A GAROTA DA JANELA

21 - INFELIZ!

Violetta Wilmam.

Aquele era, definitivamente o dia mais incrível  que eu já havia vindo no parque de diversões.

As coisas estavam indo tão bem. Nícolas estava super animado ao meu lado.
Nathalie tava engraçada e do mesmo jeito de antes, só que com um sorrisinho a mais, ao lado de Ethan. Eu realmente esperava que Ethan pudesse abri o coração dele para o amor que só Nathalie pudesse dar.

Além disso, eu estava na companhia do garoto que eu gosto. Nícolas é um garoto lindo, dedicado, inteligente.
E eu não sabia o que fazer quando estava perto dele. Parecia que as palavras sumiam da minha boca, quando eu pensava em pronunciá-las.
Era tipo aquelas cenas dos livros: Meu coração aquecia com cada palavra que ele dizia; minhas mãos soavam a todo momento; e meu estômago dava voltas de alegria. Parecia que havia dezenas de borboletas no meu estômago.

Eu sabia que eu estava me apaixonando por ele, e aquilo me assustava.
Era recém demais. Ele tava aqui a algumas semanas, e eu já estava toda boba com ele perto de mim.

Agora? Agora eu sabia que eu sentia uma coisa inexplicável por ele.
Naquele momento que ele me estendeu aquela boneca da Barbie, eu soube que eu era a garota mais sortuda do mundo.
Pulei em seus braços, agradecendo cada minuto por tê-lo ali comigo. Ele havia me presentiado com aquela boneca e eu a guardaria com muito carinho.

- Obrigado, obrigada. - Falei, assim que recuperei o fôlego. - Você me fez a garota mais feliz da vida.

Eu estava igual a uma criança, quando via um docinho. Eu amava bonecas e reagia igual a uma criança quando via uma.
Eu não me importava com aquilo. Era até bom pra mim. Esquecer um pouco as coisas que já aconteceram na minha vida.
Gosto tanto de bonecas, que tenho uma coleção de várias na minha casa, tanto sereias e bonecas estilistas e bonecas normais.

- Não precisa agradecer, Violetta. - Nícolas falou, colocando uma mecha do meu cabelo, que havia caído em meu rosto, de trás da minha orelha. - Temos que procurar os outros dois.

Sorri pra ele, ajeitando a sacola com a boneca em minhas mãos.

- Será que eles já saíram do brinquedo? - Perguntei, observando as muitas pessoas que tinha ali.

- Provavelmente. - Novamente ele comentou, também olhando entre as pessoas.

- Ali! - Apontei pra duas pessoas que andavam entre as pessoas. Eles estavam sorrindo um pra o outro e eu fiquei empolgada com aquilo.

- Vamos até lá. - Nícolas pegou minha mão de novo, me puxando pra perto dele.

Não que eu sentisse vergonha, mas estar tão perto dele era tão bom.
Seu perfume era tão bom, que eu não queria sair de perto dele mais nunca. Seu abraço era quentinho e confortável.
Era um lugar em que eu orava pra que eu pudesse estar mais algum dia. Por que ali, ali eu percebi que era um lugar seguro. Um lugar quentinho e que eu pudesse abraçá-lo, mesmo que o mundo quisesse esmagar minha cabeça algum dia.
Era como se o abraço dele fosse o melhor do mundo.
E eu, eu desejava estar ali de novo, sentindo que eu poderia ser eu mesma e que os meus demônios não estivessem mais perto de mim.

- Ai, casal. Vocês já foram na roda gigante? - Nathalie nos viu e veio até nós. - Nós já fomos no trem fantasma. Eu não gostei! - Ela afirmou, fazendo uma careta.

Eu achei graça da careta que ela fez. Ethan e Nícolas acabaram rindo também.

- Foi a parte mais engraçada que teve. - Ethan começou a dizer, parando pra recuperar o fôlego. - Quando o fantasma vinha vindo no rumo dela, Nathalie ficou com medo e acabou socando o rosto do cara. Aquilo me fez rir demais. Vocês perderam a parte boa. - Nós três começamos a rir.

Nathalie bateu o pé no chão, irritada conosco.
Um cara de fantasia trombou nela. Sim, ele usava a fantasia de jacaré. Nathalie olhou pro cara, quase soltando fogo dos olhos.

- Desculpa aí, moça. - O cara disse, dando as costas e saindo.

- INFELIZ! - Ela gritou, embora o homem não esteja tão longe dela.

- Caraca, você tá bem irritada, não é? - Ethan opinou, se esforçando pra não rir na cara de Nathalie.

- Não sabe o quanto. - Ela disse, concordando.

- Vamos lá comprar uma maçã do amor, gente. - Nícolas disse, pegando a minha mão e me puxando. Ethan fez o mesmo com Nathalie.

- Duas maçãs. - Eu disse, pegando o dinheiro e entregando pro homem de cabelos grisalhos.- Uau! - Exclamei, assim que mordi a maçã. - O amor está no ar.

- Vocês não vão querer? - Perguntou Nathalie, mordendo duas vezes a dela. - Isso aqui tá uma delícia.

- Não. - Nícolas respondeu e Ethan também fez que não. - Vamos agora em qual brinquedo?

Olhei pra Nathalie rindo. Nós duas olhamos pra um pula-pula que tava vem atrás de nós.
Nós duas corremos até ele, como se fôssemos crianças e entregando um dinheiro pro casal de idosos que estavam lá.
Entramos nós duas de uma vez. O bom é que não havia mais ninguém lá, o que melhorava pra gente pular melhor e mais alto.

- Uhuuul! - Nathalie gritou alto, dando uma cambalhota super alta. - Vem garotos. - ela chamou com a mão, mas eles fizeram que não.

Nícolas e Ethan ficaram lá, olhando pra gente morrendo de rir. Claro que era por que a gente estava brincando igual uma criança pequena.
Quando saímos, estávamos morrendo de calor, com sede e o suor escorria bicas em nossas testas, mas nós não nos arrependemos daquilo.

- Até que enfim. - Os dois disseram em uníssono. - Estão com sede? - Assentimos.

Nícolas agarrou minha mão de novo, como ele havia feito desde o momento em que fomos pra roda gigante.
Enquanto íamos até uma barraquinha, senti um tapa bem na minha bunda.

Nervosa - e num ato repentino, até o calor que eu sentia sumiu do meu corpo.

- Que isso, ruiva. - Um garoto disse, enquanto me olhava com um sorriso malicioso.

Só vi quando Nícolas partiu pra cima dele, começando a distribuir socos e mais socos no garoto.
Eu não sabia o que fazer naquela situação.

- Bate nele. Esse Jubileu merece! - Nathalie gritava.

***

Seguinte...

" Te proteger é o que farei, te amar, já te amei e te ver sorrir todas as manhãs, é o ápice para morte? Não, teu sorriso é um girassol, girassol, girassol."