Vinte e um

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10 meses depois

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10 meses depois...

Os últimos meses foram bastante tranquilos, ou melhor dizendo, tranquilos de certa forma. Eu e meu pai ficamos afastados das missões, Steve treinou os novos membros da equipe, meu pai cuidou da empresa, e eu cuidei do meu pai.

Ultron nos trouxe mais problemas do que se pode imaginar, não somente problemas para a equipe dos Vingadores, mas também problemas pessoais. Pela primeira vez em muitos anos – oito, para ser mais exata – eu não comemoraria meu aniversário com minha mãe e meu pai.

A pressão da mídia, as armaduras do meu pai, os pesadelos, o estresse, os Vingadores, as pessoas tentando nos matar, os políticos querendo nos prender; todas essas coisas desgastaram nossa família. Desgastaram o que nós três – Pepper, papai e eu – chamávamos de família.

Pepper surtou após o fim da batalha, principalmente quando soube que eu fiquei com meu pai até a cidade explodir, literalmente. Ela utilizou adjetivos como: irresponsável, louco, inconsequente, desgraçado, lunático e péssimo pai para xingá-lo. Bom, esse último me fez entrar na sala da nossa casa e interferir naquela bagunça. Posso dizer que fiquei admirada com o fato de que ela demorou seis meses para falar o que queria a respeito de toda aquela situação.

Ela falou poucas e boas e se opôs totalmente a minha participação a equipe dos Vingadores, e, praticamente, exigiu minha saída. Particularmente, eu acho que ela ficou magoada comigo e furiosa com meu pai já que ele simplesmente disse: "– Angelina já tem idade suficiente para decidir certas coisas sozinha, e se ela decidiu fazer parte da equipe, ela irá fazer até quando ela quiser." Pois é, isso fez Pepper rodar a baiana e ir embora ignorando totalmente meus pedidos para que ela ficasse, ignorou também todas as ligações do meu pai. E, apesar de trabalhar nas Indústrias Stark, ela se saiu bem em se esquivar do meu pai. Isso sim, me magoou. Nos magoou.

Não satisfeita com a merda de situação na qual nos encontrávamos, a vida resolveu nos ferrar mais um pouco. A quase um mês atrás, em uma das missões dos Vingadores, um coleguinha de Steve resolveu tentar se matar e levar o Capitão junto com ele. O cara se explodiu no meio de uma feira na cidade de Lagos, Nigéria. O famoso "eu morro, mas te levo comigo."

Felizmente – ou infelizmente – Wanda apareceu e livrou a bunda de Steve. Na verdade, livrou mais ou menos. Em sua tentativa – quase bem sucedida, só para fixar esse detalhe – de salvar Steve, ela jogou o maluco pro alto. Seria uma ótima ideia se o cara não tivesse explodido ao lado de um prédio causando uma bagunça de poeira, gritos, sirenes e fogo.

Apenas mais um problema causado pelos Vingadores, os heróis mais poderosos da Terra.

Como se aquela explosão não fosse problema suficiente um homem chamado Thunderbolt Ross, também mais conhecido como Secretário Ross, entrou em contato com meu pai dizendo possuir uma solução para toda essa bagunça.

Sua solução tinha um nome que carregava um peso enorme consigo, O Tratado de Sokovia. Aprovado por mais de cento e dezessete países ele tinha a intenção de limitar os Vingadores, ou resumidamente, limitar os estragos causados pelos Vingadores. O documento deixava bem claro quais eram suas intenções a cada novo parágrafo que era lido.

"De acordo com o documento em mãos, certifico que os participantes abaixo mencionados, povos e indivíduos deixam de operar livremente ou de maneira não regulamentada, mas operam sob as regras, decretos e governanças das Nações Unidas acima mencionadas, atuando somente quando e se o grupo considerar adequado e/ou necessário."

E logo abaixo desse pequeno parágrafo nove nomes estavam escritos com espaços logo acima deles para as assinaturas serem feitas nas linhas pontilhadas. Clint Barton, Steve Rogers, Natasha Romanoff, James Rhodes, Sam Wilson, Visão, Wanda Maximoff, Anthony Stark e Angelina Stark. Todos os membros da equipe possuíam seu local de assinatura.

Após muitas conversas entre eu e meu pai nós dois decidimos que o melhor que poderíamos fazer era assinar o Tratado. Nos julguem, mas os Vingadores precisam de controle. Não que eu ache totalmente certo o fato de que querem dar um fim as identidades secretas dos heróis, mas se você está disposto a colocar uma máscara para salvar pessoas, você tem que estar disposto a lidar com o peso que isso carrega. Se nós queremos ser heróis precisamos ser melhores que os vilões, e isso significa não destruir uma cidade inteira para isso.

Sinceramente, o mais difícil disso tudo irá ser convencer Steve a assinar. O Capitão não confia muito nos órgãos dos governos, digamos que ele tem péssimas experiências nessa área. Ficou velho e amargurado para certos assuntos.

Se Steve não assinar, Sam não assina. Lealdade, é o que é.

Wanda não possui muitas escolhas, ela depende de meu pai e da segurança que a base pode fornecer a ela, já que sua identidade não é segredo para ninguém. Ultimamente ela tem sido bem comentada a respeito do incidente, comentários nada agradáveis.

Clint sequer está por perto, ele se isolou com sua família em sua fazenda e disse ter se aposentado.

Natasha talvez não assine, ela adora ser a mulher "do contra". Ela não gosta muito do governo também, seu discurso após a queda da SHIELD em 2014 deixa isso bem claro. Aquilo foi épico.

Tio Rhodes é um patriota, ele sempre ficará do lado de seu país, isso significa que assim que ele souber do Tratado ele assinará.

Visão é um bom homem, vamos assim dizer. Ele é inteligente e sabe o porquê do Tratado ser importante para todos nós.

Meu pai tem muito a perder. As Indústrias Stark, tudo pelo que ele lutou durante sua vida, as armaduras, sua liberdade, e a mim. Ele assinou não só pelos bens materiais que ele possui, mas sim porque ele não teve outra escolha. Que tipo de vida ele teria caso não assinasse o Tratado? Ficar fugindo pelo resto da vida? Se escondendo? Nah, isso não faz o estilo Stark.

E eu? Bom, quando escolhi fazer parte disso tudo eu sabia que uma hora ou outra algo do tipo iria acontecer. Afinal, quem garante a esses cento e dezessete países que de uma hora para a outra nós não daremos a louca e sairemos destruindo tudo? Observação: Sem querer nós já destruímos inúmeras coisas e matamos acidentalmente milhares de pessoas, imagine o que causaríamos se quiséssemos.

Se nós realmente lutamos pelo bem estar das pessoas do mundo nós não devemos fazer aquilo que nos deixa confortáveis, mas sim fazer aquilo que faça as pessoas se sentirem seguras.

O jogo ainda é o mesmo, as únicas coisas que mudaram foram as regras e alguns jogadores. E infelizmente, quem não conseguir se adaptar...

Game over.

IRON BLOOD ➻ VingadoresOnde histórias criam vida. Descubra agora