Capítulo 16

11.6K 913 38
                                    

Encaro a expressão sombria de Peter enquanto continuo corada por ter que expor meu corpo a um completo desconhecido. Antes que eu chegue a ele, meu telefone começar a tocar disparadamente e quando o pego vejo várias ligações perdidas de Berta Ai droga! Com minhas mãos trêmulas, atendo ao telefone.

-Menina onde você se meteu! Ja faz horas que estou te esperando e a senhorita Rebecca já começou a me encher perguntando sobre os produtos dela!-Solta Berta aparentemente muito chateada.

-Oi Berta, aconteceu várias coisas que eu prefiro não contar pelo telefone, foram coisas muito sérias.-Digo com a voz embargada.

-O que aconteceu?? Você está bem? Onde você esta menina!-Exclama Berta preocupada mas não consigo, esse dia foi muito intenso para mim e tudo o que quero é deitar na cama e chorar copiosamente. Vendo minha expressão de choro, Peter logo age pegando meu telefone.

-Oi Berta, estou junto com a Júlia, quando chegarmos em casa explico tudo mas por favor não brigue com ela, ela já passou por coisa de mais hoje. Separe uma roupa pra ela e deixe em cima da cama. Ai droga meus remédios!

-N-não precisa senhor! Eu mesma posso fazer isso quando chegar.-Digo nervosa e subitamente assustada o que não foge de seu olhar calculista que logo é estreitado em minha direção.

-Se encontrar algum brinquedinho sexual dela por favor deixe onde achou e não o toque, ela está nervosa aqui do meu lado.-Diz piscando para mim enquanto sorri sem mostrar os dentes. Revirando os olhos ele respira fundo enquanto responde ao telefone.-Ja disse que quando chegarmos eu conto o que aconteceu Rebecca! Você também não ouse encher o saco da menina.-Diz fazendo com que meu coração se aqueça ao pensar que Becca realmente gosta de mim. Fico tentada em dizer novamente que ela não precisa pegar minhas roupas mas meu chefe desconfiaria e se ele visse meus remédios eu estaria em encrenca. O jeito é torcer para que ela não ache aqueles remédios, por favor universo, me ajuda nessa vai!-Ate mais meninas.-Diz desligando o telefone e o passando em minha direção.-Vamos, o médico disse que em breve irá enviar os resultados via email para a delegacia e quando chegarmos vou entrar em contato com um de meus advogados de confiança.-Diz fazendo com que meu coração de acelere e minhas mãos suem frio.-Vem vamos, você precisa descansar.-Diz me trazendo para perto de si e me guiando para a saída. Por que não sinto medo quando ele me toca? Eu costumava sentir medo de qualquer homem exceto o meu antigo patrão e seus amigos idosos por conta da tudo o que meu padrasto me fazia e de todas as ameaças que ele me fazia junto de minha mãe. Não é atoa que eu nunca tive um namorado, já dentro do carro, o encaro novamente confusa.

-Por que? Digo, por que toda essa proteção comigo, eu não sou e nem significo nada para você.-Digo sentindo um leve amargor na boca ao  tomar nota do quão verdadeiro isso é. Ele analisa meu rosto e me surpreende ao passar sua mão por ele, seguindo para meu queixo e meus cachos agora soltos.

-Se acontecesse alguma coisa com você eu não iria poder voltar a comer aqueles deliciosos cookies toda manhã.-Diz sorrindo me deixando com a mente em branco.-Apenas descanse um pouco, quando chegarmos em minha casa eu te chamo.-Diz ligando o carro

Peter onn....

Observo seu belo rosto sereno descansando na cama enquanto aperto meus punhos puto da vida ao observar a leve marca de dedos em seu braço e ao pensar no resultado do corpo de delito enviado por email. Esses dois filhos da puta vão pagar muito caro por tudo isso.

-Peter! Vem aqui.-Sussurra Rebecca na porta fazendo com que eu saia de meus pensamentos mais do que sombrios sobre tudo o que eu poderia fazer com eles. Vou para fora do quarto e encosto a porta com cautela não a fechando para que não possa fazer barulho já que penso em voltar para verificar como ela está. Observo Berta com sua bolsa e roupa trocada e Rebecca com uma pequena mochila. Olhando as horas percebo que já passou do horário de Berta ir embora mas encaro Rebecca com um olhar questionador, revirando os olhos ela me responde.

O Delegado Onde histórias criam vida. Descubra agora