Capítulo 31

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-Como assim você não quis seduzi-la Eliza! Essa é a única chance que tenho de tentar me safar dessa!-Grita a histérica mulher de olhos verdes.

-Priminha você sabe que eu não sou dessas de prometer um relacionamento nem nada do tipo. A menina é muito sem graça.-Diz com tedio.

-E só por conta disso você para de dar em cima dela e tentar faze-la se apaixonar por você? Presta atenção Eliza! Se não conseguirmos colocar esse plano em prática, eu com certeza vou pra cadeia!

-Quem mandou xingar a pobre moça e humilha-la daquela maneira.-Diz com humor.

-Você me deve essa! Não se esqueça de tudo o que eu fiz pra você no passado.-Diz fazendo Eliza revirar os olhos.

-E você acha mesmo que se eu conseguir seduzi-la ela vai retirar a denúncia contra você? É sério que esse é o seu plano?-Pergunta entediada enquanto a bela mulher de olhos verdes continua andando de um lado para o outro. Acabara de chegar de uma curta viajem na qual foi a procura de um bom advogado, só por precaução. Ela sabe onde se meteu no momento que Peter tompson pisou na loja em que trabalhava, sabia que as chances de ganhar o caso seriam mínimas, quase inexistente, e em seu desespero, arquitetou um plano junto de sua prima ou pelo menos tentou já que ela acabara de jogar as ótimas chances que tinha no lixo.

-Sim eu acho!-Diz desesperada porém, uma ideia surge em sua mente e com um sorriso perverso diz.-Ah não ser que não consiga seduzi-la é claro, me conta, foi você que não conseguiu e por conta disso desistiu né? Que decepção, parece que você realmente não é tudo isso não é mesmo? Afinal, foi descartada por uma mera negrinha qualquer.-Diz com desdém soltando um belo sorriso interno ao ver o olhar de raiva da mulher a sua frente, ela havia se esquecido do ponto fraco de sua prima e do quão competitiva ela sempre fora.

-O que você está insinuando? Que uma mera garota qualquer me DESCARTOU? Saiba que isso não aconteceu! Escute aqui, foi EU que a descartei está me entendendo?-Diz puta da vida fazendo a bela mulher dos olhos verdes rir.

-Ta bravinha tá? Me conta, se for isso eu vou entender ok? Que decepção.-Diz sorrindo ao ver que conseguiu ativar o modo competitivo de sua prima.

-Veremos se eu não vou conseguir fazer ela se apaixonar por mim, saiba que estou fazendo isso pela minha honra e não por você!-Diz pegando seu telefone.

-Veremos se consegue fazer ela se apaixonar por você.

-Veremos não, eu VOU conseguir fazer ela se apaixonar por mim, afinal eu nunca perco.-Diz enquanto digita rapidamente algo em seu telefone.

Julia onn...

Estou terminando de arrumar meu cabelo em um coque quando escuto o som da notificação de meu telefone, o pego e estranho ao ver que se trata de Eliza. O que essa vaca quer agora?

"Eae gatinha tudo bem?😘 Queria saber que dia vai estar disponível pois preciso conversar com você sobre algo urgente, por favor não ignore essa mensagem🥺."

"Sei que te tratei meio mal naquele dia mas tudo tem uma explicação, inclusive minha reação tão diferente da maneira que havia te tratado aqueles dias."

Que bonito! Me trata mal e depois vem dar uma de arrependida? Mas ela pareceu tão arrependida, o que será que ela tem pra falar comigo? Que droga essa curiosidade!

"O que de tão importante você quer falar comigo? Já não basta toda a humilhação que me fez passar no dia do nosso encontro? Quer me humilhar mais é isso? Dispenso o convite."

Dígito a mensagem puta da vida, não vou ser tão idiota ao ponto de acreditar em uma disculpinha fajuta dessas, fora que ela na certa só deve estar querendo brincar com meus sentimentos. Volto a me arrumar tranquilamente para minha primeira consulta a um psicólogo, admito estar me sentindo muito nervosa com tudo isso, porém não dá pra escapar já que Peter contou o que aconteceu para Berta e me dando o dia de folga, praticamente me obrigou a ir junto de meu chefe a um psicólogo pago por ele. Sim, tentei recusar achando um absurdo ele pagar as coisas assim como se tivesse alguma obrigação comigo mas novamente ambos se juntaram e não vi nenhuma saída a não ser aceitar. Depois daquele acontecimento Peter e eu ficamos meio estranhos no começo mas depois tudo voltou pra sua normalidade(na medida do possível é claro). Conversamos sobre várias coisas, vimos coisas juntos e ganhei um novo cabeleireiro grátis. Sim ele quis aprender tudo o que pudesse nesse pouco tempo sobre meu cabelo e quis testar tudo nele, diversas vezes o peguei com o olhar fixado em meu cabelo, com um olhar de admiração, coisa que me deixou com um sentimento estranho, sei lá. Saio de meus devaneios quando escuto meu telefone tocar e reviro os olhos ao ver que se trata dela no telefone.

-O que você quer?-Pergunto sem devaneios.

-Oi gatinha tudo bem?-Pegunta com a voz abatida, sem aquele humor de antes.

-O que quer falar comigo? Anda desembucha, não vou me encontrar com você em nenhum lugar pra que possa novamente me humilhar.

-As coisas não foram assim Ju, por favor o que preciso falar com você é urgente, eu... Eu estou muito arrependida de tudo o que fiz e esse sentimento de culpa que estou sentindo está me matando. Eu não quis te humilhar daquela maneira, eu só... Eu só estava com medo.-Diz a última parte com um tom melancólico e bem fraco. Algo na sua voz faz com que eu fique mais curiosa.

-Como medo de que?-Pergunto mais calma.

-Por favor se encontre comigo, eu prometo te explicar tudo. Por favor!-Que merda! Respirando fundo respondo.

-Ok, ok, vou ver um dia aqui que eu possa te encontrar e te mando mensagem.

-Obrigada Ju, até lá.

-Ate, tchau.-Digo desligando logo em seguida, mordo meu lábio inferior curiosa e apreensiva sobre o que ela tem pra me contar.

-Ja está pronta Julia?-Pergunta Peter batendo na porta me tirando de meus devaneios.

-Ah sim já estou.-Digo enquanto pego minha bolsa e coloco meu celular dentro dela abro a porta e tenho que respirar fundo ao encarar a bela imagem do homem a minha frente, muito mais recuperado que antes, ainda me surpreende o quão rápido ele está se recuperando, o que me tranquiliza de certa forma.

-Está muito bonita senhorita, agora vamos?-Diz sorridente ao me olhar de cima a baixo.

-Vamos senhorito.-Digo divertida.

Eliza onn...

-Que voizinha de pobre coitada foi essa?-Pergunta minha prima dando gargalhadas enquanto eu reviro os olhos.

-Qual é eu tenho que ser profissional no que faço!

-Ate eu fiquei comovida com essa atuação, olhe só minhas lágrimas.-Diz me fazendo gargalhar. Algo em meu interior me diz pra não ir por esse caminho, mas é necessário, tanto para provar que eu estava certa quanto pra ajudar minha prima a se livrar dessa merda que ela se meteu, afinal, ela é a única família que eu tenho.-Do jeito que falou até parecia que realmente estava apaixonada por aquela garota.-Diz e dessa vez é minha vez de gargalhar alto.

-So que não, você sabe que ela é somente um desafio pra mim não sabe?

-Valeu priminha eu te amooooo!-diz me fazendo revirar os olhos.

Patética!


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