04 - DE QUEM É ESSE GATO?

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                    Nícolas Grent.

Naquela manhã, eu não parava de senti que havia alguém me espionando. Confesso que já estava ficando com medo. Toda aquela sensação ridícula estava me deixando maluco.
Toda vez que eu ia sai para algum canto da casa, eu olhava cada canto, como se a pessoa que estivesse me espionando estaria em qualquer lugar.
Meu almoço ficou pronto rapidinho. Era uma deliciosa lasanha. Outro prato que minha madrasta havia me ensinando.
Acho que eu cozinhava melhor do que qualquer outra mulher. Pelo menos eu gostava do que eu fazia.

Almocei assistindo ao programa da Sbt. Bom diacia. O mesmo estava passando o Scooby Doo. Eu ria tanto que quase cheguei a engasgar. O salsicha era uma comédia.
Eu ria mas quando ele caia ou tropeçava e acabava xingando um ' diacho!'
Lavei a louça que eu havia sujado e voltei para o sofá. Agora já passava o Henry Dander. Era muito humor para um dia só.

Estava tão confortável no meu quarto, depois de tanto assisti e ri; que não vi quando um GATO pulou a janela do meu quarto. Levantei em um pulo e olhei para o bichano.
Seus pelos eram brancos como a neve, seus olhos grandes eram azuis e suas unhas grandes. O pânico voltou de novo.
O ar começou a sumir dos meus pulmões.
O gato começou a andar em minha direção e a única coisa que fiz foi sai correndo pelas escadas. Quase cai duas vezes.
Destranquei a porta e berrei:

— DE QUEM É ESSE GATO? — Eu já estava quase morrendo de medo.

Ninguém apareceu no corredor. O medo do gato pular em mim era maior do que tudo.

— DE QUEM É ESSE GATO? — berrei de novo. Dessa vez apareceu a ruiva. A mesma estava tão histérica quanto eu.

— É o Thom? — assenti. — Ai meu Deus! O que ele está fazendo aqui? — entrou na casa correndo.

E eu fiquei la fora mesmo, esperando Violetta sai com o gato do meu quarto. Depois de uns minutos, ela veio. Segurava nos braços o bichano.

— Ainda bem! Estava quase morrendo de pavor desse bichano! — passei a mão no rosto.

— Calma Nícolas. É só o Thom. Ele é calmo! Não mexe com ninguém. — deu um sorriso. — Na verdade, ele gosta de carinho, mas nada que chegue a te machucar. Quer pegá-lo?

Balancei a cabeça em negação. Deus me livre de pegar um bichano daquele. Ele parecia não ir muito com a minha cara.

— Qual é, Nícolas?? É só um gato! — ri de mim. — Quer saber, por que você não vem tomar um café ou um chá comigo e você aproveita para conhecer o Thom melhor??

— Pode ser, mas afasta o... o gato de perto de mim. — fechei a porta da minha casa e não demos uns dez passos e chegamos na casa dela. — Uau, sua casa é grande! Acho que é maior do que a minha.- resmunguei.

— Eu não acho. Bom, aqui é cheio de prateleiras de livros, mesas, móveis coisas que acho sentimental. — ela disse com um olhar de desdém.

Adentramos na casa e observei cada canto da mesma.
As paredes eram pintadas de uma cor camurça. Falo isso porque eu conheço cada cor.
A cozinha era do mesmo jeito que a minha e o resto. Mas o que mais prendeu minha atenção foi uma outra porta. Eu sabia que cada condomínio só existia dois quartos, mas aquele era diferente.

— Por que seu apartamento tem um quarto a mais? —  umedeci os lábios com a língua.

Violetta demonstrou um enorme sorriso.

— Esse aqui é o meu cantinho. Pedi ao síndico para que eu pudesse construí esse quarto para mim. Aqui é mais do que um estúdio de dança para mim. Aqui é onde eu e o Ethan fazemos as coregráfias, ensaios e ouvimos músicas juntos. — deu de ombros.

— Ah. É lindo aqui! — exclamei assim que vi quando ela abriu a porta.

O quarto era pintado de rosa. Sim, rosa. Nela havia uma pintura de dois dançarinos.
O espaço para a dança era o bastante para os dois dançarem. Ao lado tinha uma caixa de som enorme.
Um microfone, sapatos de balé e uns tênis mais fáceis para suas danças. Aquilo parecia de verdade um estúdio.

— É. Eu gosto daqui. — sorriu para mim. — Daqui eu observo tudo. Gosto de vim aqui para gravar vídeos no meu canal no YouTube, aprender coreografias e fazer umas aulas de canto. Tudo nesse cantinho! - seus olhos brilhavam quando ela falava de música. Dava para ver que ela nasceu para fazer aquilo mesmo.

— E seus pais? Quem são eles? — quis saber. O sorriso que Violetta tinha no rosto sumiu rapidamente. Estava claro que ela não havia gostado nenhum pouco das perguntas.

— Olha, nós não somos amigos para tratarmos de assuntos confidênciais. — ela foi totalmente rude comigo.

— Desculpe, eu só queria puxar assunto. — me levantei do sofá e caminhei até a porta. — A gente se vê depois. — sai da casa dela antes dela falar alguma coisa.

Não sabia o que Violetta tinha contra sua família, mas dava para ver que a mesma não havia ficado nada agradável com as perguntas que eu havia feito.
Acho que é hora de eu estudar melhor as pessoas que frequentam esse condomínio.

***

Seguinte...

" Você é a perfeição, minha única direção."

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