O Delegado

Capítulo 14

-VOCÊ, retire a mão dela agora!-Berra Peter fazendo com que o segurança me solte rapidamente e eu pule surpresa por conta de seu tom autoritário. Mais lágrimas descem de meus olhos, dessa vez de alívio enquanto esfrego meu braço dolorido e com perfeitas marcas arroxeadas de dedos.

-Ainda bem que o senhor chegou, essa... Moça-Diz com nojo-Estava saindo da loja sem pagar por esses produtos e se recusou a devolvê-los.

-Eu não roubei nada.-Digo em um tom derrotado enquanto vejo olho em seus olhos com a visão embargada de lágrimas. Seus olhos antes de um belo azul se transformam em um azul escuro e frio enquanto ele olha com um ódio tremendo do segurança e da mulher de olhos verdes, respirando fundo, ele diz alto o suficiente para que todas as poucas pessoas permitidas a ficar dentro da loja escutem.

-SE ALGUM DE VOCÊS ESPALHAR ESSE VIDEO QUE ESTÃO GRAVANDO EM ALGUMA REDE SOCIAL, EU MESMO IREI FAZER COM QUE A OU O RESPONSÁVEL PAGUE MUITO CARO POR ISSO! Você-Diz apontando para o outro policial.-Confisque todos os celulares dos presentes aqui dentro da loja, envie para o whatsapp da delegacia e depois apague de todos eles.

-Sim senhor.-Diz o outro policial de prontidão.

-Agora você vai ter o que merece sua pretinha imunda.-Diz a mulher de olhos verdes com um leve sorrisinho enquanto me seguro para não esbofeta-la.

-EU NÃO FIZ NADA!-Berro revoltada com toda essa situação.

-Silêncio as duas agora mesmo se não vão ambas presas!-Diz Peter em um tom autoritário fazendo com que eu me cale. Ele esfrega a mão em seu cabelo enquanto alivia o punho que se formou em outra mão.-Me diga a sua versão da história.-Diz Peter olhando diretamente dentro de meus olhos com um olhar tão frio ao ponto me fazer ficar arrepiada.

-Eu já falei ela rou-

-Não é a sua maldita vez de falar! Se não quiser que eu te algeme agora mesmo eu sugiro que você cale sua boca e deixe a menina falar.-Diz Peter puto da vida. Respirando fundo ele dirige novamente o seu olhar para mim.

-Eu fui encarregada pela Berta a comprar um creme e um perfume para a senhorita Rebecca e, ao vir aqui e pedir a ajuda dessa mulher ela me tratou com desprezo e me atendeu super mal.-Digo rapidamente com a voz embargada, esfregando meu braço ainda dolorido e respirando fundo, continuo.-A moça do caixa está de prova que eu paguei todos os dois produtos, quando eu estava prestes a sair da loja, isso foi no momento em que eu coloquei a sacola com o perfume e o creme dentro da minha bolsa, ela chamou o segurança alegando que eu tinha roubado os itens quando isso não é verdade! Ele nem mesmo... Nem mesmo pediu a merda da notinha fiscal e sim exigiu que eu devolvesse as coisas pra loja! Quando me recusei a dar a minha bolsa ele segurou meu braço, está doendo muito.-Digo enquanto mais lágrimas são derramadas, lágrimas essas que eu segurei por muito tempo.- Eu fui humilhada, sofri racismo, o senhor mesmo ouviu quando ela estava sendo racista comigo... Eu não fiz nada, olhe.-Digo entregando minha bolsa o que faz com que eu me contraia de dor no processo já que utilizo o braço machucado para entregado.

-Me deixa ver o seu braço.-Diz autoritário se aproximando de mim. Sem forças deixo que ele pegue meu braço e sua expressão fica ainda mais séria e irada quando ele observa o meu braço agora mais arroxeado. Abaixando delicadamente o meu braço, ele se vira em direção ao segurança.-Você não tem vergonha de machucar essa pobre moça não?! A sua obrigação em uma situação como essa era de pedir a merda do comprovante e nem isso você foi capaz de fazer?!-Diz abrindo minha bolsa e pegando a sacola, ao olhar dentro dela e pegar o comprovante, ele o coloca na cara do segurança enquanto se aproxima ainda mais dele o que faz com que eu sinta um leve medo de acontecer uma briga séria já que são ambos dois brutamontes muito fortes e acho difícil alguém conseguir frea-los caso decidissem brigar.-Você mocinha da recepção, ela pagou ou não pagou as merdas do produto?

-S-sim, ela pagou.-Diz a moça gentil com um olhar amedontrado.

-Senhor terminei de excluir todos os vídeos dos celulares dos clientes.

-Otimo, quero que siga a moça da recepção até a sala de câmeras e me envie o mais rápido possível as imagens da câmera de segurança. Recolha o depoimento de todos os presentes aqui no local também, grave em áudio e mande diretamente para o whatsapp da delegacia. Vou pegar a viatura e você irá junto com Jefrey.

-Sim senhor.

-Mocinha da recepção, ligue para o dono ou a dona da loja e informe sobre a situação, diga a pessoa para ir o mais rápido que puder a delegacia do centro. Você também deverá ir em breve prestar depoimento na delegacia.

-O-ok.

-Agora vocês dois, terão muita conta a prestar.-Diz retirando duas algemas e ao observar a cara da mulher, sinto um leve alívio e satisfação quando vejo o seu olhar amedontrado.

-Lembrem-se, tudo o que disserem será usado contra vocês, se resistirem será pior.-Enquanto Peter algema o segurança e a vadia, vejo um outro policial chegar ao local.-Jefrey, quero que leve ambos os dois para a cadeia da delegacia e eu ficarei encarregado de levar a moça a um hospital para fazer um corpo de delito. Sugiro fortemente que ambos arranjem bons advogados pois não terei piedade e o juiz também não. Agora venha, me acompanhe senhorita.-Diz Peter olhando para mim esperando que o acompanhe e calada o sigo. Um misto de alívio e felicidade invadem o meu peito enquanto olho agradecida e receosa para meu patrão. Depois de todo esse escândalo eu com certeza irei precisar arrumar um novo emprego, sinto uma leve tristeza ao pensar nessa possibilidade pois já estava gostando muito de Berta e do jeitinho bobo da Becca.