48 - Uma mensagem e uma janela.

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Nícolas Grent.



A situação com Ethan não estava nada boa. Estávamos eu, Violetta, Nathalie, e os meus pais. Era agora que Nathalie iria contar toda essa história de morte.
Ethan havia matado um homem? Como?

- Foi tudo culpa minha...- Lágrimas desciam pelo seu rosto, e ela se esforçou para limpa-las. Violetta, vendo a situação da amiga, a abraçou, acariciando-lhe o rosto. - Eu não deveria ter corrido.

- Você estava alterada, filha. - Minha mãe rebateu, dando um olhar cauteloso e carinhoso para Nathalie. - Não havia como adivinhar.

- É, dona Márcia está certa, amiga. - Violetta concordou, ainda dando apoio a amiga.

- É muito importante que você continue a dizer para nós o que realmente aconteceu. - Meu pai intrometeu.

- Eu tinha saído correndo, mas vocês sabiam disso. - Ela deu um olhar para Violetta, que pareceu compreender sem muitos esforços. - Eu machuquei o meu pé no chão e acabei caindo e quando fui tentar levantar, um homem bêbado apareceu. Eu não sabia quem era ele, mas ele estava bêbado. Dizia coisas sem sentido, e ele tentou... - Lágrimas desciam pelo seu rosto. - Ele tentou me estrupar.

- Sinto muito Nate...- Violetta murmurou, parecendo tão chocada como a amiga.

Apertei os olhos, querendo tanto não ficar irritado. Eu odiava- com todas as minhas forças -, homens que tentavam assediar mulheres, assim como odiava mulheres que davam em cima de homens comprometidos.

- Ethan me salvou. Se não fosse por ele, aquele homem poderia ter feito muitas coisas comigo...- Ela disse e abaixou a cabeça.

- O importante é que você está bem, Nathalie. Agora, precisamos esperar e apostar as chances no advogado da família dele, que está fazendo tudo para tira-lo daqui o quanto antes. Acreditamos na bondade de Ethan e sabemos que ele não fez isso para matá-lo e sim para proteger você. - Meu pai disse. Imaginei como estaria Ethan, naquela prisão, sozinho, se sentindo culpado.

- Agora sei, que ele não faria aquilo para me machucar. Foi um erro dele, mas ele matou alguém para me salvar.

- Alguém viu os pais dele? - Perguntei.

Ethan havia me dito que seus pais eram separados. Antes dele completar os seus dezoito anos, ele vivia na casa de um e de outro.
Por muitas brigas, depois a única solução que veio foi a separação. Para ele, foi a coisa mais difícil que ele ia teve que passar, pois amava tanto os pais. Imagine a decepção e a falta da presença dos pais unidos, fez para ele.

- Já vinheram aqui antes. São pessoas refinadas e muito bem educadas. Sendo sincera, tive medo que elas me culpassem por tudo que envolveu o filho deles, mas eles não fizeram isso. Me apoiaram e como são bons de condições, decidiram que iam tirar o filho deles daqui o mais rápido possível.

- É um alívio. - Minha mãe murmurou.

- Tomara que não demore muito. - Resmunguei.

Nessa nossa volta para o Rio de Janeiro trouxe muitas coisas. Ando até com medo de trazer mais coisas ruins, antes do fim.

[...]

Estava em casa. Vinhemos descansar e manter a calma. Ethan estava bem, mas eu não imagino que uma pessoa que esteja na cadeia, está bem. Nunca.
Não havia nada para fazer, praticamente. Apesar de todas as coisas que estavam acontecendo, eu ainda tinha que ir trabalhar no estúdio. Ainda bem que o pai da Lanny pôde compreender o que eu queria dizer. Precisava estar apoiando a família de Ethan e até a Nathalie.

Não havia muita coisa para fazer. Estava escutando uma música bem baixinha no fone de ouvido. As janelas e cortinas do meu quarto estava aberta.
Então, senti aquela queimação dos últimos dias. Havia alguém me espionando. Quem seria? E por que essa pessoa continuava me espionando?
Levantei da cama, tentando descobri, mas quando cheguei lá, não tinha ninguém. Só as janelas dos outros vizinhos abertas. Esse mistério acabava me preocupando.

- Não é ninguém. - Disse para mim mesmo, tentando me avisar que não era ninguém.

Deitei na cama de novo e passei a mexer no celular.
Não tinha muitas notificações, apenas mensagens dos meus pais, que já haviam ido embora. Por mais que Ethan ainda não tinha saído, minha mãe ainda precisava ir a consulta.
Fiquei muito triste quando foram embora, mas não poderia impedi-los de ir.
Uma notificação de uma mensagem, me alertou. Era Violetta.

Ruíva- Oi, amor. Está fazendo o quê de bom?

Ri sozinho. Conversar com ela era tão bom, quanto conversar pessoalmente.

Nick- Nada de bom. E você?

Sorri, quando a mensagem chegou mais rápido do que pude imaginar.

Ruíva- Nada também. Há uma coisa que está me preocupando. Ethan foi preso injustamente e quando ele sair, as pessoas não irão gostar de vê-lo dançando no estúdio de dança, que é daqui á uma semana. Não que eu ligue para isso, mas é que, não vai dar tempo dele pegar todos os passos da coreografia.

Aí está outro problema.

Nick- Verdade. E agora? A não ser que a Nathalie dance contigo.

Ruíva- Eu ficaria muito feliz se ela dançasse comigo, mas a música é própria para um casal. Eles querem um casal, amor. Você topa?

Engoli em seco. Eram passos demais e tinha que pegá-los rápido demais. Será que eu daria conta? Eu não era um dançarino e nem liguei em ser. Acredito, que, se eu fosse dançar, pisaria inimeras vezes no pé de Violetta.

Nick- Eu não sei dançar, amor. Acho que até aquelas marionetes dançam melhor do que eu.

Ruiva- Não seja dramático. Sei que você dar conta. Por favor, vem aqui á noite, que começamos a ensaiar. Confio em você.

"Confio em você" essa frase me deixa com um sorriso tão bobo no rosto.

Nick- Ok. A noite estarei aí.

Sentindo outro olhar em mim, corri de novo para a janela. Não tinha ninguém.

Uma coisa palpitou na minha mente. Será que uma mensagem tinha haver com uma janela? Será que era a mesma pessoa?

***

Seguinte...

" Você quem escolheu ser assim. Você que começou, mesmo sabendo que estragaria tudo no final. Não mandei você inventar isso, de jeito nenhum."

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