capítulo 29

9.7K 870 54
                                    

-Por favor eu ja disse que não estou conseguindo achar ela, meu amor, não vai embora!

-Eu já te disse! Se você não achar aquela menina eu e você vamos terminar tudo!

-Não faz isso Roberto, eu te amo! Por favor amor

-EU QUERO A JULIA VOCÊ NÃO ENTENDE?

-Amor por favor eu, eu prometo que vou achar ela e vou trazê-la mas por favor eu te amo, não me deixa.-Diz se ajoelhando e ficando entre os pés de Roberto. Ele a olha com um profundo desprezo mas ela não se importa, ela o ama mais que tudo, até mais do que a própria filha, e está mais que disposta a fazer de tudo desde que ele não a deixe. Faz bastante tempo que sua filha saiu de casa e desde que ela saiu, o caos se formou dentro daquela casa, o seu grande amor não a procura, e muito menos a toca, sempre sai de casa cedo e volta bêbado tarde da noite, e hoje é apenas mais um desses dias, com a diferença de que, ele chegou bem mais cedo hoje. Ela o ajuda a se deitar na cama e a olhando com desprezo ele começa a rir.

-Quando achar aquela pequena vadiazinha, eu vou trepar com você e com ela. Vou amarra-la nessa cama e foder tanto ela na sua frente, e depois ela vai ter que ver como eu gosto de foder você bem gostosinho, esteja avisada, se você não achar aquela menina pra mim, acabou tudo.-Diz diabólico logo caindo no sono. Com desespero, ela se arruma rapidamente e procura fazer a cara mais tranquila que pode, coisa difícil de se fazer já que seu casamento está por um triz, tudo por culpa dessa bastarda que me deixou infértil! Se pudéssemos ter tido outros filhos... Ele iria me amar ainda mais, eu teria mais valor como mulher, preciso encontrá-la. Andando pelas calmas ruas da pacata cidade, não demora muito ate que aviste a casa da melhor amiga de sua filha. Respirando fundo ela força um sorriso quando avista a amiga de sua filha vindo.

-Dona Cláudia como vai? Tudo bem com a senhora?-Diz a doce garota sempre muito gentil.

-Vou bem sim minha filha, só queria te pedir pra me dizer onde está minha filha. Já fazem vários dias que ela está fora de casa e estou muito preocupada, quero pedir desculpas pelas palavras horríveis que disse a ela e estou com muita saudade.-Diz fazendo a voz e expressão mais melancólica que consegue. A doce garota a sua frente a olha apreensiva enquanto responde.

-Infelizmente eu não posso dizer pra onde ela foi, ela é minha melhor amiga e pediu que não dissesse, dê tempo a ela pra que ela possa se acalmar da tal briga que tiveram, tenho certeza de que em alguns meses ela estará de volta com a senhora.

-Eu preciso da minha filha aqui agora!-Diz um pouco alterada assustando a jovem a sua frente, lagrimas de desespero cobrem seu rosto.-Me desculpe, eu preciso muito da minha filha aqui comigo, nunca ficamos separadas por tanto tempo assim. Poderia ao menos ligar pra ela e passar o telefone pra mim? Por favor, eu sou uma mãe que está com o coração na mão.-Diz deixando as lágrimas de desespero caírem por seu rosto o que parece comover a jovem a sua frente.

-Tudo bem, entre senhora e fique a vontade.-Diz a dando espaço para a enorme e luxuosa casa. Ela procura algo em seu telefone até que acha o número de sua amiga Júlia, clica nele e o coloca pra chamar.-Está chamando.-Diz a fazendo sorrir.

Julia onn

-Ei! Essa pipoca é minha.-Digo rindo.

-Me da só mais um pouquinho, não é minha culpa eu ter comido tudo antes do final do filme.

-É sim seu guloso.

-Que menina ma.-Diz com uma voz afeminada me dando um leve tapa no braço me fazendo gargalhar muito. Passamos a tarde toda vendo filmes e séries esperando meus cabelos secarem, fiz um almoço leve para nós dois e o levei até sua cama onde comemos enquanto conversávamos. Por baixo dessa faxada de homem mau e super bravo se encontra uma pessoa muito humorada e gente boa. Troquei seus curativos e dei seus remédios, descobri que além de um homem muito inteligente, ele é um grande amante da literatura tanto nacional quanto internacional, o que me deixou muito encantada por ele. Lhe dou um pouco de pipoca ainda risonha. Escuto meu celular tocar e vejo que é minha amiga Ana o que me faz sorrir.-Quem é?-Pergunta Peter curioso.

-Minha amiga Ana, se importa se eu atender?

-Não, sem problemas.-Diz roubando minha pipoca enquanto olho sua audácia. Sem mais demoras atendo o telefone sorrindo, já faz uns dias que não conversamos e estou com muita saudade de minha amiga.

-Oi aninha tudo bem sumida?-Pergunto com humor

-Ou Juju, tem uma pessoa aqui que quer muito falar com você e que está sentindo muitas saudades.-Diz me deixando curiosa, com certeza são meus antigos patrões, aqueles dois velhinhos adoráveis-Vou passar pra ela aqui.-Diz e logo é capa ouvir um ruído seguido de vozes.

-Oi filha tudo bem?-Diz a voz da mulher que se diz minha mãe fazendo meu corpo inteiro travar. Minhas mãos ficam trêmulas e começo a suar frio, sinto minha garganta travada enquanto todas as lembranças que eu tenho tentado esconder a tanto tempo retornem. Sinto vontade de chorar, de me esconder em um buraco e nunca mais sair dele.-Meu amor que saudade que eu estava, volte pra casa sim, aquela briga que tivemos não foi séria e seu padrasto e eu estamos com muitas saudades de você.-Diz com uma voz dócil me deixando enojada.

-Ei está tudo bem?-Pergunta Peter alarmado.-Julia, olhe aqui pra mim.-Diz Peter pegando em meu rosto e o virando pra ele. Meu coração parece querer sair de meu peito, eu não consigo pensar em nada mais que tudo de ruim que me fizeram.

-Filha quem é este homem que ouvi falar com você aí? Algum namoradinho?-Diz em uma falsa felicidade. Sinto minha cabeça girar enquanto pontos pretos dominam tudo, meu corpo fica mole, cada vez mais mole enquanto um zunindo toma conta de meus ouvidos, escuto meu telefone caindo no chão enquanto Peter insiste em me chamar, está mais e mais relaxado até que não vejo nada mais que a escuridão.



O Delegado Onde histórias criam vida. Descubra agora