí - seu pai lhe disse, você parou de dançar e foi desligar o rádio.- eu não pedi pra você lavar a louça?
Você olhou para a louça que estava limpa no escorredor, ainda estava molhada. Você tinha acabado de lavar.

- sim, e eu fiz. - você disse confusa. O que exatamente o tinha feito ficar estressado?

- mas você está com a música alta desde que eu te pedi.
Você deu um risinho ainda pensando no que se passava na cabeça dele, qual seu método de raciocínio?

- sim, eu gosto de fazer as coisas com música. Sempre - você disse alegre, isso o irritou. O irritou por que ele não gostava da forma que você sempre via o lado bom das coisas, isso dava um pouco de inveja e ele não gostava dessa sensação. A sensação de não estar com o controle sobre suas próprias emoções.
É claro que isso era totalmente normal e uma prova nata de que ele era um ser humano.

Parabéns.

Mas ele não pensava assim, cresceu em um lar onde os sentimentos, as emoções, deviam ser guardadas pra si, se desabafasse, era sinal de fraqueza. Diversas vezes você o explicou o contrário, mas não adianta tentar quando a pessoa não quer. Um conselho. Você aprendeu da pior maneira.

- ou você escuta música, ou você faz as coisas - ele enraiveceu.

Você pensou em "n" respostas e motivos pra respondê-lo de forma calma, mas foram só pensamentos.

- você está insinuando que eu não sou capaz de fazer duas coisas ao mesmo tempo? - você estava indignada, sabia que essa conversa não terminaria bem. - olha, a louça está lavada não está? Seu quarto arrumado, e quem fez? Se o consola, tudo isso eu fiz ouvindo músicas, eu de verdade tentei entender mas não achei motivos pra você estar brigando comigo. Já parou pra pensar que você também tem uma vida para cuidar além da minha? Digo, você é meu pai, mas mesmo assim não quer dizer que possa mandar no que eu escuto ou não. Se o que te preocupa é a letra da música, fique tranquilo. A tradução me ensinou mais coisas sobre a liberdade do que você jamais poderia ter.- lágrimas encheram seus olhos mas você não deixaria barato.

Você podia ver a fúria nos olhos dele. Ele estava prestes a te bater, e antes que isso acontecesse, você virou as costas.

- não vire as costas enquanto estou falando com você - ele apontou o dedo.

- você não está falando nada, ou está? Desculpa é que a música está muito alta. - você entrou no quarto e trancou a porta.
Se escorou na parede e lentamente foi descendo até sentar no chão frio e começar a chorar descontroladamente, colocou seus fones e prometeu a si mesma nunca mais ouvir música sem eles.

E assim foi, você só saía do quarto quando estava com os fones e isso se tornou rotina. Foi uma benção, evitava não só brigas como aquela, mas comentários tóxicos vindos deles. Era um alívio.

Há quanto tempo você não ouvia música? Definitivamente você era melhor quando a melodia fluía pelas suas veias, e agora você pensava em como poderia ser melhor, precisava fazer isso. Seu pai estava precisando de ajuda e era sua primeira vez em campo. Não podia decepcioná-lo, isso não afetaria só ele, mas você também.

Você desceu as escadas e encontrou Pep sentada no sofá, seu olhar estava em outra dimensão e ela balançava a perna freneticamente. Você fez um movimento com as mãos trocando de roupa para não preocupa-la.

- Pep? O que houve? - seu olhar voltou a vida e ela deixou uma lágrima escapar.

- Parker, ele..- você olhou para a Tv na sua frente, diversos repórteres mostravam uma luta e você viu o homem aranha, ele pulava freneticamente de um prédio para o outro. Era uma transmissão ao vivo. Mas onde estava Tony Stark? Onde?