Capítulo 50

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Olho o carro de Peter saindo em direção a rua seguindo seu caminho e correndo, vou até meu quarto e coloco todas as minhas coisas dentro de mais e mais malas. Ligo pro aeroporto e pergunto quais vôos estão disponíveis pra agora, o medo faz com que eu arrume minha mala o mais rápido que consigo, meu próximo destino será Chicago. Pegando um caderno, respiro fundo enquanto começo a contar tudo, exatamente tudo o que me aconteceu, lágrimas caem de meus olhos em grande quantidade mas as enxugo, não posso desmoronar agora. Agradeço pela oportunidade que tive, pedi que dissesse aos meus amigos que eu os amo e agradeci pela ajuda que ele me deu. Meu coração dói por deixar tudo pra trás, essa cidade linda que tanto aprendi a amar, mas é necessário. Ao terminar prendo meus cabelos em um coque, troco de roupa optando por uma de frio, chamo um uber e enquanto o espero, vou descendo minhas malas pelas escadas, quanto menos tempo eu gastar, melhor. Subo as escadas de novo e coloco a carta em um local onde possa ser facilmente vizualizada, a chave está em cima com ela também, somente fecho a porta. Quando o Uber chega, o moço muito gentil me ajuda a colocar as coisas dentro do carro, quero chorar, me enrolar em uma bola e somente desaparecer pra um lugar onde não haja dor, não haja sofrimento. Encaro pela última vez a bela cidade de Los Angeles, me lembrando do quão feliz eu fui somente vivendo aqui por poucos meses. Quero chorar por ter que desistir de Peter, não quero envolve-lo em problemas, porém sei que se eu não esclarecesse as coisas, ele viria atrás de mim e eu não quero isso. Meu coração está sangrando enquanto me lembro da bela manhã que tivemos, do quão carinhoso ele foi, atencioso, me acolhendo, me protegendo. Me lembro de seus lábios, seu corpo sobre o meu, suas mãos me tocando e o quão prazeroso ele tornava nosso sexo. Apesar de tudo isso, ainda fico intrigada, ainda quero saber o que houve em seu passado, o por que do olhar melancólico e as vezes duro, sinto que nunca vou poder saber, ainda mais agora que estou indo embora. Meu coração acelera quando chego ao aeroporto, o moço ajuda a colocar minhas malas pro lado de fora e quando termina, lhe pago dando uma pequena gorjeta. Vou com todas as malas pra dentro e após passar por todos os trâmites necessários, sigo em direção ao avião, olho toda hora pros lados e pra trás, com medo de um deles aparecer, porém, por sorte isso não acontece, me tranquilizo mais ao me sentar na poltrona, na janela. Coloco meus fones e procuro na internet por casas pra serem alugadas em Chicago, navego pela internet por muito tempo até achar uma kitnet pronta pra mudança com um ótimo preço. Entro em contato com o dono da kitnet que rapidamente me responde, negociamos tudo o que era necessário e só basta ir ver a casa agora. Fica em um bairro que parece ser tranquilo, pesquisei sobre ele obviamente. Após todas as recomendações da aeromoça, o avião começa a tomar seu rumo na pista, com lágrimas nos olhos me despeço silenciosamente dessa cidade, de meus amigos, de meu primeiro amor.

Peter onn...

Algo está errado, me sinto como um animal encurralado enquanto ando de um lado pro outro. Meus instintos gritam pra que eu volte atrás dela, a proteja, ela é minha, é minha porra! Passou-se somente duas horas depois do julgamento e de eu deixá-la em casa. Pego meu telefone e ligo pra ela, ouvir sua voz irá me tranquilizar, rapidamente pondero se foi realmente uma boa ideia deixá-la sozinha depois de dias difíceis como esses, ela não atende! Não me aguentando sigo rapidamente pra meu carro e com tudo, vou atrás dela, algo está muito errado, eu sinto isso. Ao chegar em sua casa, subo rapidamente as escadas e bato por muito tempo na porta, a chamando, nenhuma resposta. Tento a fechadura e vejo que está destrancada, a casa está escura, não há nenhum sinal de vida nela, em uma mesinha logo a frente se encontra uma carta, junto das chaves. Ai merda!

-Julia? Onde você está? Sou eu Peter!-Começo a chama-la desesperado. Vou ao seu quarto e entro ainda mais em Pânico quando não vejo nada dela, olho o guarda roupa e não há nenhuma roupa.-Droga!-Me sentando na cama trêmulo, abro a carta e começo a lê-la.

O Delegado Onde histórias criam vida. Descubra agora