Violetta Wilmam.
De manhã, eu acordei um pouco tarde, por que nós fomos durmir muito tarde ontem.
A hora que nós chegamos, era bem tarde, mas eu só não sei se era uma hora ou duas horas da manhã.
Senti uma coisa diferente em meu peito. Hoje de manhã, ele trouxe uma alegria monótona. Uma alegria por saber que agora Nícolas era meu e eu era dele.Aquele pedido ontem foi tão romântico. Eu e Nathalie saímos daqui, pensando que íamos comer, mas quando terminou, a gente foi surpreendidas por dois garotos de joelhos no chão olhando para gente.
Aproveitamos cada momento ontem, que não quisemos mais sair de lá.
Quando desci para o café, vi todos reunidos lá, sorrindo uns para os outros.
A madrasta de Nícolas é tão gentil, que eu até esqueci que eu estou na casa da minha sogra. Ela é educada e mais parece uma mãe para mim e Nathalie.Os exames ainda não saíram, talvez segunda-feira. Então, a gente vai ter que esperar os exames e depois a gente vai embora, por que daqui uns quinze dias, vou ter que dançar no estúdio do Rio.
- Bom dia. - Eu disse e sentei na mesa, quer dizer, na cadeira. Cada um deles responderam, voltando a conversarem.
- Ela só cozinha. - Ethan disse. Percebi que eles estavam falando de Nathalie, por que ela é a única a amar cozinhar.
- Conte um pouco sobre você, Nate! - Márcia disse, entrelaçando os dedos sobre a mesa e olhando para ela.
- Eu não tenho muita coisa para dizer não...- Ela disse, colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha, sentindo-se envergonhada. Era até estranho ver a Nate assim de novo.
- Tem medo de quê? - Perguntei, recebendo um olhar de divertimento de Nícolas.
- De ser traída. - Respondeu e olhou diretamente para Ethan, que quase engasgou com o café.
- Traída? Por quê? Você já foi traída? - O pai de Nícolas perguntou. Levi.
- Já. O cara que eu namorava, ficou comigo só pra fazer ciúmes para uma menina que era ex dele. Por isso, eu criei um trauma, por que a dor é grande e até você se acostumar com isso, dói pra caramba. - Enquanto ela dizia, não tirava os olhos de Ethan.
- Vacila não, Ethan. - Sussurrei no ouvido dele, fazendo o mesmo rir.
- Sinto muito, filha. Esses homens de hoje em dia, só prestam para machucar as mulheres. - Márcia opinou, fazendo Ethan, Nícolas e o marido dela olharem para ela como se não tivessem acreditando.
- Nem vem. Os homens também são machucados às vezes por mulheres...- Levantei a mão, fazendo Nícolas parar de falar.
- Na na ni na não. - Eu disse e alguns deles riram.
- E você Violetta? Como anda os seus pais?
Meu coração errou uma batida e eu fiquei nervosa. Aquele era o meu passado que eu não queria falar ou revelar, mas ali, eu soube que aquele era o momento.
Eu precisava contar para alguém, porque aquilo guardado dentro da gente, sem ninguém saber, dói.
Nícolas me olhou, pedindo com os olhos que eu não começasse a falar sobre aquele assunto de que eu não gostava.- Mãe! Ela não gosta de falar sobre isso! - Nícolas revelou, pegando a minha mão e entrelaçando com a sua.
- Pode deixar, Nícolas. Chegou a hora de falar. - Respirei fundo.
- Eu sou órfã. - O queixo de Nícolas caiu. - Quando eu era bem pequena, a minha mãe me abandonou na frente de um orfanato. Eu acho que eu não tinha nem os cinco meses de vida. Então, a Carol, assistente do orfanato, me achou e me levou para o orfanato, cuidando de mim com todo o amor do mundo. Eu cresci e a vontade de saber o meu passado, de perguntar quem era os meus pais, de saber quem era a minha mãe, de querer poder saber as coisas, por que eu me sentia sozinha, me fez perguntar várias coisas para ela. Quando ela me contou o meu passado, eu não acreditei que a minha própria mãe tinha me abandonado, deixado sozinha no chão. Se não fosse pela Carol, eu estaria morta. - Acabei soluçando. - Uns meses se passaram e um casal de dois jovens apaixonados foram até o orfanato, querendo uma criança para adotar, eles gostaram tanto de mim, e quiseram me adotar. Na minha cabeça, eles eram os pais que eu nunca tive...- Olhei diretamente para os pais de Nícolas e senti vontade de ter uns pais também.
- Você foi adotado por eles? - Nathalie perguntou, coçando o nariz cheio de sardas pretas.
- Sim. - Assenti, começando a falar de novo. - Eu os amava e eles me amavam também. Porém, quando eu tinha dezessete anos e só faltava um mês para mim completar dezoito, eles iam fazer uma viagem comigo e eles morreram em um acidente. Eu poderia ter ido com eles. Eu poderia ter feito alguma coisa, mas eu não consegui. Eu queria poder ter lutado, mas eu não consegui. Meus pais morreram na minha frente, sem saber o que fazer, eu fiquei esperando. Depois do velório deles, a fortuna deles foi deixada para mim e olha que eles eram bem ricos. Quando eu pensei que poderia viver, sem problemas e só com a saudade dos meus pais, minha mãe apareceu. Ela queria o meu perdão. Ela queria recompensar o tempo perdido, mas só que era tarde de mais. Eu a perdoei só que não queria viver a vida com ela, queria viver sozinha e ser livre. Ela entendeu, e me deu o meu gatinho, que é o Thom. Eu amo tanto ele.
- Nossa, que história. - Nícolas disse, beijando o meu pulso.
- Para menor das surpresas, um tal de senhor King, tem o mesmo passado que eu. Eu não sei nada sobre a minha mãe, mas tem a Annie também, que é bastante parecida comigo. Acho que temos algum parentesco.
Annie é uma menininha que está morando ao lado da minha casa. Ela é engraçada e se parece bastante comigo. Queria muito poder ter uma irmã como ela.
- Quando a gente chegar lá, vamos ter que conversar com ele. - Ethan disse.
Concordei e enxuguei as lágrimas. Senti como se um peso tivesse saído das minhas costas. Eu tava leve.
Ninguém me julgou pelo meu passado e ninguém me deu as costas.***
Seguinte...
" Amar você foi um jogo? Se foi, eu amei percorrê-lo."
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A GAROTA DA JANELA
Teen FictionNicolas Grent, um garoto determinado que logo após atingir a maioridade, decide sair de casa a procurar de realizar o seu sonho. Ele sem muitas expectativas, apenas ele e ele mesmo. Logo após ter a chance de trabalhar em um dos estúdios de pinturas...