IRON BLOOD ➻ Vingadores

Epílogo - Medo

– Todos querem um final feliz, certo? – A voz que disse essa frase é conhecida e amada por todos ali. – Mas nem sempre isso acontece. Talvez seja dessa vez.

"Espero que se estiverem ouvindo essa gravação, seja em celebração. Espero que famílias estejam reunidas. Espero que tenhamos conseguido nos recuperar. Que uma versão normal do planeta seja restaurada... bem, se é que alguma vez ele foi normal. 

E meu Deus, que Mundo! Que Universo, agora. 

Se você me dissesse dez anos atrás que não estávamos sozinhos, ainda mais nessa extensão, eu não ficaria surpreso. Mas qual é, quem saberia que aquelas coisas de luz e escuridão entrariam em jogo? 

E, para melhor ou pior, essa é a realidade em que minhas duas filhas vão ter que viver. Então, pensei melhor e decidi gravar essa mensagem no caso de uma morte prematura. Da minha parte, é claro. Não que a morte, em qualquer momento, não seja prematura. Foi essa coisa de viagem no tempo que vamos tentar fazer amanhã que me fez pensar sobre isso. Mas novamente, esse é o trabalho de um herói.

Parte da jornada é o fim.

Por que estou preocupado? Tudo vai funcionar exatamente do jeito que deveria e eu vou voltar para casa com a minha família."

– Morgan, minha pequena garotinha, te amo mil milhões. E Angelina, querida... prometo tomar conta de você amanhã, seja lá o que aconteça no teste. Como sempre fiz e sempre farei. Até breve, te amo e vejo vocês em casa.

O silêncio que veio após o fim da mensagem holográfica fez ser possível que todos escutassem as fungadas pequenas que preenchiam o ambiente. Sem aguentar ficar por ali por mais tempo, Angelina se virou e saiu sem fazer muito alarde.

Tony havia sido enterrado algumas semanas antes, no mesmo cemitério que seus pais, mas eles deixaram para fazer uma cerimônia de despedida naquela tarde quando todos estivessem melhor da batalha. 

Angelina realmente não queria estar ali. Não mesmo. Ela quer viajar para longe e passar um tempo tentando recuperar as partes de si mesma que foram brutalmente arrancadas dela. Ela quer correr dos olhares de pena, de condolência que apesar de serem dados de boa-fé, não a farão se sentir melhor. Longe disso. Tudo é apenas um lembrete das pessoas que ela um dia teve.

Teve, no passado. O presente é um pouco brutal e o futuro incerto.

A cerimônia foi bonita, significativa de um jeito que apenas a mãe dela poderia fazer algo ser. Angelina permaneceu de pé, dois passos atrás de Pepper e Morgan, um lugar estratégico de onde ela poderia ver seu mundo inteiro abraçando um ao outro. De onde ela poderia proteger as duas como Tony fez com elas.

Quando todos começaram a se afastar, Angelina os seguiu, mas é claro, não antes de uma última olhada no reator Arc que flutua para longe sobre um arranjo de flores colorido e tão cheio de vida quanto seu pai um dia foi.

Tão cheio de vida quanto ele quis que suas filhas se tornem um dia.

E isso é o suficiente para fazer Angelina querer buscar por isso, por essa vida.

[...]

– Como você está? – Angelina perguntou enquanto se sentava ao lado de Peter no pequeno banco.