Capítulo 11

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-Aaaaah vai juzinha, ele não vai se importar de ti ir pegar um de seus DVDs, por favorzinho, ele nem está em casa e pelo visto, não vai voltar tão cedo.-Diz Becca ainda esparramada na minha cama.

-Ainda acho uma má ideia pegar algo dele sem a autorização.

-Ele não vai brigar com a gente e qualquer coisa eu digo que fui eu que pedi.-Insiste Becca com cara de cachorro abandonado enquanto massageio minhas têmporas, ela realmente pode ser bem irritante quando quer.

-Está, bem está bem, eu pego, mas se der merda já sabe né, não foi minha culpa.

-Fechado.-Diz sorrindo enquanto pega seu celular para digitar algo, saio do quarto e sigo para o quarto do meu patrão obviamente na ponta dos pés já que essa mansão é enorme e me dá muito medo com esse silêncio mortal. Respirando fundo abro a porta do quarto de meu patrão e ainda na ponta dos pés vou em direção a estante repleta de DVDs e quando estou pra selecionar algum, escuto um pigarrear atrás de mim e com medo fecho meus olhos e me viro

-Sai de ré satanás, o sangue de Jesus tem podeeer, tem podeeer, tem podeeeeeeer.

-Sua maluca o que está fazendo no meu quarto?-Pergunta meu patrão e respiro fundo aliviada por não ser nenhuma assombração. Sou pega de surpresa ao abrir meus olhos e o observar com uma agulha em mãos tentando costurar um ferimento em seu braço e, uma analisada a mais faz com que eu tome um susto e ignorando totalmente o fato de ele estar sem camisa corro até a beira dele.

-Meu deus o que aconteceu senhor? Quer que eu ligue pra emergência?-Pergunto alarmada ao observar a ferida em seu braço e logo em seguida, seu rosto com uma expressão séria com um arquear de sombrancelha.

-O que estava fazendo no meu quarto menina? Não era para estar com minha prima afinal esse é o seu trabalho.-Diz fazendo com que eu o olhe carrancuda.

-Não desvie do assunto mocinho, olhe o seu braço! Me empresta essa maletinha de primeiros socorros.

-Agora além de intrometida virou enfermeira ou médica é? Passo.-Que babaca! Respirando fundo encaro novamente o seu rosto seriamente e vendo que ele não irá aceitar por bem, decido ir pro plano B.

-Está bem senhor já que não quer me deixar observar o seu ferimento e tentar ajudá-lo, irei chamar a senhorita Rebecca para que ela possa quem sabe, levá-lo a um hospital já que teima em não ir.

-Está me ameaçando sua pequena diabinha?-Diz com seus belos olhos azuis estreitos. Arqueando a sobrancelha apenas dou de ombros e quando faço menção de sair do quarto ele me chama.-Tome, não precisa chamar a ninguém.-Diz me entregando com relutância a caixinha.

-Muito bom garoto.-Digo sorrindo satisfeita enquanto me ajoelho na beirada da cama.-Me de seu braço.-Peço ao terminar de colocar as luvas de proteção e constato que o machucado presente só precisará de alguns pontos.-O que aconteceu pra que você conseguisse um machucado desses? Se meteu em alguma briga ou algo do tipo? Você precisará de alguns pontos mas no geral não é nada grave.

-O que eu faço ou deixo de fazer não é da sua conta menina.-Diz em um tom arrogante que faz com que eu me segure para não socar esse belo rosto.

-Devo adverti-lo de que isso vai doer um pouco.-Digo ao colocar a linha na agulha e me preparar para fazer os pontos depois de ter higienizado o local.

-Onde aprendeu a tratar ferimentos dessa maneira?-Pergunta meu chefe depois de alguns minutos em que estou terminando de dar os pontos. Dou uma respirada funda percebendo que foi um erro já que, primeiro, seu delicioso perfume tomou conta de meu nariz e agora me sinto meio embriagada, segundo, estou entre as pernas de um homem que emana perigo e que está sem camisa e, me sinto confusa por não estar com medo dessa situação, observo seu rosto não notando nenhum traço de dor, de perto ele parece ainda mais bonito, com seus belos cabelos rebeldes entre seu rosto selvagem, ele realmente é um colírio para os olhos e, uma arqueada de sua sombrancelha grossa faz com que eu volte em mim e perceba que passei muito tempo o encarando.

-Não é nada que lhe interesse ou lhe importe senhor, terminei os pontos e se me der licença preciso ir.-Digo agitada tentando me levantar mas quando o tento atrapalhadamente fazer, sou surpreendida por mãos enormes em minha cintura e o que acontece a seguir é muito rápido, em um momento estou em pé e em outro estou deitada com um brutamontes em cima de mim me olhando intensamente enquanto sinto o meu coração acelerado. Ele continua me encarando enquanto tento empurra-lo para longe de mim assustada com sua atitude.-O que você quer de verdade?-Pergunta ele com os olhos estreitos e com o tom de voz baixo, o seu perfume inebriante faz com que sinta uma leve vontade de saber de onde o vem.

-E-eu queria um dvd de música que a Becca me pediu pra pegar já que ela disse que o senhor estaria fora pela parte da noite toda me desculpe por ter entrado e tentado pegar algo sem sua permissão mas ela me obrigou e ti sabe o quão insistente ela pode ser.

-Tem certeza que é somente isso que você quer, pequena diabinha.-Diz ele com a voz rouca com seu rosto a centímetros do meu. Minhas mãos estão geladas e sinto uma sensação estranha no pé da barriga junto de um calor que nunca senti antes.-Que foi? O gato comeu a sua língua?-Diz com humor enquanto o vejo se apoiar em seus braços para que seu peso não me esmagasse.

-Os seus pontos podem se romper se continuar assim, e aí você vai ter que correr pro hospital e-Sou interrompida por sua risada

-Isso não é nada comparado ao que eu já passei pulga, é apenas um machucado que eu poderia ter lidado muito bem sozinho, agora me conte, o que você quer?-Sussurra a última parte com a boca muito próxima da minha me fazendo ficar completamente sem palavras enquanto continuo encarando a imensidão desses olhos azuis, eles são tão lindos. Sinto meu coração batendo rápido, esse incômodo no pé da barriga começa a crescer me deixando ofegante que logo é substituído pela raiva quando percebo do que ele acabou de me chamar

-Você por acaso é alguma espécie de demônio ou algo do tipo pra ficar me perguntando o que eu quero? Vai fazer o que depois? Levar a minha alma? E espera aí, você me chamou de pulga seu brutamontes? Sai de cima de mim e para de colocar peso em cima desse braço inteligência rara.-Exclamo puta da vida enquanto tento novamente empurra-lo de cima de mim.

-Te chamei de pulga sim, e aí, o que irá fazer?-Diz me desafiando.

-Ora seu.-Sou interrompida por um grito estridente

-Ai.meu.deus!-Essa não.

O Delegado Onde histórias criam vida. Descubra agora