Desço as escadas e vou para a cozinha a fim de pegar um copo de água ja que está quase na hora de Peter tomar seu remédio. Me encontro tranquila enchendo um copo de água e quando sigo com ele para fora da cozinha, alguém esbarra fortemente em mim fazendo toda a água ser derramada em cima de mim. Que droga!
-Ei olha por onde anda droga!-Digo olhando para a ensebada da sobrinha da cozinheira.
-Olha você garota, olha o que você fez! Agora vou ter que juntar todas essas frutas.
-Eu não fiz nada, você que esbarrou em mim!
-Oh meu deus vai dar uma de pobre coitadinha e correr igual um cãozinho atrás do seu chefe? Na certa já até transaram já que a senhorita privilegiada está até dormindo por aqui, fez amizade com a priminha dele. Que vulgar!-Diz sorrindo.-É desprezível o quão baixo pessoas da sua... Laia descem pra conseguir manter o emprego, empregadinha de merda.-Diz levando um belo tapa no meio da fuça.
-Escuta aqui sua vagabunda de quinta, rainha da cocada preta, eu nunca, me entendeu, NUNCA, dormi com meu chefe e nem precisei fazer algo do tipo pra conseguir ou manter meu emprego! Será um último aviso, se você me tratar com falta de respeito mais uma vez, nem que eu perca o meu emprego ou vá presa mas eu quebro essa sua cara de princesinha privilegiada está me entendendo?-Digo apontando o dedo pra cara da vaca que me olha com um puta ódio e somente acena com a cabeça. Pego novamente um copo de água e com prazer, jogo em sua roupa, eu sei que é totalmente infantil mas é olho por olho e dente por dente aqui agora, fico feliz ao olhar sua cara de descrença e o quão puta ela anda até sua querida titia, pego outro copo de água e sigo dessa vez de volta pro meu quarto, não posso ir com a blusa toda molhada até Peter obviamente. Depois de trocar de blusa e colocar uma normal sem mangas, vou ao seu quarto com os remédios também em mãos e bato na porta, espero ele me dizer para entrar e quando entro sorrio sem jeito para ele. Aquelas cenas de horas atrás abalou meu psicológico, ele tem uma boca muito talentosa e só de pensar o quão talentosa ela pode ser lá embaixo... Que pervertida que estou me tornando! Mas com um homem desse tão pertinho... Difícil não pensar coisas assim. Foco senhorita! Entrego seus remédios e o copo de água em silêncio e vou até seu banheiro pegar a caixinha de primeiros socorros pra poder trocar seus curativos. Quando ele termina a água, coloco a caixinha em cima da cama e quebro o silêncio.
-O senhor vai precisar tirar a camisa pra eu poder trocar os curativos.-Digo olhando pra qualquer outro canto do quarto menos seu rosto.
-Quando a senhorita olhar para meu rosto, aí eu tiro.-Diz o senhorita com um tom completamente sarcástico enquanto um sorrisinho dança em seu rosto. Acato sua ordem e ainda sorrindo, retira sua camisa lentamente, mostrando cada gominho dessa barriga sarada, seu incrível peitoral e seus braços enormes escondidos pela blusa de frio, me pego encarando mais tempo do que deveria e me repreendo mentalmente por isso. A tensão está tanta nesse quarto que dava até pra cortar com uma tesoura. Ele vai pra beirada da cama e pego a caixinha, a coloco ao meu lado enquanto me ajoelho ficando entre suas pernas, prendo meus cachos soltos que me atrapalhariam e ao olhar em seu rosto, vejo o quão malicioso o seu olhar está me fazendo revirar os olhos.-Se o meu beijo não foi um dos melhores que já experimentou, por que parece tão tímida senhorita?-Diz com deboche. Que vontade de socar essa fuça
-Só estou um pouco desconfortável com toda essa situação já que sabe, você é meu chefe e pá, mas enfim, me deixe ver esse curativo.-Digo mudando de assunto, analiso bem a sua situação e depois de colocar luvas, tiro os curativos e vejo seu ferimento que felizmente, não rompeu quando estávamos ocupados. Coloco curativos novos e depois de finalizar tudo me levanto e vou guardar a caixinha. Quando estou indo em direção a porta o escuto me chamar.-Precisa de mais algo senhor?
-Sim, preciso de duas coisas. A primeira é que pare de me chamar de senhor já que somos amigos e não precisamos de toda essa formalidade, o que aconteceu entre a gente foi intenso eu sei, mas foi um errinho besta que estou disposto a fingir que nunca aconteceu se isso significa voltarmos a conversar e tudo mais como amigos.-Um pequeno errinho seu fela da poolta?-A segunda é que, poderia me fazer uma massagem, sinto minhas costas doerem e meus ombros também.-Diz me deixando levemente indignada. Mantenha a pose Julia.
-Um pequeno errinho foi o que tivemos, é isso?-Pergunto novamente e o vejo preparado pra me dar um outro discurso enquanto seu olhar muda pra um olhar de pena.-O que tivemos não foi um pequeno errinho- Digo sendo interrompida por ele.
-Julia por favor ent-
-O que tivemos foi um erro catastrófico, que com certeza não vai voltar a se repetir então nem se preocupe em começar a me enrolar dizendo que não é homem de compromissos e nem nada do tipo porque já sou uma mulher e não uma menininha indefesa que quer um homem pra ama-la e protegê-la. A partir de hoje somos somente amigos beleza? Nada de nenhum tipo de pegação nem nada do tipo, e nem sorrisinhos maliciosos pro meu lado! Temos um acordo?
-Sim senhorita.-Diz com humor.-E sobre a minha massagem?
-Fui contratada como enfermeira temporária e não massagista, procure uma se quer uma massagem.-Digo abrindo a porta e saindo. Quando estou descendo as escadas me encontro novamente com a sebosa da sobrinha da véia e levanto minha sombrancelha ao ver ela subindo as escadas mas resolvo ignorar. Depois de umas meia hora mais ou menos, pego o outro remédio com um copo d'água e levo ao quarto de Peter, quando escuto um entre, abro a porta e levanto a sombrancelha ao me deparar com a sebosa fazendo massagem nas costas do meu chefe, depois sou eu que desço baixo e sou desprezível né, que engraçado isso. Admito sentir uma leve raivinha ao ver suas mãos nas costas de Peter mas ignoro, eles dão uma pausa e quando Peter toma seu remédio, me olha com um olhar indagador, olhar esse que não pego direito pois encaro com humor e sarcasmo a sebosa que sorri boba pro meu chefe.
-Precisa de mais alguma coisa senhor?-Pergunto educada enquanto vejo o olhar de leve raivinha da sebosa por eu provavelmente os estar atrapalhando. Mordo meu lábio levemente somente para provoca-lo.
-No momento não, obrigado.-Diz com dificuldade ao olhar o meu intenso olhar. Seus olhos não saem de minha boca e digo me sentindo vitoriosa.
-Então com licença.-Digo sorrindo cínica pra ambos. Ok eu admito. Eu tô com um puta ódio desses dois e dessa piranha que está tocando nele! Como ele permitiu isso! Ah foda-se, já que não tenho mais o que fazer, resolvo ir até a cozinha e preparar um suco pros seguranças com quem fiz amizade, o sol está de matar lá fora e vai ser bom distrair a mente conversando com alguém.
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O Delegado
RomanceAgradeço imensamente a @ullyfigueira por ter feito essa maravilhosa capa para meu novo livro ❣️❣️ "Você será a minha loucura meu pequeno e doce pecado..." Peter e Julia, duas pessoas completamente diferentes, de mundos diferentes, mas com passados...