Os olhos castanhos de Angelina estavam focados na nave que Carol carregava como se não pesasse nada.
Angelina mal podia acreditar no que estava vendo. Ali, dentro do veículo voador, há chances dela encontrar duas das pessoas mais importantes da vida dela. Eles estavam aguardando aquele momento há quase um mês. Longos e infernais vinte e dois dias.
Os membros restantes do grupo de super-heróis pararam próximos uns dos outros a aguardaram ansiosamente a abertura da porta traseira. Assim que a porta de metal de abriu Angelina sentiu o próprio coração sendo partido mais uma vez.
Somente duas pessoas começaram uma árdua caminhada para o solo terrestre.
Uma mulher de pele azul caminhou dando apoio para o pai da jovem. O glorioso Tony Stark se parecia com qualquer outra pessoa no universo, menos com ele mesmo. Ele está magro. Desnutrido seria a palavra correta, sujo, o tom de pele antes amorenado deu lugar a um amarelo pálido, olheiras profundas abaixo dos olhos e um olhar melancólico como se ele ainda estivesse perdido no vasto universo. Ele parecia ter deixado parte de si próprio no vasto vácuo das estrelas.
E não havia sequer um sinal da presença de Peter junto a eles.
Steve, que correu para amparar o Stark mais velho, teve uma confusa e sussurrada conversa com o homem, ambos parecendo à beira de lágrimas. E mesmo distante deles Angelina conseguiu ler através dos lábios de seu progenitor a frase “eu perdi o garoto”.
As lágrimas salgadas e imparáveis, que naquela altura do campeonato já são velhas conhecidas da jovem Stark transbordaram dos olhos tristes e escorreram da ponta do queixo para o solo gramado.
Em silêncio, Angelina perguntou a ninguém: quantas vezes um mesmo coração pode ser machucado dessa forma?
Pepper, que estava à beira de mais um colapso, correu até o noivo e o abraçou chorando por Tony da mesma forma que Angelina faria se Peter estivesse ali – e como ela quis que ele estivesse.
Angelina arriscaria a dizer que daria a própria vida se isso significasse que Peter, o bondoso e inocente garoto do Queens pelo qual ela está apaixonada há anos, voltasse para casa naquela noite.
Assim que a ruiva largou Tony os olhos do homem se encontraram com os da filha. Nem mesmo quando era uma criança Angelina pareceu tão pequena e indefesa, tão triste e irreparavelmente quebrada – Tony pensou em meio a nuvem de exaustão de embaça seus pensamentos.
Angelina nunca se sentiu tão vulnerável e Tony nunca se sentiu tão incapaz.
– Querida… Eu… Eu sinto muito… Eu... – Tony tentou dizer algo mais, mas as palavras não saíam da garganta seca.
– Está tudo bem, pai.
Não. Não estava nada bem. Angelina sentia que ela também havia morrido junto dos amigos e namorado. Era como se tivesse perdido tudo o que amava, tudo o que aprendeu a amar com tanto esforço. E em partes ela perdeu. Perdeu os sonhos que tinha, perdeu os planos, perdeu o motivo dos melhores e mais apaixonados sorrisos; perdeu o caminho de volta para casa. Perdeu o lar, porque lar não é um lugar, lar são as pessoas que fazem de um lugar um lar; ela se perdeu.
E a voz quebradiça não deixava a mentira dela ser convincente, nem para ela e nem para ninguém ali.
Eles perderam muito e nada estava bem. E talvez nunca voltasse a estar.
[...]
A discussão que ocorria bem em frente dos olhos da Stark parecia uma página aberta em segundo plano na mente dela, os pensamentos da jovem estavam em todo e em nenhum lugar; ela pensava sobre tudo e nada. Angelina já não via mais motivos para discutir sobre aquilo, afinal só traria dor e sofrimento cujo eles já tinham o suficiente. Ela está cansada de sofrer e remoer tudo o que poderia ter feito para evitar aquilo. Ela está cansada de todas as maneiras possíveis.
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IRON BLOOD ➻ Vingadores
Fanfiction'𝑼𝒎 𝒅𝒊𝒂 𝒐 𝒔𝒂𝒏𝒈𝒖𝒆 𝒅𝒆𝒍𝒂 𝒔𝒆𝒓𝒂́ 𝒄𝒐𝒎𝒑𝒐𝒔𝒕𝒐 𝒅𝒆 𝒇𝒆𝒓𝒓𝒐 𝒐 𝒔𝒖𝒇𝒊𝒄𝒊𝒆𝒏𝒕𝒆 𝒑𝒂𝒓𝒂 𝒆𝒓𝒈𝒖𝒆𝒓 𝒖𝒎𝒂 𝒏𝒂𝒄̧𝒂̃𝒐.' "𝑷𝒂𝒓𝒕𝒆 𝒅𝒂 𝒋𝒐𝒓𝒏𝒂𝒅𝒂 𝒆́ 𝒐 𝒇𝒊𝒎", 𝑻𝒐𝒏𝒚 𝑺𝒕𝒂𝒓𝒌 𝒅𝒊𝒔𝒔𝒆 𝒖𝒎𝒂...