39 - Diabete.

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Nícolas Grent.

                

Hoje é o nosso último dia aqui em São Paulo. Tentamos aproveitar tudo o que essa cidade tem para oferecer, mas com as notícias dos exames da minha mãe, estou ficando nervoso, sem saber o que fazer.
Tenho medo de perder minha mãe de novo.

Quando a minha verdadeira mãe morreu, entrei em uma depressão sem fim. E o que me tirou dela foi os desenhos e pinturas.
Estamos na sala principal, onde o médico particular que o meu pai havia contratado para cuidar da minha mãe, estava conosco, com os papéis em mão.

- E então, doutor? - Meu pai perguntou, esfregando as mãos uma na outra.

- Vou abri agora. - Ele pegou o envelope e abriu lentamente. Senti uns dedos tocando nos meus e quando fui ver, era a baixinha ruiva, minha namorada. A garota que eu me apaixonei e a pessoa que sempre me ajudou. - Bem, fizemos os exames e aqui consta que Márcia está com uma diabete bem leve. Márcia, você andou comendo doces essas dias?

- Bem... Só um pouquinho. Mas não foi muito. - Ela disse, com sua voz doce e acolhedora.

- Certamente, devido aos as vezes que você comeu os doces, acabou ficando com diabete. Provavelmente você comia doces ao invés de coisas saudáveis, o que prejudicou a sua saúde e por isso você estava ficando tonta, doía o estômago e outras coisas. - O médico agasalhou os óculos e olhou seriamente para nós.

- Doce é bom! - Nathalie resmungou e Ethan colocou a mão na boca dela, porque provavelmente ela falaria merda.

- Comédia. - Violetta riu, mas depois ficou séria.

- Não é nada grave. - Um sorriso nasceu em meu rosto, aquecendo a minha alma. - Você vai tomar remédios e algumas vitaminas, além de ir fazer consultas uma vez por semana, ok? - Minha mãe assentiu feliz.

- Graças á Deus. - Meu pai disse, abraçando a minha mãe. - Não sei o que você tinha na cabeça para comer doces, Márcia. Você não é mais uma criança! - Minha mãe fez um beicinho engraçado.

Na maior parte do tempo, minha mãe se comporta como uma criança. Assiste desenhos animados e o seu preferido é o show da Luna.
E eu tenho essa mesma impressão de Nathalie e Violetta.
Por isso que elas se dão tão bem.

- A senhora parece uma criança. - Resmunguei, me jogando no sofá.

- Obrigada doutor. - Acabei me esquecendo que o doutor ainda estava lá.

- Na segunda você vai lá no consultório, para marcarmos a consulta e pegar os remédios que iremos passar. - O médico disse e pegou as suas coisas. Sem ser gay, mas dizendo, ele era bonito.

Imaginei o que meu pai está pensando nesse momento. Por quê o médico ficava olhando para a minha mãe, ficava tipo, quase piscando o olho.

Violetta foi até a porta, para acompanhar o médico. Depois ela voltou.

- Eu não gostei daquele médico. - Eu disse, roendo minhas unhas.

- Porque?- Nathalie perguntou, pegando um esmalte que estava em cima da mesa e se sentando no sofá, para pintar as unhas da mão.

- Ele estava olhando muito para a senhora, mãe. - Ela quase mudou de cor, quando me escutou.

- O quê?! - Ela perguntou, ao mesmo tempo que Nathalie e Violetta também.

- Sim. Percebeu pai?

- Percebi. - Meu pai disse, concordando.

- Eu também percebi, tia. - Ethan balançou a cabeça e se sentou também.

- Vai catar coquinho, vai! - Minha mãe disse e eu me lembrei da missionária da minha mãe.

- Aham. - Dei de ombros e peguei o controle para ligar a televisão, só que a cabeça de vento de Nathalie pegou primeiro. - Ei!

- Show da Luna! - Ela disse, sentando no meio de mim e Ethan.

O namorado dela passou o braço pelos seus ombros, enquanto estudava os movimentos da garota.

- Vem Violetta. - Nathalie chamou a amiga. Violetta se sentou ao meu lado e eu fiz o mesmo que Ethan.

- Gente? - Violetta chamou nossa atenção para ela. - Quem vai comprar passagens?

- Só... liga. - Ethan falou, dando uma piscadela em seguida.

- É. - Concordei. - Agora, é verdade que a Lanny vai embora hoje?

- É sim. - Nathalie concordou. - Viu os status dela? Não falei! Ela não ia sem os amigos dela não.

- Ela mencionou vocês duas nos story dela, viram? - Perguntou Ethan, dando de ombros e pegando o celular dele em cima da mesa.

- Vi. A gente quis mandar uma dedicatória para ela. - Violetta disse, jogando o cabelo para trás.

- Ficou bonito. - Comentei.

- Valeu! - Nate se achou, beijando o ombros e enrolando o cabelo no dedo.

- Quem faz isso é quem está afim de alguém...- Eu disse e ela arregalou os olhos.

- Sai fora, mano! Violetta, dá um jeito nesse seu namorado!

- Eu não estou fazendo na...-

- Vai ficar pelo resto do dia sem os meus beijos. - Ela empinou o nariz e fez carão. - Aposto que consegue ficar pelo resto da vida.

- Não conseguiria ficar nem uma hora...- Gracejei.

Violetta entrou em minha vida tão rápido, que ainda me assusta isso, mas não quanto o fato de que ela possa terminar tudo comigo ou fugir.

- Vamos jogar free fire? - Ethan perguntou e eu fiz que sim.

***

Seguinte...

" Viver sem você, eu não consigo, não tem sentido."

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