40 - Rio de Janeiro, aqui estamos nós!

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Nícolas Grent.

Dois dias depois, estávamos no aeroporto, prontos para voltar para a nossa casa. De fato, Violetta era a que estava mais animada, por conta do ver o gato dela. Ela passou esses dias todos ligando para o síndico, procurando saber sobre o filhote dela.

Eu também precisava voltar, por quê tinha que trabalhar no quadro da exposição, que será daqui á alguns dias.
Sem contar que Violetta e Ethan vão dançar os dois e ainda não ensaiaram o bastante para isso.

Meus pais estavam junto com a gente, mas pareciam tristes. Minha mãe havia visto Nathalie e Violetta como duas filhas para ela e a casa ia ficar muito calada despois que a gente for embora.

Apesar de termos passado muitos dias aqui, precisamos voltar o quanto antes. Temos coisas a resolver: o passado de Violetta, que ainda não fora desvendado, a chance de Nathalie numa competição de chefs que ela vai participar - e ela só veio falar sobre isso agora -, a coreografia de Violetta e Ethan e ainda o meu quadro, que iria ser enviado para o museu.

- Não sei como vou assistir o show da Luna agora, já que as melhores companhias vão embora...- Minha mãe disse, fazendo uma voz de encabulada.

- Não fica assim tia! Podemos ligar para a senhora e assisti junto na ligação - Nathalie disse, juntando as mãos e olhando fixamente para a minha mãe.

- Seria ótimo - Violetta concordou, sorrindo para as duas.

- Agora nós devemos ir - Ethan relembrou, piscando duas vezes.

Não sei como mais ele piscava muito os olhos. Acho que ele tem um pouco de problema de vista, só pode.
Talvez tenha caído um cisco no olho dele.

- Qual o dia da sua exposição, filho? - Meu pai perguntou, parecendo tentar lembrar de algo.

Eu sabia que não daria para eles irem para a minha exposição, por quê a minha mãe precisava ir á uma consulta de muita importância. Por um lado, eu fiquei triste, mas minha mãe precisava cuidar da sua saúde.
Talvez vinhesse outras chances por aí e ela com o meu pai fosse algum dia.

- Próxima semana - Respondi, abaixando a cabeça, para não deixar claro que eu estava magoado por que eles não iam. - Vou pedi a Nathalie para filmar algumas partes e mando para vocês, ok?

- Por que sempre eu filme tudo? - Nathalie perguntou confusa.

- Por que você é a melhor para tirar fotos e gravar vídeos, meu amor  - Ethan respondeu por mim, aproveitando para apertar a bochecha da namorada.

- Hum - Foi o que ela disse, parecendo recuar.

- Está ótimo - Pai disse, trocando um olhar com a minha mãe, depois fazendo o mesmo com Violetta, Ethan e Nathalie.

- Porque esse olhar? - Cerrei os olhos para eles.

- Nada - Violetta disse.

- Vamos gente.

- Vamos morrer de saudades de todos vocês - Começou dizendo. - Prometemos que um dia vamos fazer uma visita á vocês e não, não vamos avisar quando. Tenham um bom vôo até lá, embora eu me pergunte por que vocês não vão de carro ou de ônibus.

- Não. Odeio ônibus. Cheio de gente suada e fedendo - Nathalie reclamou, balançando a cabeça negativamente.

Nós rimos. Primeiro abracei a minha mãe, não querendo a soltar.
Minha madrasta é quase tudo para mim e ela não é como a história da Cinderela não.
No começo minha preocupação posse essa, mas não é. E eu sei que a minha mãe que morreu está feliz por ela está cuidando de mim, ainda que seja longe.

- Eu te amo, mãe - Com uma sutileza, ela murmurou que me amava também.

Abracei o meu pai. Meu pai olhou para mim e fixou o olhar.
Algumas pessoas já haviam dito que eu parecia com ele, mas eu não tinha nem a metade de coragem que o meu pai tinha.
Ele é corajoso e sabe usar a sabedoria quando precisa. Já eu, não consigo resolver as coisas muito bem e ainda não consigo imaginar eu sendo muito bom em ser corajoso.

- Estou tão orgulhoso de você, Nícolas. Sua mãe estaria orgulhosa - Senti uma dor no meu peito. Lembrar da minha mãe sempre me deixava assim.

Me afastei dele, pegando a minha mala e colocando junto com as outras, no carrinho que coloca as malas.
Esperei Violetta, Nathalie e Ethan se despedirem dos meus pais. Quando chegou a vez de Violetta, meus pais cochicharam alguma coisa com ela, mas eu não entendi muito bem.

- Adeus! - Minha mãe disse e percebi que estava chorando. - Violetta? Não esquece do que eu te falei, ok?

- Ok - Assentiu.

- Esquecer o que amor? - Perguntei, tocando o seu ombro.

- Ela quer ver umas fotos do Thom, que a Rute vai enviar para ela - Respondeu, mas percebi que estava mentindo.

- Quem é Rute?

-É uma menina que é muito fã do Thom, ela até pediu para fazer conta para ele no Instagram, acredita? - Violetta disse, dando de ombros com um sorriso.

Depois é que fomos perceber que Nathalie e Ethan  já estavam muito em frente. Corremos para os acompanhar.
Eu iria senti saudades de São Paulo. Vivi tantas coisas boas aqui. Pedi em namoro Violetta; vi ela dançando junto com a Lanny; conheci novas pessoas e vivi momentos.

[...]

Alguém cutucou o meu braço delicadamente. Como não abri os olhos, cutucaram de novo.

- ACORDA, NÍCOLAS! - A mão já não era a mesma.

Aquela voz era da maldita da Nathalie. Que garota mais chata, Deus.

- Que foi caralho? - Resmunguei, esfregando os meus olhos e levantando do meu assento.

- Avião pousou, idiota - Ela disse, dando de ombros com uma careta.

- Vai deixar ela falar assim comigo, amor? - Perguntei a Violetta, que morria de rir da situação.

- Resolvem seus problemas - Violetta disse, levantando também. - Mas Ethan, dá aquela bela de uma lição a Nathalie, na hora que forem tran...- Nathalie não deixou a ruiva falar, por quê tacou um pacote de biscoitos na cabeça de Violetta.

- Bruxa! - Gritou.

Um homem nos avisou que éramos para sair - com um gesto nenhum pouco educado - que o avião  já havia pousado.
Pegamos as nossas coisas e pisamos o pé para fora, encontrando o clima familiar do Rio.
Vi a mesma coisa que vi quando cheguei aqui: O Cristo redentor, as casas, prédios, praças e aquela beleza daqui.

- Rio de Janeiro, aqui estamos nós! - Eu disse, chamando um táxi com a mão.

Violetta pulou empolgada. Um táxi parou e nós colocamos as coisas dentro da carro, entrando logo em seguida. Entregamos o endereço para o homem, que nos levou para a nossa casa.

***

Seguinte...

" Você é perfeita, minha única direção."

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