Nícolas Grent.
O grupingo de garotas me encararam, esperando a minha resposta. O único que estava sério era Steve.
Eu? Eu quis rir delas em pensar que eu não era hétero.
Eu era reservado, não era muito chegado á garotas, por que já sofrera com as consequências que tive com os meus atos.Aprendi tanto com a minha mãe.
Eu era tão malvado, tão ruim e tão perverso, que até os meus amigos queriam se afastar de mim, sabendo que eles sairiam arruinados no final, por que eu os puxava para fazer a mesma coisa que eu fazia.
Aprendi que homens devem respeitar as mulheres e ajudá-las quando preciso.— Por que você está me perguntando isso? — encarei a garota, como se fosse dar uma patada bem dada nela, mas não. Respirei fundo, fechando os olhos por um segundo.
Respeito com as mulheres...
A garota parou de sorrir um pouco, mas depois ela já estava formulando a resposta dela.
— Porque você teve as garotas todas aos seus pés e não quis nenhuma delas. — pegou uma mecha do cabelo e começou a enrolar com a ponta do dedo, olhando para mim.
— Claro que sou hétero, de onde já se viu? Por quê você está me perguntando isso? — Coloquei as mãos em cima da mesa, ficando com os cotovelos apoiados nela.
Ela ficou um pouco surpresa e com vergonha e sem saber o que dizer.
Por sorte dela, Giulia mudou de assunto, percebendo que nós estávamos todos sem graça por ter entrado naquele assunto assim tão rápido.— Você namora? — Giulia perguntou, me olhando.
Por um momento, percebi que Steve ficou um pouco tenso na cadeira, como se estivesse desconfortável com a pergunta de Giulia.
Viu? Eles se gostam.— Sim. — menti. — Ela é a garota mais importante da minha vida. Nem uma mulher é como ela. — eu disse e lancei um olhar para as garotas chatas. Tive esperanças que essa mulher, a qual fantasiei na cabeça, era Violetta e não uma qualquer.
— Ui ui, ele tá apaixonado! — Steve gracejou.
— Humpf! — Resmungeui, dando uma gargalhada baixa.
Nossos pedidos chegaram, nos fazendo mudar de assunto e nos calar. Todos nós paramos para comer, sem dizer nada.
Eu tinha pedido uma macarronada com almôndegas e parece que ninguém pediu nada parecido com o meu.
Verônica pediu algo com sushi, o que não me deixou surpreso.{...}
As cinco da tarde eu já estava voltando para casa.
Meu dia tinha sido agitado e cheio demais para mim e a única coisa que eu queria fazer mesmo era comer uma pizza e cair na cama para dormir.Várias pessoas queriam vir até o estúdio para observar melhor os quadros e comprar outros.
Em quatro semanas - o que é equivalente á um mês - irá ter uma tal exposição.
Eu não sabia nada á respeito, só sabia que aquela era a chance da minha vida.Ia ter uma celebração, onde as pessoas mais importantes e mais algumas iam para comprar novos quadros e vender outros.
Eu estava animado. Por que? Por que eu nunca havia ido em um museu como aquele. E por que o desenho que eu fiz de Violetta dançando estava lá.Andei um pouco. Eu não queria de forma alguma pegar um táxi.
O dia tinha esfriado um pouco. O sol havia sumido, e daria uma ótima caminhada até o meu condomínio.
— Aleluia! — Resmungeui, com um sorriso estúpido no rosto.
Quando cheguei, acenei para o síndico e desejei uma boa tarde para o velhinho que estava parado no portão.
O mesmo estava lotado de sacolas de plásticos e parecia não estar dando conta de trazer todas até o seu apartamento.
— Pode deixar que eu levo uma, senhor...—
— olhei para ele, perguntando com um olhar como seria seu nome.— Meu nome é Ívaro King. — ele respondeu com a voz fraca e meio puxada. — Mas pode me chamar de King mesmo.
Peguei duas sacolas e comecei a andar ao lado dele.
Por incrível que pareça, ele morava ao lado de Violetta. Mas distante um pouco da minha casa.
— Obrigada, Nícolas. — ele disse, pegando as sacolas da minha mão.
Parei, meio em choque.
Como ele sabia meu nome?
Talvez o síndico tenha dito para ele, então...— Como o senhor sabe que meu nome é Nícolas?
Ele riu baixinho, depois apontou para a porta da casa de Violetta.
— Violetta fala muito em você!
— o senhor deu de ombros.Sorrindo, acenei para ele e caminhei para a minha casa.
Porém, escutei uma música saindo de dentro da casa dela.
Coloquei o ouvido na porta, escutando mais alguns sons.A porta estava aberta( não me perguntem como estava). Então, entrei e perambolei para o quarto dela.
— Spirit lead me where my trust is without borders. — escutei ela cantando no microfone.
Encostei um pouco na porta, querendo escutar mais um pouco.
Porém, ela desligou o som e já colocou outra música que eu gostava demais.A música Lovelly- Billie Eilish, começou a sair na caixa.
Ela estava de costas para mim, mas pude perceber que ela cantarolava a música baixinho.Por que Violetta cantava uma música assim tão deprimente?
Fui por de trás dela, abraçando sua cintura.Violetta não se assustou ou ficou pasma, ela só permaneceu a mesma posição, como se soubesse que era eu.
— Nícolas. — ela sussurrou baixinho.
Isso foi estranho.
Violetta já sabia que era eu a abraçando, mas como? Ela não viu entrando, por que estava de costas. Minha mente se encheu de perguntas.— Como você sabe que é eu? — Perguntei bem próximo do seu ouvido.
— Eu conheço por causa do cheiro e da respiração. — soprou, no meu ouvido. Mesmo assim, essa explicação dela não me convenceu.
O cheiro de Violetta é único. Uma mistura de flores com pétalas adocicadas. Seus cabelos alaranjados cheiravam a morango.
Eles estavam soltos hoje, o que fazia de Violetta a garota mais bonita que eu já vi na vida.
Bem devagar, Violetta foi virando o rosto para próximo do meu.Eu sabia que ela queria me beijar. Tive certeza disso, por que eu também queria. Mas ainda era cedo demais.
Ela não me contava os segredos dela. Eu não contava os meus. Acho que ainda não era o momento.
Era preciso respeitar o momento dela.— Violetta? Vamos ao parque hoje?
— esperei ela falar alguma coisa.— Pode ser. Posso chamar Nathalie e Ethan?
Aceitei. Mas eu estava meio que decepcionado.
Ela também estava bastante amiga de Nathalie, e achei que ele queria levar a amiga junto com ela.
Mas Nathalie... não era justo ela ir ficar de vela lá perto da gente.
Ethan podia fazer uma boa companhia para ela. Mas eu sabia que ele não queria nada com ela. Ele gostava mesmo era de Violetta.— Pego vocês aqui as setes. — fiz um sinal de beleza e sai de lá antes que me desse vontade de beijá-la.
***
Seguinte...
" Vontade de contar o que eu sinto por ti, vontade de senti, exatamente o gosto dos seus lábios."
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A GAROTA DA JANELA
Teen FictionNicolas Grent, um garoto determinado que logo após atingir a maioridade, decide sair de casa a procurar de realizar o seu sonho. Ele sem muitas expectativas, apenas ele e ele mesmo. Logo após ter a chance de trabalhar em um dos estúdios de pinturas...