29 - Namorada?

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Nícolas Grent.
              


A gente já estava no avião, só esperando o nosso vôo começar. Aquela viagem estava sendo tão linda e engraçada, que eu não me arrependo de ter trazido os três juntos comigo.

Olha como as coisas são rápidas. Eu sai de São Paulo, sem saber o que me esperava.
Saí de lá sem nenhuma certeza em minha vida. Não sabia se ia encontrar uma garota especial e que eu estaria apaixonado com poucas semanas. Não sabia que podia senti ciúmes de um garoto que queria chegar perto dela, e ainda sim, virar amigo dele.
Não sabia que ia encontrar uma melhor amiga como Nathalie. Porque, eu nunca tive muitos amigos.

Minha amizade com Ethan está começando. Mesmo que eu ainda sinta ciúmes, ele não vem demonstrando estar mais gostando de Violetta, o que é bom demais pra mim.
E também me deixa nervoso. Tenho medo de confiar demais e ser derrubado com um só golpe.

Percebi que Violetta tremia a mãos de ansiedade. A mesma havia dito que aquela era a primeira vez que ela estava indo pra minha cidade e que aquela era uma viagem importante.
Quando olhei pra ela, eu vi que ela estava me encarando. Era tão surreal e misterioso.
No momento que meu olhar fixou no dela, eu senti meu coração esquentar e um frio apareceu. Tipo, quando você está ansioso por algo.
Só que eu não estava ansioso.

Eu estava com borboletas na barriga.

Meu coração estava acelerado e eu percebi, que aquele era só o poder que ela tinha sobre mim.
Serviu pra me alertar, que eu não queria outra garota a não ser Violetta. Me disse que eu só tinha olhos para ela e aquilo é a mais pura verdade.

- Você está nervosa? - Eu perguntei bem próximo ao ouvido dela.

Violetta encarou as nossas mãos unidas como se só naquele momento que ela veio perceber que estava tremendo.

- Eu não vi. Acho que é só mesmo a sensação de poder estar realizando um dos meus sonhos. - Ela sorriu, um sorriso mais lindo do mundo. Naquele momento, eu desejei estar com o meu caderno de desenho na mão, para desenhar aquela obra de arte. - Ainda estou preocupada de a família do meu namo...- Ela parou de falar, depois de arregalar os olhos.

Eu a encarei, imaginado o que ela ia dizer com aquilo.
Um sorriso brotou em meu rosto, quando percebi que ela iria dizer família de meu namorado.

- Continua...- Incentivei, mas Violetta negou com a cabeça. - Ah, qual é Violetta? Fala aí. - Toquei o cabelo dela, bagunçando-o.

Se tinha uma coisa que me atraia em Violetta era o dela. E eu não me cansava de dizer isso nunca.
As madeixas vermelhas fogo e alaranjadas ao mesmo tempo, me atraiam tanto.
Como imã.

- Não. Deixa para outra hora. - Deu-me um olhar convencido e suplicante.

- Você vai ver só. - Eu disse e comecei a fazer cócegas nela.

Violetta se debatia, tentando sair daquelas cócegas. Cada risada dela, as pessoas que estavam em seus assentos, olhavam para ela e acabam incentivando-a a sair dali.
Achei ainda mais engraçado.

- Ei casal? - Nathalie chamou. A mesma tava sentada ao lado de Ethan, como previsto. - Parem de birra e vamos sentar em seu lugares por que o vôo vai começar.

Acabei rindo de Nathalie e soltei Violetta, que já estava com as bochechas vermelhas de tanto rir.

Agarrei a mão dela e sentamos de novo, um perto do outro. Me aproximei dela, deixando um beijo em seus lábios.
O avião começou a voar, deixando o Rio de Janeiro para longe. Mau podia esperar para chegar em casa, depois de um mês e pouco dias.

[...]

Violetta dormia em meu colo, quando o avião parou. Era ali que estava a minha cidade. Ah, como eu queria rever os meus amigos.

- Amor? - Ok. Eu acabei soltando a palavra da minha boca. - Chegamos.

Ela esfregou os olhos azuis, antes de se levantar em um pulo e me abraçar com um misto de felicidade.
A sensação de ter Violetta em meus braços era melhor do que a sensação de ter um quadro seu em uma exposição.

- Obrigada Nícolas. Por tudo. - Agradeceu, se afastando um pouco de mim.

- Vamos lá casal. Mau posso esperar para conhecer a sogra da Violetta! - Nathalie mudou o clima. Violetta deu a ela um olhar fulminante e ela só riu.

Violetta estava seria, mas logo sorriu, amenizando o clima entre a gente.
Fiquei aliviado por ela não ter dito que não era nada meu.
Pegamos as nossas malas, quer dizer, eu e Ethan pegamos já que Violetta e Nathalie não quiseram levar nada, dizendo serem mulheres.
Agora era só procurar pelo meu pai, que deveria estar por algum lugar aqui neste aeroporto. Nós poderíamos ter pego um ônibus? Sim. Poderíamos ter vindo de carro? Sim
Quisemos? Não.

Quando olhei para um senhor de cabelos grisalhos, pude ver a alegria dentro de mim. Meu pai estava ali na minha frente. Ele veio nos buscar.

- Nícolas? - Ele me chamou e veio ao meu encontro, me abraçando com lágrimas nos olhos.

Como mencionei, meu pai nunca foi muito de sorrir pra mim, mas naquele momento, ele estava diferente. Ele agora era o meu pai.
O tempo havia passado muito rápido. Arranjei uma garota incrível, um amigo e uma amiga, desde que sai daqui.
E parecia que meu pai estava mais velho, embora eu odiava ter que pensar nisso.

- Sentimos tanto a sua falta. - Ele se afastou e sentiu a presença dos meus amigos. - Oh, desculpe. Sou o Levi, pai deste garoto.

- Ok pai. - Peguei na mão de Violetta, deixando as malas ao pé do carro. - Essa é minha namorada, Violetta. - Não era muito eu dizer que Violetta era a minha namorada, mas não quis deixar essa ideia passar.

Meu pai passou a me encarar, como se não tivesse acreditando no que eu falei. Claro, eu nunca quis saber de namorar sério.

- Namorada? Até que enfim esse garoto criou vergonha na cara. - Caçoou. - Violetta? Um nome diferente, mas é o nome mais belo que já vi.

- Obrigada. - Agradeceu, sentind -se tímida. Essa foi a mesma coisa que eu disse á ela, quando nos sentamos para conversar no primeiro dia.

- Estes são Ethan, meu amigo e Nathalie, minha amiga e namorada do Ethan. - Nathalie engasgou com a saliva.

- Namorada? Eu não sou namorada desse galinha! Deus me defenderá! - Ela disse e fez o sinal da cruz.

- Eles se odeiam? - Meu pai perguntou. - Foi assim que eu conheci a sua mãe, Nícolas. Nós dois nos odiávamos, até que acabamos nos apaixonando.

Nathalie e Ethan se entreolharam e eu não entendi aquele olhar entre ambos.
Violetta deu um sorriso malicioso, fazendo coraçõezinhos com as mãos para eles dois.

- Como está a minha mãe? - Mudei de assunto. - Está melhor?

- Sim. Ela precisa muito da sua presença, Nícolas. Os exames sairão na próxima semana. - Percebi que meu pai estava triste com aquela situação. - Agora, vamos indo.

Eu, meu pai e Ethan colocamps as malas dentro do carro e as duas garotas entraram.
E eu estava morrendo de vontade de ver a minha mãe.

***

Seguinte...

" Não diga não, não, você não vai dizer não mim, ? Eu te apresentei, eu falei de você. Se você disser não, eu vou abri mão de você, vou abri mão de você."

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