Capítulo 59

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A primeira coisa que encaro quando acordo é um teto branco, seguido de uma mão junta da minha, olho para o mesmo lado da mão e vejo Peter dormindo encostado na cama com sua mão grudada a minha, lágrimas tomam meu rosto quando flashbacks recentes tomam minha mente, do quão impotente me senti e do quão burra e ingênua fui. Do quanto isso poderia ter custado minha vida, acaricio minha barriga, meu pobre neném poderia ter pago o preço. A tristeza logo é seguida de raiva, raiva por aquela vagabunda ter atentado contra a minha vida e a de meu neném, ela tem que pagar por isso!

-Peter?-O chamo e ele rapidamente acorda me olhando preocupado.

-O que aconteceu? Está bem? Está sentindo alguma dor?

-Estou bem.-Digo em um sussurro.-Peter aquela mulher tem que pagar pelo que ela fez, a Eliza e essa prima sua, elas tem que pagar!-Digo chorando.

-Isso ja está sendo providenciado meu anjo, você precisa se acalmar agora, eu prometo que elas vão pagar muito caro pelo que fizeram.-Diz me fazendo ficar mais tranquila, meu rosto dói, olho pro lado e vejo uma máquina de soro, em meu braço, me fazendo estranhar.

-Peter eu so machuquei meu rosto, por que tem uma máquina de soro conectada ao meu braço?-Digo e logo percebo que algo está seriamente errado quando seu olhar fica ligeiramente deprimido.

-Eu sinto muito meu anjo.-Diz com a voz carinhosa.-Por conta de todo o stress que passou recentemente, a gravidez se tornou uma gravidez de risco e não é mais seguro sair do hospital até você ganhar o nosso neném.-Diz fazendo mais e mais lágrimas caírem de meus olhos.

-O nosso neném corre perigo?-Pergunto e quando o vejo acenar com a cabeça sinto meu coração doer ainda mais.

-Ei, eu estou com você, pedi licença da delegacia por esse tempo que vou ficar com você aqui meu anjo, eu não vou deixar o seu lado até ganhar esse neném, agora você precisa se acalmar e pensar no bem estar do bebê. Você precisa manter a calma Julia.

-Eu tô com medo.-Digo chorando ainda mais. Me aninho em seu abraço da melhor maneira que consigo enquanto choro copiosamente.

-Meu anjo, se acalma, por favor, eu não vou te deixar, ei, vamos passar por essa fase juntos, vai valer a pena quando pegarmos nosso pequenino ou nossa pequenina nos braços.-Diz beijando minha cabeça.-Tenta descansar mais agora meu anjo, você precisa ficar longe do stress por esse tempo que estiver aqui, está bem?-Diz e rapidamente aceno com a cabeça, ele tem razão. Me deitando na cama, acaricio minha barriga enquanto lágrimas tomam meu rosto. Peter se senta na cadeira e se aproximando, sorri olhando pra minha barriga.-Ei neném, papai está aqui com você, sua mamãe e eu estamos muito preocupados então nada de nos dar um susto ein.-Diz me fazendo rir entre as lágrimas.-Papai já te ama muito, ama muito você e sua mamãe, essa chorona.-Diz fazendo meu coração parar algumas batidas.-Se você estivesse aqui iria rir muito da cara que sua mamãe está fazendo sabia.-Diz com lágrimas nos olhos e um sorriso. Vê-lo tão vulnerável faz com que eu sinta muita vontade de somente abraça-lo e protegê-lo, eu nunca o vi assim, e me parte o coração. Acariciando seu cabelo, sorrio carinhosa pra ele.

-Eu também te amo seu bobalhão.-Digo sorrindo. O sorriso que ele me dá me faz ter esperanças de que isso será somente uma fase, de que tudo realmente vai valer a pena.

Peter onn...

Encaro seu lindo rosto sereno enquanto dorme e meu ódio por aquelas duas cresce a cada instante, lembro-me do desespero que senti quando o médico me disse de toda a situação, tudo por culpa daquelas malditas! Ao me certificar de que ela está realmente adormecida, saio do quarto e dou ordens de que nenhuma visita além de Samantha e as enfermeiras é permitido e sigo pra fora do hospital, discando o número de Christopher.

-Eai cara como ela reagiu a notícia?-Pergunta e no fundo é possível ouvir gritos femininos.

-Da melhor maneira que conseguiu, ela está muito abalada. Conseguiu entrar em contato com meu tio?-Pergunto entrando dentro do carro

-Sim, vou te mandar o endereço de onde três de meus homens junto dele e da sua prima o esperam. Ele está tão revoltado quanto você, ele não sabia que a missão dela envolvia matar uma mulher grávida e ainda por cima do seu primeiro filho. Em relação a vadia mandante do crime como pode ouvir, está curtindo um dia no meu pequeno quarto de tortura.-Diz fazendo o meu corpo inteiro se arrepiar enquanto flashbacks do que fui obrigado a fazer naquele quarto rapidamente tomam minha mente. Aquele lugar é um verdadeiro inferno na terra.-Meus homens estão acabando de limpar todos os dados se sua vida, será como se ela nunca tivesse existido.

-Obrigado cara, eu te agradeço muito.-Digo agradecido.

-Não precisa me agradecer, somos irmãos de alma e aliás, ninguém mexe com meu sobrinho desse jeito.-Diz me fazendo rir.

-E se for uma menina?

-Ai te ajudo com os guarda costas pra afastarem os urubus que rodearem nossa futura princesa, está comigo Helio?

-Mas é claro.-Diz me deixando surpreso.

-O Helio sabe de tudo isso também?

-Obvio irmãozinho, ou você esperava mesmo que eu não estivesse a par de tudo? Cala a boca vadia!-Se exalta quando escuto barulhos de socorro.-Droga essa puta manchou meu terno!-Diz fazendo Christopher rir.

-Eu te disse que era pra ter tirado ele e usado uma daquelas outras roupas pra fazer o serviço.-Diz humorado me fazendo rir.-Enfim, vai até seu tio, ele vai resolver essa situação com sua prima, sabe o quão rigoroso ele é com esse negócio de mulheres grávidas e pode deixar com a gente essa puta aqui, ninguém além da irmãzinha dela vai saber de sua existência.

-Ok, obrigado caras.-Digo desligando. Ao receber o endereço solicitado, sigo até o destino, pensando em coisas relacionadas ao meu passado, nos vagos momento felizes que tive ao lado dos dois.
Quando chego ao enorme galpão abandonado, sigo pra dentro logo tendo a visão de meu tio com um charuto em mãos, ao seu lado estão três homens de quase o mesmo tamanho com o meu, fortes, usando camisas iguais, com a sigla da máfia de Chris, encaro novamente seu rosto e sorrio ao ir o abraçar.

-A quanto tempo não te vejo, parece acabado.-Diz me fazendo rir levemente. Minha prima me olha com ódio ajoelhada no chão com as mãos amarradas, seu rosto está todo ferido me fazendo sorrir. A Samantha deu realmente um belo trato nela

-Estou assim porque minha mulher está correndo risco de perder o nosso neném por culpa do que ela fez.-Digo com ódio encarando minha prima que ao olhar meu tio, fica amedrontada.

-Entendo.-Diz olhando seriamente pra ela que agora o encara com desespero.-Te dou a minha palavra de que isso nunca mais vai voltar a acontecer.-Diz me encarando e eu aceno com a cabeça.

-Não! Papai! Eu só estava cumprindo ord-

-CALADA!-Grita a fazendo se assustar enquanto chora copiosamente, olhando pra mim novamente, ele pergunta.-Quanto tempo sua mulher vai precisar ficar no hospital?

-Aproximadamente oito meses e meio.-Digo colocando minhas mãos no bolso.

-Esse será o tempo que você vai ficar trancada no quarto escuro comendo nada mais nada menos que água, pão e vitaminas.-Diz a fazendo chorar copiosamente.

-Papai por favor não!

-Deveria ter pensado nisso antes de tentar matar uma mulher grávida! Pode ir Peter, isso não vai acontecer de novo.

-Conto com isso.-Digo e sorrio me virando pra ir embora enquanto escuto os choros de lamentações de minha prima. Eu sei que não será só isso que ela será submetida, afinal, quem ensinou a mim, meu irmão e meus primos os piores métodos de tortura, foi justamente ele, meu tio.

Olha quem voltoooou, Eai bora de metinha? 85 comentários pra que eu poste outro capítulo sábado. O que acharam desse capítulo? Eu achei bem merecido pra essas duas e meu coração está doendo por esses dois. Venho avisar que em breve terá uma maravilhosa surpresa pra vocês, até lá, beijos e até breve.

O Delegado Onde histórias criam vida. Descubra agora