O Delegado

Capítulo 23

Observo seu belo rosto encarando o telefone. Ainda é um mistério para mim sobre o que esse belo e angelical rosto esconde, qual será o passado que deixou marcas no corpo e alma dessa menina. Ao dar play em um áudio de seu telefone, percebo que se trata da vagab... Da mulher com quem ela irá sair hoje, meu sentimento de tranquilidade vai pro ralo e fecho meu rosto em uma carranca ao me lembrar de vê-la beijando minha menina. A cada dia que passa tento me convencer cada vez mais e mais de que foi melhor assim e de que não poderia me relacionar com essa menina, não um homem tão quebrado como eu, infelizmente meu corpo e sentimentos não entendem a razão, esses dias que passamos sem nos falarmos direito foi uma tremenda tortura para mim, vê-la tão perto e não poder ver seu sorriso ou aquela típica carranca dela, me senti mais vazio do que antes. Infelizmente todos esses sentimentos se intensificam ainda mais quando penso que amanhã ela irá levar todas as suas coisas para sua casa, de que não terei mais tantos doces fresquinhos feitos por ela toda madrugada, e de que não poderei abraça-la caso ela tenha outro pesadelo intenso. Isso faz com que eu sinta um sentimento protetor muito forte coisa que eu não deveria sentir, ela é só minha empregada, uma menina comparada a mim, que ja sou mais velho e experiente. Provavelmente é só por conta desse mistério que a envolve, talvez seja só um sentimento solidário, isso, eu só sinto todos esses sentimentos por essa menina porque estou sensibilizado com sua situação. Tento me concentrar na estrada enquanto tento colocar na minha mente o fato de que ela já é uma mulher adulta e sabe bem o que faz.

-Então vocês vão sair hoje né.-Digo como quem não quer nada. Por que o caminho para minha casa parece estar tão demorado assim?

-Sim.-Responde vagamente, quando o sinal fica no vermelho a encaro e vejo que ela faz o mesmo, me desafiando, pois bem, eu adoro um desafio.

-Ainda acho que não deveria sair com ela já que é uma mulher fútil e provavelmente vai querer somente sexo com você.

-Estivemos conversando esses dias, não que seja da sua conta é claro, e ela me pareceu uma boa pessoa.-Diz na defensiva me fazendo sorrir.

-Sua inocência é realmente algo muito belo, mas enfim se você não quer me ouvir veremos quem esteve certo no final de tudo isso.-Depois dessa breve conversa não nos falamos mais pelo restante do caminho, ela me pareceu pensativa, espero que ela pelo menos considere o que eu disse se não quiser sair machucada nessa história toda. Conheço esse tipo de mulher melhor que ela já que estive cercado por varias delas muitas vezes durante minha vida. Depois que a deixei em casa, parti em direção a delegacia pensativo. O dia até a parte da tarde foi levemente tranquilo, alguns casos de diferentes crimes passaram pela delegacia, porém, toda essa leve tranquilidade foi por água abaixo quando recebemos um alerta de um sequestro por parte do namorado de uma jovem de 13 anos, ele estava sendo acusado de pedofilia e estrupo. Meu grupo de policiais especiais junto comigo fomos até onde o rastreador indicava o possível local onde ambos estavam escondidos, no decorrer do caminho repassamos mais algumas vezes todo o plano.
  Aceno para um de meus policiais para que cerque a parte de trás da pequena casa, testo a fechadura da porta e ao notar que ela está trancada, a arrombo.

-Policia, polícia, mãos na cabeça agora!-Berro mirando a arma em direção ao homem que se encontrava nu em cima da menina no sofá. Quando ambos me vêem vejo a garota tentar esconder sua nudez ao sentir seus braços sendo libertados pelo cara. Marcas arroxeadas marcam seu rosto e seu olho esquerdo se encontra inchado. Uma de minhas policiais vai até a menina e pegando um cobertor presente ali por perto, a enrola na tentativa de proteger sua nudez enquanto a consola.

-Seu desgraçado! Quem te deu o direito de arrombar minha casa e me atrapalhar com a minha mulher.

-Seu nojento do caralho! Se ajoelha! Anda se ajoelha se não quiser tomar a porra de um tiro no meio dessa sua cara!-Exclamo irritado enquanto me aproximo ainda mais do cara.-Você está preso em flagrante pelos crimes de agressão, sequestro e estrupo. Aconselho você a contratar um bom advogado pois irá precisar. Digo pegando as algemas. Em um rápido momento de eu apenas me virar para pegar as algemas, sinto uma dor aguda do lado direito perto ao meu estômago me fazendo arfar. O momento seguinte foi muito rápido, um dos meus atirou na mão do homem que agora grita junto com a menina, sinto mãos em meus braços que me ajudam a me apoiar. Seguimos para fora da velha casa e um de meus policiais me coloca sentado no carro, seu olhar assustado denuncia o quão desesperado ele parece estar.

-Anda me arranje um pano pra que eu possa pressionar o ferimento.-Digo com dificuldade em respirar, minhas mãos logo não demoram a se encherem de sangue e rapidamente vejo meu policial me trazendo um pano qualquer. Ele entra rapidamente dentro da viatura e sai em disparada para o hospital, em todo o caminho continuo pressionando o ferimento enquanto tento acalmar o meu policial. Já tive cortes e ferimentos muito piores que esse, não demora muito até que cheguemos em um hospital, sou guiado para dentro do hospital por meu guarda e me esforço para permanecer com os olhos abertos tarefa que se torna quase impossível, provavelmente por conta da perda de sangue.

-Ligue para o meu irmão, por favor.-Sussurro para o policial que acena com a cabeça ainda com o olhar desesperado. Me sinto um imbecil por não ter previsto que havia alguma faca embaixo daquele tapete que o cara estava ajoelhado.

Ooooooi meus amoreees, eai como estão? Estão gostando do livro? O que acharam do capítulo? Não se preocupem que logo logo terá mais outro capítulo até la comentem ai beijoos