47 - Preso?

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Nícolas Grent.



- Precisamos de notícias! - Violetta dizia, enquanto andava de um lado para o outro.

Desde que Nathalie saiu daqui correndo, nós estávamos todos desesperados, pois caía uma chuva muito forte do lado de fora. Será que Nathalie seria capaz de enxergar alguma coisa numa noite como esta? E Ethan?

- O que aconteceu mesmo, Nícolas? - Violetta perguntou pela décima vez, desde que o episódio aconteceu. Sei que ela não era de esquecer assim facilmente, só estava nervosa com a situação, ou talvez quisesse apaziguar mais a situação.

Meu pai estava no sofá e parecia dormi agora. Seu rosto estava sereno, e o que me incomodava era as rugas em seus olhos.
Por mais que a vida sempre tivesse fim, não me conformaria que  ele tivesse que partir um dia. Por que a vida era assim?
Já a minha madrasta, estava na cozinha, preparando a janta. Comemos muito o dia todo, mas aquela situação, comida nos ajudava um pouco.

- Ethan mentiu para todos nós, mas você sabiam disso. - Respirei fundo. Começar a ditar tudo uma outra vez. - Ele já estava com medo de Nathalie perceber que era tudo mentira, ou talvez com medo de perder ela para sempre. - Olhei nos olhos dela, como se quisesse que ela compreêndesse o que eu dissesse. - Violetta, eu ainda não acredito que ele foi capaz de mentir sobre isso por todo esse tempo. Imagine, a gente acreditou nele, Violetta.

- Ethan não é de mentir. - Foi o que ela disse, antes de dar de ombros.

- Você tem que entender que as pessoas às vezes cometem loucuras, amor. E eu não me conformo que ele gostava de você!

- Nem eu. Ethan sempre foi para mim um irmão, Nick. Nunca sentir nada por ele, além de um amor fraterno. Saber que ele precipitou as coisas, me deixa com a sensação de ser traída.

Respirei fundo, antes de dar dois passos até ela e a envolver num abraço. Precisava tanto daquele momento.
Geralmente, beijar ou abraçar Violetta me ajudava a distrair ou dicipar as coisas ruins da minha mente. Era como se ela fosse um tipo de bálsamo. Meu bálsamo.
Violetta ficou na ponta dos pés, para poder me beijar. Ela era bem baixinha, o que me fazia ficar bem maior. Gostava tanto do fato dela ser baixinha. Violetta nasceu para ser minha. Encantei por seu cabelo, pelo seu jeito simples, pela forma que ela amava a música, o jeito que ela colocava o cabelo atrás da orelha quando estava tímida... tudo nela eu amava.
Correspondi ao seu beijo. Assim, encostei mais uma vez os lábios nos dela, nos unindo em um beijo fofo e bom.

- Gente! - Escutei o grito da minha mãe.

Afastei dela, pegando na mão delicada de Violetta.

- O quê aconteceu? - Meu pai já havia acordado, agora estava na nossa frente.

- É a Nathalie. Ela quer falar com você, Nícolas.

- Comigo? - Fiquei incomodado, mas muito preocupado também.

- Sim - Afirmou.

Peguei o telefone.

- Alô? - Esperei paciente pela fala dela, que estava arrastada, devido a situação.

- Nícolas! - A voz de Nathalie estava completamente arrastada, demonstrando a tristeza dela. - Você precisa vir para cá. Agora!

- Nathalie? O que aconteceu? Porque você está chorando?

- Ethan foi preso!

- Preso? - Quase berrei. Que diabos Ethan tinha feito para ser preso? - Como assim?

- Não dá para explicar, só peço que venham o mais rápido possível para cá.

- Onde vocês estão?

- Na delegacia da Polícia Militar. Acho que Violetta sabe onde é.

- Estamos chegando aí. - Desliguei. Encarei as três pessoas ali. - Ethan foi preso! - Não era uma afirmação, e sim uma exclamação.

- OQUÊ? - Tanto meus pais como Violetta perguntaram.

- Ainda não sei o que aconteceu, só que nós precisamos ir para a delegacia da PM urgente. - Peguei a chave do carro do meu pai, e peguei o meu celular. - Alguém sabe onde que fica?

- Eu vou também. - Violetta disse, pegando o celular e jogando dentro de uma bolsa. - Eu sei onde fica.

- Então vamos. - Meus pais continuaram parados. - Vocês devem ficar!

- Márcia não lida muito bem com cadeias, filho. - Ele me deu um olhar compreensivo. - Sabe como é.

- Vamos ficar e ligar para o advogado da família. - Minha se animou e pegou o telefone.

- Ótimo! Digam para ele vir o mais rápido possível para a delegacia. - Peguei a mão da minha namorada e juntos, saímos pela porta.

Assim que chegamos ao síndico, acenamos para ele e peguei o carro, que estava na garagem do condomínio. Violetta entrou, colocando o cinto.

- Ok, só basta me dizer onde fica. - Olhei para ela e ela concordou, balançando a cabeça de um lado para o outro.

Ela me dizia onde ficava a delegacia, e eu dirigia até lá, tentando ser o mais rápido possível. Assim que Violetta disse que era ali, dei uma checada no lugar. Estávamos de frente à uma delegacia muito grande.
Estava escrito em letras bem grandes: POLÍCIA MILITAR DO RIO DE JANEIRO.

- É aqui. - Tirei o cinto, depois que dei ré no carro e o estacionei, com medo de ganhar uma multa, por mal estacionamento.

Desci do carro e esperei Violetta sair. Ela estava nervosa e sua mão estava fria. Antes de entrar, beijei a testa dela, pegando na sua mão e entramos, confiantes de que Ethan sairia dali o mais rápido possível.

- Oque essas crianças estão fazendo aqui? - Um homem, fardado de policial, perguntou.

- Perdão senhor, mas o único criança aqui é o senhor, que não percebe pelos nossos rostos que já somos maior de idade. - Violetta rebateu, dando um olhar mortal para o homem.

- Crianças. - Resmungou.

- Viemos ver o Ethan e a sua namorada, que estão aqui por causa injusta!? - Olhei para a mulher que estava ali.

- Olha garoto, ele está aqui por quê matou um homem, não tem nada injusto! - Arregalei os olhos automaticamente.

- Matou?

- Nícolas! - Vimos Nathalie vindo correndo até nós. - Vocês precisam tira-lo daqui.

- Oque aconteceu?

***

Seguinte...

" Tira-me daqui, rápido. Não consigo viver sem você, sem teu cheiro, sem nada... abri as asas, abraçar-me, esquentar o meu coração."

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